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RESUMOS DOS TRABALHOS CIENTÍFICOS APROVADOS

RESUMOS DE TRABALHOS CIENTÍFICOS APROVADOS

SCIENTIFIC PAPERS ABSTRACTS

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL001

RESUMOS DE TRABALHOS CIENTÍFICOS APROVADOS

 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL001

TL001 - A PERCEPÇÃO DE UM MÉDICO DO TRABALHO SOBRE O SESMT EMPRESA PÚBLICA DE ENVIO E ENTREGA DE CORRESPONDÊNCIAS E ENCOMENDAS DE GRANDE PORTE

Luciano Moresco Agrizzi

Apresentação do Caso: O Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho desta empresa é responsável por aproximadamente 6.000 funcionários. O serviço fica situado em um prédio em Brasília-DF. Discussão: A percepção sobre o serviço, inicia a partir do momento do ingresso do médico do trabalho por concurso público em outubro de 2018 até janeiro de 2019. O método de análise de percepção utilizado foi através de questionário, entrevista e livre dissertação pelo médico do trabalho, que tem carga horária de 20 h/semanais, regime CLT, onde realiza serviços e exames médicos ocupacionais, responde pareceres técnicos, faz análise de laudos periciais, relativos à questões jurídicas, acompanha perícias médicas, também é responsável por gestão de absenteísmo. No início do trabalho, foi detectado dificuldade na organização, pois não se identificava o motivo do atendimento, por indicação do próprio médico, foi implantado um guia de encaminhamento interno, com isso pode haver uma otimização no atendimento. A percepção de estresse do médico é elevada, devido peculiaridades como acordos coletivos, manuais de condutas próprias da empresa e casos complexos. Comentários Finais: O SESMT desta empresa tem suas peculiaridades, deficiências, embargos, porém com alto potencial para se tornar referência, o que demandará investimento em conhecimento técnico e gestão. Para o médico há necessidade de realizar cursos relativos às áreas de ortopedia ocupacional, psiquiatria ocupacional e gestão de absenteísmo. Há ainda a necessidade de uma melhora na área da Tecnologia de informação, para traçar estratégias de comunicação dinâmica, prática e segura.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL002

TL002 - O IMPACTO DA REFORMA TRABALHISTA NA SAÚDE DOS TRABALHADORES DO SETOR DE SAÚDE

Luciano Moresco Agrizzi; Tassia M. M. Agrizzi

Introdução: As relações de trabalho datam de tempos remotos da antiguidade as quais evoluíram, modificaram e tiveram na legislação trabalhista o aporte e seguridade de melhores condições de trabalho, sendo o contexto atual com a reforma trabalhista ocorrida no Brasil que ocorreu em novembro de 2017 e para se obter uma visão crítica sobre a atual conjuntura e impacto na saúde dos trabalhadores da área de saúde o ponto chave para o desenvolvimento deste trabalho, com o intuito de compreender os impactos da reforma da legislação trabalhista na saúde do trabalhador do setor de saúde. Objetivos: analisar o impacto da mudança da jornada de trabalho, intervalo intrajornada, interjornada, repercussão na saúde da mãe e do feto com liberação circunstancial do trabalho de gestantes em locais insalubres. Método: Revisão de Literatura, onde realizou-se um levantamento sobre os melhores meios para se pesquisar sobre o assunto de interesse. Conclusão: a análise dos dados transmitem um sentimento de mudança deveras prematura nos aspectos que impactam a saúde dos trabalhadores da área da saúde, onde se observa de maneira clara que não se discutiu o pleito técnico cientifico dessas mudanças.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL003

TL003 - EXPOSIÇÃO A AGROTÓXICOS NO MEIO RURAL NO BRASIL – REALIDADE COMO DOENÇA OCUPACIONAL

Eduarda Ferro Agulhão; Leonardo Ruiz Casemiro

Introdução: Os agrotóxicos tiveram um papel importante no desenvolvimento da agricultura moderna, desde a revolução verde no início da década de 1970. A intensificação da agricultura é um risco para a degradação dos recursos hídricos e impacta os ecossistemas hidrográficos devido aos agrotóxicos. Há grande diversidade nos grupos ocupacionais expostos, como trabalhadores da agropecuária, controle de vetores, desinsetizadoras, indústrias de pesticidas e trans-porte e comércio de produtos agropecuários. Objetivo: Caracterizar a importância da exposição ocupacional a agrotóxicos no meio rural. Método: Definidos os descritores através do DeCS do portal Regional da BVS, sendo selecionados "agroquímicos" (D27.720.031) e "medicina do trabalho". Foram submetidos a pesquisa na biblioteca pública PubMed.gov, Scielo e Google Acadêmico. Os artigos e monografias de maior relevância foram selecionados e submetidos a uma revisão integrativa. Resultado: A política de incentivo ao uso de agrotóxicos iniciado na década de 1960 apresenta reflexos que se estendem até hoje, sendo o Brasil um dos maiores consumidores mundiais. Apesar da difusão do conhecimento sobre os riscos à saúde humana e ao meio ambiente, o conhecimento sobre os danos, e a fiscalização do uso e distribuição de agrotóxicos não acompanhou o crescimento do uso, sendo demonstrado pelas mais de 70 mil intoxicações agudas e crônicas/ano diagnosticadas entre os trabalhadores rurais brasileiros. Conclusão: Houve grande avanço do ponto de vista jurídico, porém é necessário difundir o conhecimento através da educação continuada aos trabalhadores rurais, bem como aumentar a fiscalização do Estado para monitorar o uso e destinação, fiscalizando o cumprimento das normas estabelecidas.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL004

TL004 - TUBERCULOSE OCUPACIONAL: AVALIAÇÃO DE NEXO OCUPACIONAL DE TB BACILÍFERA EM PROFISSIONAL DE SAÚDE

Bertur Chombe Alface; Maria Julia Parcias Do Rosário; Fábio Fernandes Dantas Filho; Zaira Balem Yates; Simone de Oliveira e Souza;

