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ARTIGO ORIGINAL

Saúde mental dos trabalhadores da saúde pública em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul

Mental health of public health workers in Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul, Brazil

Neice Muller Xavier Faria1; Raquel Ferreira Silveira Klosinski1; Graciane Rustick1; Luciana De Marco Oliveira2

DOI: 10.5327/Z1679443520180196

RESUMO

CONTEXTO: Os transtornos mentais relacionados ao trabalho são reconhecidos como um problema global de saúde.
OBJETIVO: Este estudo buscou avaliar a prevalência e os fatores associados aos transtornos mentais mais frequentes, além da ideação suicida recorrente entre os trabalhadores públicos da área da saúde.
MÉTODOS: Foi realizado um estudo transversal entre trabalhadores municipais que atuam na área da saúde. Coletaram-se dados sociodemográficos e fatores ocupacionais como tipo de vínculo, setor de atuação, função desempenhada, antiguidade no cargo e existência de conflitos interpessoais no trabalho (CIT). Os indicadores de saúde mental utilizados foram transtornos mentais comuns (TMC) e ideação suicida, usando Self Reporting Questionnaire (SRQ-20). A análise estatística recorreu aos métodos χ2 e regressão de Poisson.
RESULTADOS: Entre os 597 entrevistados, verificou-se prevalência de TMC de 20,3% e de ideação suicida de 11,6%. Trabalhadores concursados e mais jovens apresentaram aumento nas taxas de TMC, enquanto a ideação suicida predominou entre pessoas com escolaridade alta e viúvos ou separados/divorciados. Os trabalhadores que exercem as funções de médicos, administrativos, higienizadoras e agentes comunitários apresentaram as prevalências mais elevadas de TMC. No entanto não houve associação entre função e ideação suicida após análise multivariada. A ocorrência de CIT associou-se com o aumento dos indicadores de saúde mental, de forma mais intensa quando relacionada a chefias e colegas.
CONCLUSÃO: Os dois indicadores estudados (TMC e ideação suicida) alertam para uma situação preocupante quanto à saúde mental dos profissionais responsáveis por cuidar da saúde coletiva. Apesar de possíveis limitações do questionário utilizado para definir os critérios, o CIT foi o principal fator associado com a piora dos indicadores de saúde mental, sinalizando a necessidade de abordagens específicas para melhorar o ambiente psicossocial de trabalho.

Palavras-chave: saúde mental; saúde do trabalhador; transtornos mentais; ideação suicida; conflito (psicologia).

ABSTRACT

BACKGROUND: Work-related mental disorders are an acknowledged global health problem.
OBJECTIVE: The aim of the present study was to investigate the prevalence of and factors associated with common mental disorders and suicidal ideation among public health workers.
METHODS: We conducted a cross-sectional study with municipal healthcare workers. We collected sociodemographic and occupational data including employment relationship, job area, professional category, length of work in current job and interpersonal conflict in the workplace (ICW). The analyzed mental health indicators were common mental disorders (CMD) and suicidal ideation by means of the Self Reporting Questionnaire (SRQ-20). Statistical analysis included the χ2 test and Poisson regression.
RESULTS: The prevalence of CMD and suicidal ideation was 20.3% and 11.6%, respectively, among the 597 participants. Permanent and younger employees exhibited higher CMD rates, while suicidal ideation predominated among the participants with higher educational level and the widowed/separated/divorced. Physicians, administrative employees, cleaning personnel and community health agents exhibited the highest rates of CMD. In turn, there was no association between professional category and suicidal ideation on multivariate analysis. ICW was associated with poorer mental health indicators, the association being stronger when conflict involved supervisors and coworkers.
CONCLUSION: Both analyzed indicators (CMD and suicidal ideation) point to a worrisome situation as concerns the mental health of professionals charged of collective health care. The possible limitations of the questionnaire applied notwithstanding, ICW was the main factor associated with poorer mental health indicators. These findings point to the need to develop specific approaches to improve the psychosocial work environment.

Keywords: mental health; occupational health; mental disorders; suicidal ideation; conflict (psychology).

