Resumo
INTRODUÇÃO: As indústrias cerâmicas estão sujeitas a uma gama de fatores, como temperatura elevada, poeira, trabalho em pé, que, em maior ou menor grau, podem levar a desconfortos e adoecimentos relacionados ao trabalho.
OBJETIVO: Avaliar a qualidade de vida e a funcionalidade de trabalhadores de indústria cerâmica.
MÉTODOS: O presente estudo envolveu uma abordagem transversal quantitativa. Foram avaliados 189 trabalhadores de indústrias cerâmicas, aos quais foram aplicados o Questionário de Qualidade de Vida WHOQOL-Bref, a avaliação da força muscular por meio de dinamômetros, o Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares (QNSO), a escala visual analógica (EVA), o Oswestry Low Back Pain Disability Questionnaire (ODQ 2.0), bem como o Disabilities of the Arm, Shoulder and Hand (DASH).
RESULTADOS: Na média geral, 115 (60,8%) responderam que sua qualidade de vida é regular. O segmento que os trabalhadores mais se referiram à dor foi a coluna lombar: 68 (36,0%) apresentaram dor nos últimos 12 meses, e 38 (20,1%) nos últimos sete dias. Em membros superiores, 107 (56,6%) exibiram fraqueza muscular.
CONCLUSÃO: Os achados desvendam a presença de sintomatologia dolorosa em percentual superior ao encontrado para outras categorias profissionais. A fraqueza muscular, principalmente nos membros superiores, e a percepção sobre a qualidade de vida, que prevaleceu como regular, denotam comprometimento parcial da saúde de parte desses trabalhadores, pois embora não tenha demonstrado ser incapacitante é percebido como impactante nos seus contextos de vida e trabalho.
Palavras-chave: doenças musculoesqueléticas; cerâmica; saúde do trabalhador; qualidade de vida.