Apresentação do caso: Masculino, 47 anos, técnico de enfermagem de unidades de internação clínica por 12 anos em hospital universitário. Em setembro de de 2018 iniciou quadro de tosse, expectoração, fadiga, emagrecimento e sudorese noturna, com evolução progressiva em 8 semanas. Em novembro de 2018 realizou BAAR, que foi positivo ++, e Tomografia do Tórax, que evidenciou alterações sugestivas de tuberculose pulmonar. Tabagista há muitos anos (sem informação de carga tabágica), diabético e hipertenso. Iniciou tratamento para TB com RHZE, e foi orientado o rastreamento de contactantes familiares. A investigação de nexo ocupacional apontou provável tuberculose ocupacional. Foi emitida a CAT e encaminhado para o INSS a fim de realizar o tratamento. Iniciado o protocolo de rastreamento de sintomas de TB em todos os profissionais de saúde contactantes. Discussão: Nas instituições hospitalares, identificar precocemente e isolar paciente com sintomas respiratórios são uma importante medida para evitar risco de transmissão aos pacientes e aos profissionais de saúde. Uma vez diagnosticados casos de fontes bacilíferas em pacientes ou em trabalhadores, é fundamental realizar a investigação de contactantes e identificar viragem tuberculínica, através da comparação entre mantoux basal e pós-contato. Comentários finais: Profissionais da área de saúde têm risco de infecção e adoecimento por tuberculose que varia entre 2 a 20 vezes maior que à população geral. A implementação de procedimentos para um programa de controle ocupacional da tuberculose pode ser útil para a correta identificação e manejo de contactantes de TB, identificação de viragem tuberculínica e de TB ocupacional.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL005

TL005 - O LADO DIREITO DA GRAVATABORBOLETA: DÍVIDA SOCIAL QUE SE ACUMULA NO BRASIL

Ildeberto Muniz de Almeida; Mara Alice Batista Conti Takahashi; Rodolfo Andrade Gouveia Vilela

Introdução: Consequências tardias de eventos catastróficos e acidentes de trabalho (AT) são apontadas na literatura. Trata-se de efeitos físicos e psíquicos pós traumatismos cranianos, fraturas ósseas, amputações, intoxicações agudas, colisões de veículos, presença em acidentes fatais de colegas e outros acidentes graves. Este estudo denuncia a invisibilidade desses efeitos no Brasil. Objetivo: Destacar análises de acidentes como janelas de oportunidade na identificação dos impactos desses eventos. Método: Explorar registros de investigações apoiadas no Modelo de Análise e Prevenção de Acidentes de Trabalho (MAPA) que permitiram identificar lacunas na vigilância e assistência decorrentes dos efeitos tardios de AT. Resultados e discussão: A introdução do MAPA, com representação de eventos como gravata-borboleta estimulou busca ativa de casos de cefaleias, necroses ósseas, redução de mobilidade articular, déficits cognitivos, amnésias, déficits funcionais respiratórios e neurológicos como consequências tardias ou manifestações do lado direito da gravata. A invisibilidade desses impactos enseja tratamentos fragmentados e não resolutivos, sequelas incapacitantes para o trabalho não reconhecidas no SUS, INSS e nem nas empresas, resultando em demissão imotivada, desproteção social e agravamento dos casos. Conclusão: Serviços de saúde do trabalhador devem adotar busca ativa de impactos tardios, medidas de mitigação e de prevenção desses AT. As definições adotadas em sistemas de vigilância devem incluir impactos que atinjam familiares, pessoas próximas, transeuntes, moradores da vizinhança de sítios afetados e outros cuidados que permitam reconhecer as origens e tipos de consequências tardias (de saúde, ambientais, sociais, jurídicas, etc.) dos acidentes do trabalho.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL006

TL006 - FÓRUM AT: EDUCAÇÃO CONTINUADA PARA A ANÁLISE E PREVENÇÃO DE ACIDENTES

Ildeberto Muniz de Almeida; Rodolfo Andrade Gouveia Vilela

Introdução: No final da década 2000-10 estudos apontavam a atribuição de culpa a vítimas de acidentes do trabalho como espécie de segunda punição que se somava a outras consequências desses eventos. Culpar a vítima também implicava em inibir a prevenção. A difusão da noção de que a causa de acidentes seriam atos inseguros cometidos pelas vítimas passou a ser criticada pelos defensores de novo olhar para a prevenção. Objetivo: Relatar principais aspectos e atividades desenvolvidas em iniciativa de educação permanente criada em 2008 com objetivo de ajudar a desconstruir a noção de culpa da vítima. Método: Estudo descritivo apoiado em análise de registros de portal internet (primeira e segunda versões) e publicações afins. Resultados e Discussão: A iniciativa associa Portal (www.forumat.net.br) e encontros presenciais (EP) realizados no estado de São Paulo. De 2008 a 2018 aconteceram 67 eventos, dos quais mais de uma dezena com convidados internacionais. Em 2018 o portal teve 21.581 usuários, 31.691 sessões ensejando 162.706 visualizações. O portal disponibiliza arquivos de apresentações, difusão de notícias, biblioteca e materiais didáticos de livre acesso. Além disso, vídeos das gravações dos EP e de entrevistas com especialistas são difundidos em Canal Youtube com 28.063 visualizações desde 2011. Conclusão: O portal Fórum AT ajuda a difundir compreensão de acidentes como fenômenos psico-organizacionais e a manter o tema da prevenção de acidentes nas agendas científica e política do país.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL007