INTRODUÇÃO

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (2016), nos últimos anos “tem crescido a atenção para o impacto dos riscos psicossociais e estresse relacionado ao trabalho entre pesquisadores, profissionais e gestores políticos”1. Riscos psicossociais relacionados ao trabalho são determinados pela organização, pelas relações e pelo conteúdo do trabalho e ocorrem quando as exigências não correspondem às capacidades, aos recursos ou às necessidades do trabalhador ou os excedem1.

Avaliando a dimensão dos problemas de saúde mental na população, uma revisão de estudos brasileiros que usaram o Self Reporting Questionnaire (SRQ-20) identificou prevalências de transtornos mentais que variaram entre 20 e 56%, com diferenças conforme o tipo de população2.

Em serviços de saúde, o trabalho tem sido associado à grande sobrecarga psíquica, com elevado número de afastamentos em razão de transtornos mentais3. Transtornos mentais comuns (TMC) têm sido frequentemente identificados entre trabalhadores de saúde, sobretudo entre aqueles com alta demanda psicológica e baixo controle sobre as atividades laborais4,5, tanto em hospitais4 como na atenção básica5. Entre os trabalhadores da atenção básica, a prevalência de TMC (também identificados como distúrbios psiquiátricos menores) variou de 16%, em um estudo realizado nas regiões Nordeste e Sul6, a 42,6% no município de Botucatu, na estado de São Paulo5. Sobrecarga de trabalho, ritmos excessivos, condições laborais precárias, atividades em turnos, especialmente o noturno, falta de oportunidades de desenvolvimento na carreira e conflitos interpessoais estão entre as principais causas dos problemas psicossociais no trabalho.

Transtornos psiquiátricos como depressão e transtornos bipolares podem levar a pensamentos suicidas7. O manual da Organização Mundial da Saúde (OMS) de prevenção ao suicídio aponta algumas ocupações da área da saúde, como médicos, dentistas e farmacêuticos, associadas às taxas mais elevadas de suicídio7. Um estudo de revisão confirmou e ampliou essa lista de profissionais de risco para suicídio, incluindo as enfermeiras. Além disso, identificou fatores de risco ocupacionais para ideação suicida entre médicos como assédio moral, sobrecarga e síndrome de burnout.8.

Embora sejam de percepção mais difícil, os conflitos interpessoais no trabalho (CIT), como por exemplo agressão verbal (mesmo que pontual), hostilidade, boatos sobre outra pessoa9 e demais formas, mais “leves”, de comportamento agressivo, foram identificados como frequentes entre profissionais de saúde10, considerados como preditores de problemas psicológicos como depressão, baixa autoestima e sintomas somáticos11. Alguns autores consideram humilhações, agressões verbais e outras formas de CIT como violência psicológica no trabalho12 e relacionam os CIT ao adoecimento mental dos trabalhadores1. Além disso, os CIT estão associados com menos qualidade da assistência ao paciente, com um nível mais alto de síndrome de burnout pessoal e com maiores custos diretos e indiretos de cuidados10.

Profissionais da saúde que atuam no atendimento direto, como médicos, enfermeiros e tecnólogos, trabalham em ambientes complexos e estressantes propensos à existência de conflitos12,13. Embora nem sempre resulte em danos, o conflito disfuncional pode trazer impactos negativos para a qualidade do atendimento ao paciente, a satisfação dos funcionários em realizar o trabalho e o bem-estar dos funcionários13.

Considerando a alta frequência dos transtornos mentais em diversos contextos dos serviços de saúde, este estudo foi realizado para avaliar a prevalência e os fatores no ambiente de trabalho associados com TMC e ideação suicida entre trabalhadores da rede pública municipal de saúde.

 

MÉTODOS

Realizou-se um estudo transversal com trabalhadores da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Bento Gonçalves, cidade gaúcha com cerca de 110 mil habitantes à época da pesquisa. Foram incluídos trabalhadores com todos os tipos de vínculo (concursados, contratados pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho — CLT, terceirizados, estagiários e cargos de confiança), que atuavam em diversos setores: Unidade Básica de Saúde da Estratégia Saúde da Família (UBS/ESF), urgência (Pronto Atendimento e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência — SAMU), vigilância em saúde (Sanitária, Epidemiológica e Ambiental), serviços de referência (especialidades, materno infantil, Centros de Atenção Psicossocial — CAPS, Centro de Testagem e Aconselhamento, serviços de nutrição, fisioterapia, fonoaudiologia, entre outros), serviços de apoio (transporte, manutenção, almoxarifado, recepção e outros), serviços de diagnóstico e tratamento (farmácia, laboratório e radiologia) e setores de coordenação administrativa.

