Resumo
INTRODUÇÃO: A face exerce papel central nas relações interpessoais. Pessoas com deformidades faciais adquiridas ou congênitas tendem a apresentar dificuldades nas relações interpessoais. O tratamento desses pacientes deve visar à melhoria de sua qualidade de vida e da capacidade para o trabalho.
OBJETIVO: Avaliar a qualidade de vida relacionada à saúde e a capacidade para o trabalho de pessoas com deformidades faciais.
MÉTODO: Estudo misto de abordagem qualitativa e quantitativa. Entrevistas semiestruturadas sobre qualidade de vida em saúde e implicações no trabalho foram realizadas com 16 pessoas com deformidades faciais, oito congênitas e oito adquiridas, procedentes de serviços de atenção especializada de Salvador, Bahia. Aplicaram-se os questionários Índice de Capacidade para o Trabalho (ICT) e 36-Item Short-Form Health Survey.
RESULTADOS: A análise temática permitiu identificar duas categorias associadas às deformidades faciais: relações interpessoais e capacidade para o trabalho; e qualidade de vida e acesso a tratamento. Indivíduos com deformidades faciais adquiridas apresentaram menor escolaridade, renda e índices mais baixos nos indicadores de qualidade de vida e ICT, quando comparados aos do grupo com deformidades congênitas. Todos com deformidades congênitas receberam algum tipo de reabilitação e apresentaram menor comprometimento das relações sociais.
CONCLUSÕES: Pessoas com deformidades faciais adquiridas apresentam maior comprometimento da sua capacidade para o trabalho e qualidade de vida do que aquelas com deformidades faciais congênitas. A reabilitação precoce das anormalidades congênitas parece exercer papel importante na melhora dos índices de ICT e de qualidade de vida em saúde.
Palavras-chave: qualidade de vida; avaliação da capacidade de trabalho; anormalidades maxilofaciais; reabilitação.