TL007 - TRAGÉDIA EM BRUMADINHO: DESASTRE INEVITÁVEL OU ECOS DE MARIANA? PARTE 01

Ildeberto Muniz de Almeida; Rodolfo Andrade Gouveia Vilela

Introdução: Três anos depois de Mariana o rompimento da barragem do Córrego do Feijão (BCF), em Brumadinho, MG abala o país. Segundo dirigentes da Vale não havia problemas de segurança na barragem. Objetivos: Este ensaio estimula reflexões. O que fazer quando o problema acontece onde tudo estaria em "perfeitas condições"? Métodos: Leitura e visualização de reportagens e documentos buscando achados que confirmem e permitam questionar a explicação da empresa. Neste poster é explorada a versão da empresa. Resultados: Relatório de empresa alemã que inspecionou a barragem em setembro passado afirma que não havia "falhas estruturais" e "nenhum dano foi encontrado". A investigação do ocorrido deveria explorar em que consistem avaliação e critérios usados no relatório, a história da TUV SUD - já suspensa por comitê da "Organização das Nações Unidas por não seguir procedimentos e [...] validação positiva a [...] projetos, mesmo que tivesse preocupações" (https://flip.it/rCUpKM) -e papéis de organismos governamentais. Todos precisariam ser comparados com os melhores critérios descritos na literatura. Se com tudo perfeito a tragédia é possível a prevenção precisa considerar se a existência de barragem construída com a tecnologia de Brumadinho pode ser socialmente aceitável. Caberia à legislação definir a quem compete tal decisão: técnicos da empresa? Do governo? Processos com participação das comunidades potencialmente atingidas? Considerações finais: Análises de acidentes precisam considerar a natureza em si de perigos, riscos e estratégias políticas de envolvidos na história do ocorrido.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL008

TL008 - TRAGÉDIA EM BRUMADINHO: DESASTRE INEVITÁVEL OU ECOS DE MARIANA? PARTE 02

Ildeberto Muniz de Almeida; Rodolfo Andrade Gouveia de Vilela

Introdução: Três anos depois de Mariana o rompimento da barragem do Córrego do Feijão (BCF), em Brumadinho, MG sacode o país. Segundo dirigentes da Vale não havia problemas de segurança na barragem. Objetivos: Este ensaio estimula reflexões: como analisar evento em que tudo estaria em "perfeitas condições"? Métodos: Leitura e visualização de reportagens e documentos buscando achados que sugiram origens da tragédia. Resultados: Dado que a BCF rompeu impõe-se questionar: Que razões explicam o ocorrido? O elevado número de trabalhadores na zona mais atingida faz eco a achados de Mariana seja pelo não funcionamento do sistema de alarmes seja, pela localização de prédios administrativos e restaurante à jusante da barragem em condições que dificultavam evacuação rápida e em segurança quando necessário. Em Mariana, o distrito de Bento Rodrigues, destruído pelos "rejeitos", também estava a jusante de barragem e seus moradores também não foram alertados por alarmes. A BCF estaria desativada há três anos. Teria a prevenção sido afetada por escassez de recursos, conflitos de metas ou outros fatores? Conclusões: Estudiosos ressaltam a necessidade de cuidados contra interferências do conhecimento de desfechos negativos, os vieses retrospectivo e de resultados durante investigações. Também destacam que desastres feitos pelo homem como o da BCF tem história enraizada no desenvolvimento do sistema e enviam avisos que precisam ser detectados e considerados. Vieses e avisos precisam ser considerados na análise. Brumadinho mostra ecos de Mariana.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL009

TL009 - PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS RELACIONADOS ÀS INTOXICAÇÕES POR AGROTÓXICOS NO BRASIL

Rafael Silva Duarte Almeida; Andrea Franco Amoras Magalhães; Julianne Campos; Larissa Aires Oliveira de Moura; Aline Cristhina Araújo Silva; Joseane Prestes de Souza; Rosylane Nascimento das Mercês Rocha

Introdução: A exposição a agrotóxicos causa impactos ambientais e de saúde pública. Ocorrem anualmente 70 mil intoxicações por agrotóxico que evoluem para óbito, e sete milhões de doenças não fatais. Tais intoxicações são agravo de notificação compulsória no Sistema de Informação de Agravo de Notificação (SINAN), independente de relação com o trabalho. Entretanto há subnotificação no Brasil e no mundo. Objetivo: analisar a epidemiologia dos casos de auxílio-doença relacionados a intoxicações por agrotóxicos no Brasil. Método: Estudo transversal e retrospectivo com base em dados do DATAPREV, divulgados pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social de 2007 a 2015. Resultados: Em 2014, foi registrada no SINAN a maior incidência de notificação de intoxicações por agrotóxicos no Brasil: 6,26 casos para cada 100 mil habitantes. Entre 2007 e 2015, foram notificados 84.206 casos. O benefício auxílio-doença é concedido quando o trabalhador está incapacitado. É categorizado como acidentário quando há evidencia de nexo causal entre adoecimento e trabalho. Entre 2007 e 2015 foram concedidos 341 auxílios-doença por intoxicações por agrotóxicos, sendo 153 deles de espécie acidentária. Apesar de os agrotóxicos serem substâncias amplamente utilizadas e permitidas na legislação brasileira o contato ocupacional com essas substâncias pode gerar prejuízo à saúde dos trabalhadores diretamente expostos. Conclusão: há necessidade do acompanhamento periódico para avaliação da saúde, prevenção do adoecimento e diagnóstico precoce dos quadros de intoxicação. As intoxicações causam impactos econômicos, pois geram absenteísmo, redução de produtividade, sobrecarga dos demais trabalhadores, além de necessidade de suporte previdenciário para os beneficiários do INSS.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL010

TL010 - PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS AGENTES DE VIGILÂNCIA AMBIENTAL DO DISTRITO FEDERAL EM 2018