Foram excluídos o primeiro escalão da SMS (secretário e secretária adjunta), a equipe de coordenação da pesquisa (Vigilância de Saúde do Trabalhador e a médica do trabalho da prefeitura) e aqueles funcionários que estavam afastados no período do trabalho de campo (novembro e dezembro de 2013) por razões diversas, como férias, licenças ou cedências. Não foram incluídos os trabalhadores do hospital de referência do Sistema Único de Saúde (SUS), que é uma instituição privada no município.

Considerando esses critérios, foram identificados 670 trabalhadores elegíveis e entrevistadas 597 pessoas. Ou seja, houve 11% de perdas e recusas. Ocorreu maior proporção de perdas entre motoristas e trabalhadores do setor de apoio/manutenção, e as recusas predominaram entre os médicos. Por conta da elevada proporção de perdas e respostas ignoradas nas questões de saúde mental, a análise de funções não incluiu os motoristas nem trabalhadores do setor de apoio.

Os dados foram obtidos por meio de questionário individual autoaplicado, em urna lacrada, sem identificação do entrevistado. Avaliaram-se as variáveis sociodemográficas (sexo, faixa etária, escolaridade e estado civil), hábitos de vida (tabagismo, problemas com álcool conforme teste CAGE, amplamente reconhecido em pesquisas sobre alcoolismo, além de atividade física em horas/semana) e condição de saúde (presença ou não de doenças crônicas e uso de medicamentos controlados). A prevalência de doenças crônicas foi captada mediante a resposta positiva à questão “Você tem alguma doença crônica?”. Quando a resposta foi positiva, solicitou-se o tipo de doença crônica. Foram consideradas doenças crônicas aquelas morbidades que precisam de acompanhamento médico periódico (como, por exemplo, asma, diabetes, hipertensão, doenças da tireoide e doenças reumáticas, neurológicas ou psiquiátricas). De forma semelhante, o uso de remédios controlados foi coletado com a questão “Você utiliza alguma medicação de uso controlado (que necessita de receita controlada)?”. Foram considerados remédios controlados todos aqueles de uso contínuo que carecem de receita médica. O teste CAGE foi apontado como positivo quando haviam duas ou mais respostas positivas14.

Entre os aspectos ocupacionais, foram examinados: tipo de vínculo de trabalho (concursados, terceirizados com contrato celetista e outros), jornadas de trabalho (horas semanais), antiguidade na SMS (em anos), frequência de trabalho noturno e nos fins de semana, setores de trabalho (atenção básica/ESF, urgências/SAMU, Serviços de Referência, Diagnóstico e Tratamento — SADT, vigilâncias, coordenações administrativas e setor de apoio) e função (médicos, enfermeiras, outros profissionais de nível superior, técnicas e auxiliares de enfermagem, outros técnicos e auxiliares de saúde bucal, laboratório, raio X, farmácia, auxiliares administrativos, higienizadoras, agentes comunitárias de saúde — ACS e outros).

Para examinar os impactos dos CIT a respeito da prevalência de insônia, um amplo estudo japonês utilizou o Brief Job Stress Questionnaire , com escala de quatro categorias e duas questões sobre conflitos interpessoais e outra acerca da percepção de relações mais amigáveis15. Outra investigação com trabalhadores jovens desenvolveu um modelo conceitual propondo a identificação da fonte dos conflitos ao considerar que o relacionamento do indivíduo com um supervisor é qualitativamente diferente do seu relacionamento com colegas de trabalho11.

