Resumo
INTRODUÇÃO: Os fatores psicossociais se constituem, por um lado, em interações entre o conteúdo do trabalho e as condições ambientais e organizacionais e, por outro, nas competências e necessidades dos trabalhadores. Quando se trata da assistência ao usuário dependente químico ou com adoecimento mental, o serviço é maximizado pela necessidade de cuidado constante.
OBJETIVO: Analisar a concepção do trabalhador de enfermagem que atua na assistência aos usuários de álcool e outras drogas acerca dos fatores psicossociais que interferem na sua saúde mental.
MÉTODO: Trata-se de um estudo exploratório, descritivo, de abordagem qualitativa, no qual participaram 22 profissionais da saúde integrantes da equipe de enfermagem. Os dados foram obtidos por meio de entrevista, processados no software IRAMUTEQ e analisados pela Classificação Hierárquica Descendente (CHD).
RESULTADOS: Em geral, os participantes percebem os fatores psicossociais que influenciam seu trabalho e, sendo estes desagradáveis, representam riscos para a saúde e sobrecarga mental. As mulheres reportaram maiores exigências laborais e mais sintomas de estresse. Em relação à saúde física e à psicológica, a percepção dos fatores psicossociais aumenta ao longo dos anos na organização, e a maioria referiu a existência, principalmente, de estresse ocupacional decorrente de carga e ritmo de trabalho.
CONCLUSÃO: A exposição ocupacional a fatores psicossociais desfavoráveis no trabalho esteve presente no relato da maioria dos trabalhadores da enfermagem. Contudo, a correta avaliação desses fatores nas situações de trabalho apresenta dificuldades conceituais e, provavelmente, nem sempre há o seu reconhecimento.
Palavras-chave: enfermagem; saúde do trabalhador; saúde mental; drogas de abuso.