Rafael Silva Duarte Almeida; Andrea Franco Amoras Magalhães; Julianne Campos; Aline Cristhina Araújo Silva; Larissa Aires Oliveira de Moura; Joseane Prestes de Souza; Rosylane Nascimento das Mercês Rocha

Introdução: O uso de agrotóxicos no Brasil inicia-se na década de 1920 para controle químico de vetores de doenças. Os Agentes de Vigilância Ambiental (AVAs) são uma classe de trabalhadores exposta ao risco químico pelo contato com esses agrotóxicos. Os agrotóxicos inibidores da colinesterase e os piretróides são os mais utilizados na saúde pública. A exposição ocupacional é monitorada pelas avaliações clínico-epidemiológicas e laboratoriais realizadas periodicamente pela Medicina do Trabalho. Objetivos: avaliar essa exposição nos AVAs atendidos no Ambulatório de Toxicologia Ocupacional do Distrito Federal em 2018, identificando o perfil clínico-epidemiológico dessa população. Método: Estudo observacional transversal com servidores da Vigilância Ambiental do Distrito Federal expostos a agrotóxicos. Resultados: Foram avaliados 69 agentes predominando sexo masculino e idade média de 48,8 anos. A população do estudo apresenta longo tempo de exposição, com 71,1% dos entrevistados expostos entre 11 e 35 anos. Foi encontrada baixa adesão ao uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), sendo referida a utilização de luvas e máscaras por 53,6% dos agentes. Os principais sinais e sintomas relatados foram cefaleia, náuseas, prurido, tontura e esquecimento. Conclusão: Apesar de a Medicina do Trabalho do Governo do Distrito Federal se esforçar para uma educação continuada e acompanhamento periódico dos AVAs há uma grande deficiência nos cuidados com a prevenção de intoxicação pela não disponibilidade de EPI, uso inadequado dos agrotóxicos e falta de políticas públicas efetivamente implantadas pelos gestores para mudar essa realidade que gera tantos impactos econômicos e de saúde nessa categoria ocupacional.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL011

TL011 - ACOLHIMENTO ÀS TRABALHADORAS GESTANTES POR UM SERVIÇO DE SAÚDE OCUPACIONAL

Romanniny Hévillyn Silva Costa Almino; Érika Carvalho de Araújo Silva; Cíntia Gouveia Costa de Alcântara; Valéria Regina Carvalho de Oliveira

Introdução: Sabe-se que a gestação é um momento que requer cuidados e que existem vários fatores de riscos gestacionais, dentre eles, os riscos ocupacionais. Nesse sentido, há várias publicações envolvendo à necessidade de proteção das profissionais de saúde gestantes, como, a Norma Regulamentadora nº32 do Ministério do Trabalho e Emprego, a atual reforma trabalhista no âmbito da consolidação das leis trabalhistas – CLT e os protocolos do Ministério da Saúde. Objetivo: relatar a experiência do acolhimento às trabalhadoras gestantes de uma maternidade. Método: trata-se de um relato de experiência. Os atendimentos pela equipe de saúde ocupacional envolveram trabalhadoras regidas pela CLT. Esses ocorreram por demanda espontânea ou durante exames periódicos e/ou consultas para homologação de licença para tratamento de saúde. Resultados: acompanhou-se 34 trabalhadoras gestantes, em 2018. Na ocasião, realizou-se anamnese com atenção à história clínica e reprodutiva, aos dados clínicos e gestacionais, à queixa atual, aos exames, ao esquema vacinal e à identificação dos fatores de risco não ocupacionais e ocupacionais. Além disso, forneceu-se orientações sobre: aspectos fisiológicos e psicológicos, imunização, alimentação saudável, atividade física, direitos das gestantes, restrição laboral e equipamentos de proteção individual e coletivo. Realizou-se ainda encaminhamentos a outros profissionais de saúde e à equipe de segurança no trabalho, assim como imunização e articulação com a chefia sobre restrição laboral. Conclusão: o acolhimento às trabalhadoras gestantes é imprescindível, tendo em vista a exposição aos riscos ocupacionais e à necessidade de proteger à saúde das gestantes e do concepto no ambiente laboral.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL012

TL012 - IMPLEMENTAÇÃO DE UM PROJETO DE SAÚDE VOCAL EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO FEDERAL

Romanniny Hévillyn Silva Costa Almino; Érika Carvalho de Araújo Silva; Cíntia Gouveia Costa de Alcântara; Valéria Regina Carvalho de Oliveira

Introdução: a voz é um instrumento de trabalho dos professores e vários fatores podem interferir na sua saúde vocal, dentre eles, os de natureza individual, ambiental e/ou organizacional. Objetivo: relatar a experiência da implementação de um projeto de saúde vocal em uma instituição de ensino federal. Método: trata-se de um relato de experiência. Participaram do projeto servidores do Instituto Federal do Rio Grande do Norte- IFRN, no período de 2017 a 2018. O projeto contou com campanhas da voz, distribuição de squeezes, oficinas educativas e com atendimentos individuais com enfermeira e fonoaudióloga. Nas oficinas educativas eram abordados alguns tópicos, como, cuidados com a voz. Já nos atendimentos com a enfermeira realizou-se uma avaliação geral da saúde dos servidores, assim como do ambiente e do processo de trabalho. Durante os atendimentos com a fonoaudióloga os servidores eram orientados quanto aos exercícios vocais. Resultados: em 2017, realizou-se 25 oficinas em 21 campi da instituição e contou com a participação de 600 servidores. Em 2018, ocorreram 15 oficinas em 14 campi com a participação de 409 servidores. Ainda nesse ano, houve a realização de 27 atendimentos com a fonoaudióloga e 26 atendimentos individuais com a enfermeira. Houve a distribuição de 300 squeezes. Em 2017 e 2018, no mês de abril, realizou-se campanha da voz com envio de cartazes, folders e vídeos com orientações sobre os cuidados e exercícios vocais. Conclusão: é essencial a implementação de ações que visem a promoção da saúde, prevenção e detecção precoce de distúrbios de voz relacionados ao trabalho.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL013