Na presente pesquisa foi utilizada uma abordagem mais sintética, que combinou conceitos propostos pelos referidos estudos, investigando a ocorrência de CIT pela escala dicotômica e identificando o tipo de pessoa que foi a fonte dos conflitos, ampliando-o para um terceiro tipo, que abrange os usuários dos serviços, supervisores e colegas. Além disso, captaram-se de forma mais específica os conflitos que geraram impactos psicológicos negativos com base na percepção do entrevistado. Assim, a ocorrência de CIT foi alcançada por meio da resposta positiva ao questionamento “Já teve atritos ou problemas sérios, que lhe trouxeram efeitos psicológicos, com algum destes tipos de pessoas: chefias, colegas ou usuários dos serviços?”. Embora esse instrumento não tenha sido validado em estudos epidemiológicos, a informação obtida aproxima o tema dos CIT haja vista a percepção dos trabalhadores. Essa abordagem está em sintonia com o conceito de violência psicológica no trabalho usado por Heloani e Barreto16, explicitado por “agressões verbais, coações, injúrias, maledicências, desqualificações, discriminações, práticas racistas, ameaças ou humilhações que ocorrem de forma pontual”. Esse bloco de questões foi construído em reuniões interdisciplinares com a equipe com base em situações observadas nos locais de trabalho, porém, por não ser um instrumento validado, será aqui apresentado da forma como foi captado, ou seja, atritos e conflitos entre pessoas no trabalho.

Para avaliação de problemas de saúde mental, foi usado o teste SRQ-2017, um instrumento com 20 itens frequentemente utilizados em estudos epidemiológicos para avaliar distúrbios psiquiátricos menores, também conhecidos como TMC, como ansiedade, depressão, pânico e distúrbios psicossomáticos. Foi considerado resultado positivo quando apareciam oito ou mais respostas alteradas para mulheres e seis ou mais para os homens17; esse foi o critério aplicado na análise multivariada. Para avaliação descritiva do SRQ-20, recorreu-se à proposta de agrupamentos do estudo, que avaliou o desempenho do referido instrumento numa análise fatorial18.

Outra variável, a ideação suicida, foi extraída do SRQ-20 e identificada com a resposta positiva para a pergunta “Alguma vez você pensou em acabar com sua vida?”.

A análise estatística, desenvolvida por meio do programa IBM Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 22, examinou média e desvio padrão (dp) para variáveis contínuas, bem como proporções para as variáveis categóricas. A análise bivariada ocorreu com o teste χ2 de Pearson e o de tendência linear. Com base em um modelo hierarquizado, fez-se a análise multivariada utilizando regressão de Poisson, com variância robusta, e foram aplicadas como critério para permanecer no modelo variáveis que apresentaram associação com erro alfa inferior a 20%, sendo significativas as associações com p=0,05.

O modelo hierarquizado incluiu as seguintes variáveis:

• 1º nível: questões sociodemográficas (sexo, idade, escolaridade e estado civil) e tipo de vínculo de trabalho;

• 2º nível: outros indicadores ocupacionais (setor, função, antiguidade no cargo, jornadas de trabalho, trabalho noturno e trabalho nos fins de semana), hábitos de vida e saúde (tabagismo, alcoolismo e atividade física);

• 3º nível: variáveis que representam CIT.

Como parte das doenças crônicas era psiquiátrica (muitas vezes concomitantes com outras), por causa da sobreposição de efeitos, doenças crônicas e uso de remédios controlados, elas não foram incluídas na análise multivariada. Os desfechos foram os indicadores de saúde mental (TMC e ideação suicida).

O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética da Faculdade Cenecista de Bento Gonçalves (FACEBG), por intermédio da Plataforma Brasil, conforme parecer nº 473.768/2013, e Resolução do Conselho Nacional de Saúde (CNS) nº 466/2012. Os cuidados éticos buscaram preservar o sigilo da fonte, sendo solicitada a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes do preenchimento do questionário.

 

RESULTADOS

Entre os 597 entrevistados, 81,3% eram mulheres e 18,7% homens (Tabela 1). A idade média foi de 37,3 anos (dp=10,7), variando de 18 a 69 anos, e a escolaridade média foi de 13,1 anos completos (dp=2,8), ficando entre 3 e 18 anos.

 

 

O tabagismo foi relatado por 14,7% dos participantes da pesquisa (7,3% fumam diariamente e 7,3% ocasionalmente), sendo menor no grupo com escolaridade de nível superior (p<0,001). O teste CAGE foi considerado positivo para apenas três pessoas (0,5%) e, por causa do número limitado, não foi incluído na análise. A prática regular de atividade física durante pelo menos três horas semanais foi relatada por 27,8% dos entrevistados — sendo associada com aumento da escolaridade (p<0,001).