TL013 - GESTÃO DE EHS COMO ESTRATÉGIA INSTITUCIONAL

Lucio Mauro Alves; Wanderson Carvalho Carreira Silva; Nathalia de Almeida Veiga; Mariana Perucio Batista Sant'Ana; Olavo Guilherme Marassi Filho; Matheus Caetano Benedito;

Introdução: A pergunta que norteou este trabalho foi "Qual a magnitude da implementação do Sistema de Gestão Integrado nas empresas e qual a amplitude dos resultados desta implementação?". Objetivo: Assim, analisou-se o processo de implementação do SGI numa empresa multinacional metalúrgica, comparando-se vantagens e dificuldades a ele inerentes, correlacionando os custos e benefícios observados após a reestruturação do Sistema de Gestão de EHS. Método: Adotou-se como metodologia o estudo de caso. Resultados: Este estudo demostra que esta reestruturação gerou melhorias nos resultados de produtividade, pois interferiu diretamente na cultura e no clima organizacional, proporcionando um ambiente com menos acidentes e melhorias no estilo e qualidade de vida dos trabalhadores da empresa e de seus familiares, gerando retenção de talentos, ratificando diversos estudos científicos. Após 6 anos, evidenciou-se que esta reestruturação gerou um reflexo direto nos seguintes indicadores: econômicos (ROI de mais de U$4,50 para cada U$1,00 investido e queda de 66% do SAT), de saúde (reduções de 67% no absenteísmo total e 85% nos afastamentos por problemas osteomusculares), de segurança (reduções de 82% no número total de acidentes, de 92% na taxa de acidentes com afastamento e de 98,6% na taxa de gravidade destes) e de meio ambiente (melhoria de 51%. na eficiência do PGRS e aumento de cerca de 300% no volume de resíduos reciclados), melhorando assim a produtividade e reduzindo os custos assistenciais. Conclusão: Diante destes resultados fica evidente que o investimento na área de EHS é diretamente proporcional ao lucro, seja este medido financeiramente ou na Qualidade de vida de seus funcionários.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL014

T014 - MAPEAMENTO DO PERFIL PRODUTIVO DE UM TERRITÓRIO DE CAMPINAS/SP

Ana Paula André; Márcia Cristina das Dores Bandini; Sérgio Roberto de Lucca; Paula Caroline Guissi; Juliana Cristina de Oliveira Vedovatto; Filipe Frans Holanda Terzis; José Dias de Araújo Neto; Nathália Beatriz Manara Lellis; Fábio Dias Faria Reis; Ricardo Carlos Cordeiro

Introdução: Reconhecimento do território de atuação de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) é atribuição dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e contribui para aprimorar as ações de atenção à saúde dos usuários e trabalhadores locais. Reconhecer o perfil produtivo do território e os potenciais riscos ocupacionais é necessário, mas nem sempre os ACS estão devidamente capacitados para tal. Objetivos: Capacitar ACS no reconhecimento de riscos ocupacionais e do perfil produtivo em suas micro-áreas. Contribuir para melhorar ambientes e processos de trabalho. Métodos: Visitas de campo feitas por ACS e residentes da Medicina do Trabalho da UNICAMP. Entrevistas com trabalhadores e observação do processo de trabalho, com orientações e devolutiva. Os riscos foram classificados em físico, químico, biológico, ergonômico e de acidentes. Os riscos foram estimados em baixo, médio e alto. Dados foram disponibilizados no Google Maps para as equipes. Resultados: Em três meses, foram avaliados 22 estabelecimentos sendo que 65% permitiu a observação in loco. Os endereços foram importados para o Google Maps, incluindo identificação das empresas, as categorias, o grau e a descrição de risco. O mapa foi disponibilizado na internet para acesso e atualização dos ACS. O reconhecimento seguiu os critérios de um Mapa de Risco. Oficina educativa foi oferecida aos trabalhadores das empresas. Devolutiva foi realizada com apoio dos residentes. Conclusão: Avaliação in loco e entrevistas supervisionadas proporcionaram aos ACS o reconhecimento de riscos até então desconhecidos. Uso de ferramentas gratuitamente disponíveis na internet facilita o manuseio do mapeamento do perfil de risco do território.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL015

TL015 - QUANTO DEVE PRODUZIR UM TELETRABALHADOR? UM ESTUDO COMPARATIVO DA REGULAMENTAÇÃO DAS METAS DE DESEMPENHO NO TELETRABALHO DO JUDICIÁRIO FEDERAL

Evelise Dias Antunes; Frida Marina Fischer

Introdução: O teletrabalho é um assunto discutido mundialmente. Tem surgido numerosas publicações sobre os impactos associado a esta nova forma de organização do trabalho. A alteração do art. 6º da CLT em 2011, equiparou os efeitos jurídicos da subordinação exercida à distância à exercida pessoalmente. Seguindo tendência mundial foi iniciada a implementação do teletrabalho na governança pública brasileira, sendo regulamentado pelo Conselho Nacional de Justiça em 2016, e, conforme a metodologia de gestão estratégica BalancedScore Card adotada desde 2009, foi indicada a obrigatoriedade de serem estabelecidas metas de desempenho superiores para os servidores em teletrabalho, comparadas as metas de trabalho executado nos locais destinados para este fim. Objetivo: analisar as metas determinadas nas regulamentações do teletrabalho no setor judiciário federal. Método: Foram utilizadas a análise qualitativa e documental. As fontes do estudo foram as Resoluções que regulamentam o teletrabalho na Justiça Federal buscadas na internet. Resultados: observou-se que o teletrabalho foi regulamentado em 4 dos 5 Tribunais, sendo o pioneiro na implementação, o Tribunal Regional de Justiça da 4ª Região (TRF4) em 2013. Todas as regulamentações encontradas estipulam metas de desempenho e a elaboração de plano de trabalho individualizado: no TRF3 de até 30%, no TRF4 de até 10%, no TRF5 de no mínimo 15% maiores e o TRF1 ainda não estabeleceu porcentagem. Conclusão: Os resultados sugerem a necessidade avaliar as normas e metas previstas, e os possíveis impactos à saúde dos trabalhadores. Para tanto, haverá que avaliar diferentes ambientes de teletrabalho considerando sua natureza, características físicas e organizacionais.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL016

TL016 - AÇÕES DE SAÚDE DO TRABALHADOR (ST) INTEGRADAS À ATENÇÃO BÁSICA (AB)

José Dias de Araújo Neto; Márcia Cristina das Dores Bandini; Sérgio Roberto de Lucca; Nathália Beatriz Manara Lellis; Fábio Dias Faria Reis; Ana Paula André; Filipe Frans Holanda Terzis; Juliana Cristina de Oliveira Vedovatto; Paula Caroline Guissi

Introdução: A maioria dos trabalhadores brasileiros atua em pequenos estabelecimentos e/ou na informalidade, utilizando serviços da atenção básica (AB). Apesar disso, implementar ações de saúde do trabalhador (ST) ainda é um desafio no SUS e os Centros de Referência de Saúde do Trabalhador (CERESTs) não conseguem atender todas as demandas. Assim, o envolvimento da AB na ST é fundamental para prover uma melhor atenção à saúde dos trabalhadores. Objetivos: Avaliar o impacto das ações de ST em uma Unidade Básica de Saúde (UBS), em Campinas/SP. Métodos: Atendimento de trabalhadores do território de uma UBS, realizados pelos residentes de medicina do trabalho com supervisão docente, suporte e apoio matricial aos demais profissionais de saúde. Os atendimentos visam reconhecer doenças relacionadas ao trabalho (DRT), notificá-las, prover orientações a trabalhadores e empregadores. Resultados: Em 18 meses, foram realizados 141 atendimentos de 98 pacientes (47% homens), sendo 74% assalariados com carteira. Mais da metade (51%) são do setor de comércio e serviços. Doenças osteomusculares corresponderam por 56% dos atendimentos. Foram feitas 8 notificações de DRT. Resultados são compartilhados periodicamente com as equipes. Conclusão: Existe demanda na Atenção Básica que justifique as ações de ST. O perfil de adoecimento dos trabalhadores é diferente da população geral. Os profissionais da AB têm lacunas de conhecimento na área de ST. A participação de médicos do trabalho na AB pode contribuir para aumentar a notificação de DRT.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL017

TL017 - SUBSISTEMA SIASS MÓDULO PERÍCIA: UMA AVALIAÇÃO NO ESCOPO DAS POLÍTICAS SOCIAIS BRASILEIRAS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

Aline Rodrigues de Avila; Sandro Schreiber de Oliveira;

Introdução: Este resumo é fruto de recente pesquisa para tese de doutorado, defendida em dezembro de 2018 Objetivo: estudar o desenvolvimento do Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor Público-SIASS – Módulo Perícia em Saúde, sobre a visão dos gestores, operadores e usuários no estado do Rio Grande do Sul, no escopo das políticas sociais brasileiras. Método: Realizou-se um estudo misto, quali/quanti, tendo como lócus de pesquisa unidades SIASS e órgãos federais que não dispõem de unidades SIASS e assim dependem de outras instituições para realização de suas pericias médicas. A pesquisa ocorreu por meio de entrevistas semi-estruturada e por questionário estruturado. Foi aplicada a sessenta e três servidores, dividido entre: gestores, operadores e usuários. A análise aconteceu por meio de pacote SPSS e por análise de conteúdo. Resultados: Os resultados do estudo foram classificados em duas perspectivas: A primeira abordou as políticas direcionadas aos trabalhadores, o papel do Estado na garantia dessas políticas e a importância da avaliação de política pública como forma de desenvolvimento, a segunda perspectiva, abordou importantes aspectos do desenvolvimento do SIASS no âmbito pericial. Conclusão: Concluiu-se que o Estado precisa interceder por suas políticas públicas, demonstrando compromisso nesse direcionamento, no desenvolvimento e na constante avaliação da política. Salienta-se o papel dos gestores e operadores, que tomaram para si o desenvolvimento da política, não só na parcela que lhes pertence, mas também na sua condução política, econômica e social, o que acarreta prejuízo aos trabalhadores e aos próprios operadores, não notificando o Estado as suas debilidades.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL018

TL018 - DIAGNÓSTICO 360º DA SAÚDE MENTAL EM UMA ORGANIZAÇÃO: INTEGRAÇÃO DE DADOS DA SAÚDE OCUPACIONAL E ASSISTENCIAL

Luiz Antonio Setti Barbosa; Renata Simioni; Renata Tassi dos Santos; Carlos Eduardo Reis de Souza; Suelen Costa dos Santos; Simoni Paim Borges;