À época da pesquisa, a SMS tinha sua força de trabalho dividida basicamente entre dois tipos de vínculo — concursados (49,6%) e terceirizados, contratados por uma fundação (47,4%) —, além de outros vínculos ou ignorados (Tabela 2). Em média, os funcionários trabalhavam 36 horas por semana na SMS (dp=8,7): 71% atuavam 40 horas semanais (Tabela 2) e 6,6% mais de 60 horas semanais. O grupo com jornadas elevadas era predominantemente do setor de urgência. A média de tempo de trabalho na SMS foi de 5,5 anos, sendo maior entre os concursados.

 

 

Entre os entrevistados, 116 (20,1%) relataram doenças crônicas, sendo as mais frequentes hipertensão, hipotireoidismo, asma, diabetes e doenças psiquiátricas (muitas vezes concomitantes com as anteriores). Entre os que usavam remédios controlados, 74% faziam uso de pelo menos um medicamento psiquiátrico. A proporção de pessoas com doenças crônica referidas e/ou uso de remédios controlados foi mais elevada nos grupos de higienizadoras e ACS.

O relato de CIT que geraram efeitos psicológicos variou conforme o tipo de pessoa envolvida: 16,1% apontou CIT envolvendo chefias, 20,2% com colegas de trabalho e 18,8% descreveu conflitos com usuários (pacientes e/ou acompanhantes) (Tabela 2).

Avaliando os indicadores de saúde mental, a prevalência de TMC foi de 20,3%, e ideação suicida foi identificada entre 11,6% dos entrevistados. A análise bivariada sinalizou tendência de aumento da prevalência de TMC entre mulheres (Tabela 1) e no grupo etário mais jovem (p=0,07– 0,08). A ideação suicida apresentou maior prevalência entre o grupo de separados, divorciados e viúvos, baixa escolaridade e ex-fumantes. Tanto o indicador TMC quanto o ideação suicida estavam associados com relatos de doenças crônicas e/ou uso de medicamentos controlados, mas não demonstraram associação com a prática de atividade física.

Sobre os aspectos ocupacionais, na análise bruta, para servidores concursados que trabalhavam na atenção básica, que não atuavam em serviços de urgência e com tempo de um a quatro anos de atividade, o resultado foi aumento de prevalência de TMC (Tabela 2). As funções que demonstraram elevação dos indicadores de saúde mental foram: fiscais das vigilâncias, ACS e higienizadoras (sendo que os dois últimos exibiram aumento de TMC e de ideação suicida). Não foram encontradas associações entre TMC e jornada de trabalho (em diversos recortes), trabalho noturno ou nos fins de semana e os indicadores de saúde mental (Tabela 2). Aumento de ideação suicida foi observado no grupo que trabalhava 40 horas semanais. Ambos os indicadores estavam associados com a ocorrência de CIT, independentemente do tipo de pessoa envolvida no conflito.

Examinando os CIT, não foram verificadas diferenças na prevalência por sexo ou idade; eles foram mais frequentes no grupo com escolaridade mais elevada. Os conflitos envolvendo chefias e colegas foram mais comuns entre servidores concursados, e não foram significativas as diferenças envolvendo CIT com usuários. Ao averiguar os resultados de CIT conforme a função exercida, enfermeiras e fiscais das vigilâncias destacaram-se pelas maiores proporções de conflitos com, principalmente, chefias e colegas. Os conflitos com usuários repetiram-se mais não apenas entre as enfermeiras, mas também entre médicos, administrativos e ACS.

A Tabela 3 traz as prevalências dos sintomas de TMC captados pelo SRQ-20 em grupos. O sintoma mais frequente foi nervosismo/tensão/preocupação, que afetou quase metade dos trabalhadores. Também foram bastante recorrentes dores de cabeça, distúrbios do sono, dificuldade de pensar com clareza, tristeza e cansaço (nas duas variáveis testadas). No grupo dos pensamentos depressivos, o principal sintoma foi “estar perdendo o interesse pelas coisas” (14,7%). Considerando a frequência (11,6%) e o fato de ser um sintoma que sinaliza a maior gravidade dos transtornos mentais, a ideação suicida foi vista como um desfecho específico.

 

 

ANÁLISE MULTIVARIADA: TRANSTORNOS MENTAIS COMUNS

Não houve evidência de associação entre sexo ou estado civil e TMC. A prevalência de TMC permaneceu menor entre trabalhadores com idade acima de 25 anos após análise ajustada (Tabela 4).

 

 

Os concursados, bem como aqueles com um a quase quatro anos de atividade na SMS, apresentaram maior prevalência de TMC. A associação entre setor e TMC não se manteve após análise ajustada.

A análise por função mostrou que a prevalência de TMC foi mais elevada entre médicos, administrativos, higienizadoras e, principalmente, entre as ACS.

A ocorrência de CIT mostrou-se associada ao aumento de TMC, sendo o risco mais acentuado nos casos de conflitos com chefia e colegas (Tabela 4).

ANÁLISE MULTIVARIADA: IDEAÇÃO SUICIDA

O aumento da escolaridade mostrou-se inversamente ligado com a prevalência de ideação suicida, tanto na análise bruta como na ajustada (Tabela 4). Não houve associação conforme sexo. Trabalhadores viúvos, separados e divorciados apresentaram aumento da ideação suicida, mas o tabagismo não se manteve associado a ela na análise ajustada. A jornada de trabalho também não se associou à ideação suicida na análise multivariada. Na análise bruta, a ideação suicida apresentou-se mais elevada entre higienizadoras, ACS e, de forma limítrofe (p=0,06), entre os fiscais das vigilâncias (RP=2,50), contudo nenhuma função indicou aumento significativo na análise ajustada (Tabela 4).

A ocorrência de CIT com os diversos tipos de pessoas se mostrou relacionada com o aumento de ideação suicida (Tabela 4).

 

DISCUSSÃO

Este estudo identificou prevalência considerável de TMC e de ideação suicida, revelando a complexa situação dos problemas de saúde mental entre profissionais de saúde.

A prevalência de TMC foi maior do que 16%, resultado encontrado em pesquisa realizada com a atenção básica6, e menor conforme outras investigações que também usaram SRQ-20: 28% entre trabalhadores de hospitais19; 24% entre profissionais de saúde19; e 35% no grupo de enfermagem4,20. O número considerável de respostas ignoradas em questões do SRQ-20 (bem como do teste CAGE e CIT) sugere a possibilidade de a prevalência desses indicadores ter sido subestimada.

A proporção de ideação suicida, que indica nível mais intenso de sofrimento psíquico, foi maior do que aquela alcançada em outros estudos com trabalhadores da área da saúde: entre 2 e 4% em hospitais universitários19,21, residentes médicos e multiprofissionais da saúde coletiva22, porém menor que os 17% encontrados na população da cidade de Campinas (São Paulo)23. Pesquisas documentaram o aumento de ideação suicida entre profissionais de saúde8,24 e alertaram para o risco de suicídio nesse grupo, em razão do estresse excessivo e da sobrecarga no trabalho.

O fato de não terem sido encontradas diferenças na ocorrência de TMC por sexo ou por tabagismo é consistente com alguns estudos6,22, embora outros tenham identificado predomínio feminino20 após a exclusão do fator dependência química2. Em relação à ideação suicida, possíveis limitações de tamanho de amostra podem ter influenciado os resultados, pois a literatura tem apontado associação com tabagismo e outras formas de dependência química7,8.

No que diz respeito à idade, a prevalência de TMC foi mais elevada entre os mais jovens, de acordo com outros estudos entre profissionais de saúde6,19,20. Na mesma direção, a prevalência da síndrome de burnout entre profissionais da atenção básica também foi mais alta no grupo mais jovem25. Por outro lado, estudos com a população geral documentaram elevação da prevalência associada ao aumento da idade26. Por causa da menor experiência profissional, os mais jovens podem ser mais vulneráveis às pressões por desempenho, bem como aos problemas institucionais dos serviços de saúde. Além disso, pode haver um possível efeito de geração, sugerindo na atualidade a existência de maior contingente de jovens emocionalmente mais sensíveis ao impacto das pressões no ambiente de trabalho.