Introdução: A saúde mental nas organizações tem relevância cada vez maior, seja pelo absenteísmo/afastamentos ou pelos múltiplos papéis e responsabilidades do indivíduo. Objetivos: avaliar o cenário atual e estabelecer fatores preditivos/relevantes nesta temática (eventos sentinela), definindo plano de ação de curto médio e longo prazo. Método: Para tanto, foram avaliadas as bases de absenteísmo, afastamentos, utilização do plano médico, dos serviços internos de saúde e da aplicação do inventário de Beck para ansiedade em um período de 12 meses. Os dados foram estratificados quanto ao cargo, setor, lotação e evolução ao longo do ano. Resultados: Em uma base total de 5.500 colaboradores, verificou-se que o absenteísmo e afastamentos representaram respectivamente 1% do total de atestados médicos e 10% do total de afastamentos no período estudado. A aplicação do questionário de Beck (totalizando 35% da população), revelou ansiedade moderada a severa em 3% da amostra. Percebeu-se discreto aumento da utilização dos serviços de psicologia e psiquiatria no segundo semestre do ano. Os custos de saúde mental representaram 4% do custo total de plano médico e medicamentos. Foram identificadas 12 áreas da empresa nas quais as médias ponderadas (eventos/HC) foram consideradas relevantes em comparação aos demais setores. Em duas delas, mais de um fator se mostrou significativo. Conclusão - A identificação de fatores preditivos e setores de destaque (eventos sentinela) permitiu foco de atuação proativa em detrimento do foco em acompanhamentos reativos e tardios na evolução da doença, tais como absenteísmo e afastamentos.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL019

TL019 - MODELO DE GESTÃO CORPORATIVA EM SAÚDE FÍSICA PARA MELHORIA DA EXPERIÊNCIA DO COLABORADOR

Luiz Antonio Setti Barbosa; Renata Simioni; Ruth Helena Manoel dos Santos; Leticia Dias da Costa Galeto

Introdução: Com o propósito da consciência do cuidar, desenvolvemos um programa de atendimento que contempla a experiência e acompanhamento do indivíduo que vai da avaliação no pré admissional, receptividade da integração com orientações específicas até o plano de capacitação preventiva e redução de risco no posto de trabalho. Objetivo: Estruturar modelo de gestão com monitoramento humanizado da saúde física dos colaboradores. Método: No pré admissional foi realizado o mapeamento do perfil de saúde física dos colaboradores através da avaliação cinesio funcional (Veronesi, 2013), que auxilia no direcionamento de postos adequados para que não haja impactos osteomusculares. Havendo alterações posturais pré-existentes, o candidato é direcionado pós admissão para capacitação física e é orientado a atuar em postos onde sua queixa não sofra agravo. O programa de ergonomia descreve medidas de regulação específicas ao público com pausas compensatórias, rodízio de tarefas e ginástica laboral (Método OCRA). Como ação pró ativa de redução riscos, são realizadas reuniões mensais com os gestores e engenharia para melhoria contínua de postos e concepção de projetos risco zero. Resultados: 75% dos postos estão fora de risco ergonômico e 9% dos atestados entregues são de CID M. A satisfação dos colaboradores e gestores com a equipe e de saúde é de 97,4% e 94%, respectivamente. Conclusão: Há oportunidade na continuidade do monitoramento a partir da redução de riscos e na cultura ergonômica, como forma de prevenção.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL020

TL020 - AS ESCOLAS MÉDICAS E O ESTUDO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS VOLTADAS À SAÚDE DO TRABALHADOR

Marilurdes Monteiro Barros; Aurea Virginia Pino dos Santos

Introdução: a Portaria Nº 1.823/2012 instituiu a Política Nacional de Saúde do Trabalhador, visando promoção, proteção e redução da morbimortalidade decorrente dos processos produtivos, o que vai de encontro às Diretrizes Curriculares Nacionais da Graduação Médica, que busca a formação generalista, compreendendo o sujeito de modo integral e a saúde em todas as suas dimensões. As Escolas Médicas buscam transformar suas práticas pedagógicas, para se adequar a este cenário introduzindo um modelo de cooperação entre a Universidade e o mundo do trabalho, estabelecendo a relação entre teoria e a prática. Objetivo: descrever a experiência no eixo curricular Integração, Ensino, Serviço e Comunidade, em medicina. Relato de Experiência: O Eixo de Integração Ensino Serviço e Comunidade permeia a estrutura curricular do Curso de Medicina de forma transversal. Isto representa o encontro dos diversos saberes que envolvem os diferentes níveis de complexidade da atenção e os ciclos de vida do cuidado em saúde, dialogando com as políticas e o arcabouço jurídico do Sistema Único de Saúde. O estudo desta política, aborda os principais agravos ocupacionais, os aspectos legais e o impacto do desequilíbrio ecológico sobre a saúde do indivíduo e as relações com o mundo do trabalho. Conclusão: reitera-se a importância do aprimoramento da interação escola-serviço no curso de medicina, propiciando o conhecimento do sujeito-usuário em sua totalidade, a rede em sua integralidade, e formando um Médico que saiba reconhecer os agravos, que atue na relação trabalho – saúde – doença, ampliando a efetividade da política e incorporando intervenções em sua prática.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL021

TL021 - VIABILIDADE DA IMPLANTAÇÃO DA TELEMEDICINA EM AMBULATÓRIO DE SAÚDE OCUPACIONAL

Sarita Geraldo Rosa Barros; Danilo Garcia de Araújo; Sabrina Geraldo Rosa Lemes

Introdução: Na busca pela melhoria da qualidade eficiência e eficácia do atendimento em saúde, a telemedicina vem crescendo exponencialmente, possibilitando serviço em saúde tanto em lugares onde a distância é um fator crítico, quanto em grandes centros promovendo maior comodidade e facilidade ao paciente. Objetivo: Analisar a viabilidade da implantação da telemedicina para realização de eletrocardiograma, eletroencefalograma e espirometria, em ambulatório de saúde ocupacional no ano de 2017. Avaliar a economia em custos diretos e indiretos (tempo perdido para realização do exame; redução do absenteísmo; aumento da produtividade; deslocamento) Método: Trata-se de estudo retrospectivo, observacional, analítico. Realizado em fábrica de papel e celulose, 1.100 colaboradores e unidades florestais em São Paulo, 476 colaboradores. Foi analisado a economia obtida com a implantação dos exames realizados por telemedicina no departamento médico da empresa, em comparação com realização em clínica. Resultados: Considerando apenas o custo direto referente ao valor dos exames, verificou-se uma economia, na matriz, na ordem de 31% para 895 exames (471 eletrocardiogramas, 375 eletroencefalogramas e 49 espirometrias) e, nas filiais, de 61,8% para 209 exames (177 eletrocardiogramas e 32 eletroencefalogramas). A economia foi ainda maior considerando os custos indiretos: 73% matriz e 73,5% filiais. Conclusão: É viável e financeiramente vantajosa a implantação da telemedicina para realização de exames em ambulatório de saúde ocupacional. A busca de redução de custo pelas organizações aliada a uma gestão eficiente e estratégica possibilitam o êxito, à medida que busca novos conhecimentos e coloca em prática, melhorando a qualidade do serviço prestado fortalecendo a organização.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL022