O efeito protetor de escolaridade no tocante à ideação suicida foi consistente com um estudo desenvolvido entre trabalhadores dos Estados Unidos24, mas contrasta com a elevada prevalência de pensamentos suicidas entre profissionais de nível superior, como médicos, advogados e outros8,24.

A elevação da prevalência de TMC entre trabalhadores concursados, com vínculo empregatício mais estável, parece ser um efeito independente, pois se manteve mesmo após o ajuste dos índices de idade e antiguidade. Resultado equivalente foi visto no estudo de Dilélio et al. sobre a atenção básica, no qual trabalhadores com regime precário de trabalho e menor tempo na função exibiram redução na prevalência de TMC6. É possível que a estabilidade aumente a exposição cumulativa a eventos estressantes ou favoreça as disputas internas, com mágoas e rancores. Também deve ser considerado um possível efeito de seleção, que excluiria mais facilmente trabalhadores com vínculos menos estáveis, com problemas psíquicos, pessoais e/ou relacionados ao trabalho.

As jornadas prolongadas e o trabalho noturno e em fins de semanas não se mostraram associados com nenhum dos indicadores de saúde mental. O efeito de jornadas prolongadas é uma controvérsia, com pesquisas que relatam aumento de risco19,20,25, outros associação parcial com jornada semanal, mas não com carga horária diária27, ou ainda redução de risco de TMC28. O efeito de trabalhadores saudáveis poderia explicar esses resultados. Isto é, permaneceriam nesse ritmo e horários de trabalho as pessoas com melhores condições de saúde e maior resistência à sobrecarga de trabalho27.

Na avaliação conforme função, foi identificado aumento de TMC entre trabalhadores administrativos, que lidam com a pressão direta dos usuários em busca de acesso aos serviços e com as cobranças por parte da coordenação. Médicos revelaram aumento significativo de TMC, e essa prevalência pode ser ainda maior, pois nesse grupo houve um número considerável de recusas e respostas ignoradas no SRQ-20. Esse resultado é coerente com outros estudos entre médicos de hospitais27,28 e residentes médicos22, embora pesquisas na atenção básica não tenham deparado com diferenças5,6.

As elevadas prevalências de TMC entre as higienizadoras e ACS são consistentes com o estudo realizado na atenção básica que também verificou aumento de TMC entre ACS — índice que desapareceu após o ajuste do critério para satisfação no trabalho (área física da UBS, visitas, atividades, equipe)6. A prevalência entre ACS foi semelhante à de outros estudos, que encontraram valores próximos de 43%5,29 e revelaram associação de TMC com esgotamento profissional29. ACS enfrentam situações complexas, como violência, tráfico e consumo de drogas, além de conflitos familiares, muitas vezes sem o suporte adequado de uma rede social ou de equipe multidisciplinar qualificada29. Além da baixa escolaridade, higienizadoras e ACS citaram piores condições de saúde. Ambos os grupos de trabalhadores costumam ter limitações socioeconômicas, mas não foi possível examinar a influência desses fatores.

A busca de um instrumento curto (como o questionário utilizado) limitou a avaliação de aspectos importantes, como indicadores de renda, dívidas ou conflitos entre trabalho e família, que também poderiam produzir efeitos sobre a saúde mental30. A utilização de um delineamento transversal causou limitação neste estudo, a chamada causalidade reversa, restringindo afirmações sobre causalidade das associações verificadas, como entre o CIT e os indicadores de saúde mental. Fora isso, o tamanho da amostra pode ter sido insuficiente na análise de algumas funções, como motoristas (excluídos da análise) e fiscais da vigilância. Em razão do baixo poder estatístico, e mesmo com risco expressivo em ambos os indicadores de saúde mental, as associações não foram significativas para os fiscais das vigilâncias. A área da Vigilância em Saúde, quando atuante, pode envolver conflitos frequentes, com demandas tecnicamente complexas ou situações tensas, envolvendo interesses econômicos e/ou políticos, nem sempre com o suporte da gestão nas crises.

Destacou-se, neste estudo, a associação entre CIT e os dois indicadores de saúde mental. Segundo Frone, o conflito com colegas de trabalho pode afetar adversamente a autoavaliação e a saúde psicológica, porque isso mina o senso de identidade e semelhança com os outros11.

O CIT tem sido relacionado com vários indicadores de saúde, como sintomas depressivos, satisfação no trabalho e sintomas somáticos1,9. O efeito era mais pronunciado quando esses conflitos envolviam chefias e colegas, sugerindo que atritos com usuários seriam mais bem absorvidos pelos trabalhadores (talvez considerados “ossos do ofício”?).

Uma revisão de estudos envolvendo trabalhadores de hospitais identificou taxas elevadas de violência no trabalho, especialmente agressão verbal, sobretudo pelos pacientes e acompanhantes12. Em relação aos colegas e às chefias, a convivência prolongada poderia potencializar o dano psíquico decorrente desses conflitos ou permitir sua recorrência, contudo existe a possibilidade de causalidade reversa nessa associação. Ou seja, pessoas com transtornos mentais de origem não ocupacional poderiam ser mais suscetíveis, mesmo em problemas rotineiros do trabalho. Uma investigação documentou que pessoas com sintomas depressivos seriam mais vulneráveis à ocorrência de CIT, estabelecendo um círculo vicioso entre conflitos no trabalho e sintomas depressivos9.

Futuras pesquisas devem aprofundar o estudo dos CIT, que parecem ter dimensão e efeito bem maior sobre a saúde mental do que até então se reconhece, com a utilização de metodologias apropriadas, instrumentos validados e formas de reduzir os impactos sobre a saúde dos trabalhadores, como, por exemplo, gerenciamento de conflitos interpessoais e apoio psicossocial.

CIT frequentes e prolongados podem ser destrutivos e afetar a qualidade do serviço, trazendo prejuízos à saúde mental dos trabalhadores, incluindo aumento da ideação suicida1. A abordagem preventiva de CIT (ou visando a agravamento dos casos já existentes) é tarefa coletiva e deve envolver trabalhadores de todos os níveis hierárquicos das empresas/instituições. Entre as ações propostas, estão capacitações para gerentes e supervisores para identificação precoce de conflitos disfuncionais e sua origem, bem como técnicas de abordagem e gerenciamento dos conflitos. Programas de redução de estresse, com demandas de trabalho mais equilibradas e melhores condições de cooperação e comunicação, também podem ser boas opções. Embora a eliminação dos conflitos interpessoais não seja possível, a gestão adequada desses conflitos é viável e recomendada1.

Ações que buscam melhorar o ambiente psicológico e social com vistas à prevenção e abordagem adequada dos transtornos mentais têm sido apoiadas por vários autores, incluindo a Organização Internacional do Trabalho, que recomendou:

• educação, treinamento e disseminação de informações;

• melhoria do ambiente de trabalho;

• participação dos trabalhadores no processo;

• apoio aos trabalhadores com transtornos mentais2.

 

CONCLUSÃO

Este estudo documentou uma situação complexa e preocupante relativa à saúde mental dos trabalhadores da área da saúde, identificando fatores de risco que devem subsidiar ações que visem melhorar as relações nos ambientes de trabalho. O principal destaque foi o impacto psicológico oriundo de conflitos nas relações interpessoais, que pode produzir danos psíquicos de efeito prolongado nem sempre reconhecidos pelos envolvidos ou pela instituição.

A análise dos fatores associados com problemas de saúde mental revela que as formas destrutivas de relacionamento humano podem ter impacto mais importante no sofrimento psíquico associado ao trabalho do que fatores ocupacionais clássicos como a sobrecarga laboral ou o trabalho noturno. Melhorar o ambiente psicossocial do trabalho em serviços de saúde é um desafio urgente e deve ser compromisso de todos: gestores, coordenadores, profissionais e usuários.

 

AGRADECIMENTOS

Agradecemos à coordenação da SMS de Bento Gonçalves, bem como às coordenações dos diversos setores, o apoio na realização desta pesquisa. Agradecemos especialmente aos trabalhadores que aceitaram participar do estudo, contribuindo para ampliar o conhecimento de todos sobre o tema saúde mental no trabalho.

 

REFERÊNCIAS

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Recebido em 15 de Dezembro de 2017.
Aceito em 20 de Maio de 2018.

Fonte de financiamento: nenhuma


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