TL022 - CONSEQUÊNCIAS DA QUARTEIRIZAÇÃO NA SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHADOR

Érica Nascimento Batista; Anamália Queiroz de Carvalho Alcântara; Elias José de Alcântara

Introdução: A Lei nº 13467/2017 incluiu o artigo 4o-A na Lei nº 6019/74, passando o nosso ordenamento jurídico a permitir a terceirização em quaisquer atividades da empresa Tomadora de Serviço (atividade meio e fim), assim como a subcontratação pela Prestadora de Serviço (quarteirização), esses fatos acarretam diversas consequências nas relações de trabalho. Objetivos: analisar as consequências da quarteirização da prestação de serviço nas relações de trabalho, especialmente, quanto à segurança e saúde do trabalhador, considerando que a legislação não impõe ao Tomador de Serviço a responsabilidade pela segurança e saúde do trabalhadores da Empresa Subcontratada (quarteirizada) pela Empresa Terceirizada, fato que fragiliza as normas protetivas à saúde e segurança do trabalhador previsto no PCMSO, além de descaracterizar o sistema de proteção nas relações de trabalho, especialmente, quanto ao sistema de quotas de pessoas com deficiência e menor aprendiz. Método: revisão bibliográfica Resultados: A faculdade atribuída a Empresa Terceirizada de subcontratar (quarteirização) quaisquer atividades da empresa, sem atribuir a responsabilidade ao Tomador de Serviço/Empresa Terceirizada pelo meio ambiente e segurança do trabalho da Empresa Quarteirizada, configura um instrumento de fragilização das normas protetivas ao trabalhador. Conclusão: Impõe-se a necessidade de instituirmos entendimentos consolidados para atribuir ao Tomador de Serviço, a Empresa Terceirizada e a Empresa Subcontratada (quarteirizada) a responsabilidade solidária pela saúde e segurança do trabalhador, em caso de quarteirização das atividades, visando à proteção do meio ambiente do trabalho.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL023

TL023 - CASOS DE OTITES AGUDA E CRÔNICA, ASSOCIADAS À PERDA AUDITIVA E TRANSTORNOS DE ANSIEDADE, EM ATENDENTES DE TELEMARKETING DE UMA EMPRESA DO INTERIOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE.

Fernanda Gurgel Fernandes Benjamim; Leonadro L. de Barros; Ruslândia Sâmya S. M. Coelho; Alexandre Eloi F. Paiva; Kalyna Pinto; Oscar de Lima Oliveira

Introdução: Um Serviço Ambulatorial de Medicina do Trabalho, conveniado ao SUS, numa cidade de médio porte do interior do Rio Grande do Norte, vem recebendo e acompanhando, com preocupação, o surgimento de novos casos de Otites Média Aguda e Crônica, associadas à Perda Auditiva e Transtornos de Ansiedade em trabalhadores jovens de Empresa de Telemarketing. A demanda foi iniciada após recente palestra do Serviço na empresa, e vem sendo progressivamente aumentada com o passar dos meses. Os relatos dos pacientes são semelhantes sob vários aspectos, quase sempre com queixa otológica inicial de zumbidose hipoacusia, que progridem para otalgia e, em sequência, para otite, sendo alguns casos mais graves acompanhados de otorragia, percebendo-se, ainda, alteração nas Audiometrias de Controle dos empregados, quando comparadas àquelas realizadas em Exame Admissional. Independentemente do grau de acometimento otológico, todos os pacientes apresentam queixa associada de Transtorno Mental, dos mais leves aos mais graves, sendo o mais comum o Transtorno de Ansiedade, e, em menor incidência, o Transtorno Misto de Ansiedade e Depressão. O quadro clínico apresentado pelos empregados da Empresa de Telemarketing demandam grande seriedade em estabelecer políticas de saúde que visem a promoção e proteção dessa população tão jovem e tão severamente acometida pelos agravos inerentes à profissão, de forma que todo o Serviço Multidisciplinar está engajado em soluções para a problemática.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL024

TL024 - PERFIL DAS DEMANDAS DOS SERVIDORES JUNTO A COMISSÃO QUE AVALIA CONDIÇÕES DE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE EM UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA DO RIO DE JANEIRO.

Rosane Todeschini Borges; Nadia Tavares El Kadi Monteiro Paiva; Márcio Matheus Rosas de Souza; Ana Carolina Bittencourt Ferreira; João Luiz Clara André; Ana Paula Pimentel Mendonça; Neemias Espíndola dos Santos

Introdução: A Comissão Técnica de Insalubridade e Periculosidade (CTIP) avalia as condições de trabalho visando a caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade. Objetivo: Avaliar o perfil das demandas dos servidores junto a Comissão Técnica de Insalubridade e Periculosidade de um serviço de Saúde Ocupacional de uma universidade pública do Estado do Rio de Janeiro. Método: Estudo observacional descritivo longitudinal retrospectivo com base no banco de dados coletados no serviço no período de 02/01/2018 a 30/11/2018. Resultado: Foram feitas 125 solicitações de análise de adicional de insalubridade e/ou periculosidade, emissão de Perfil Profissiográfico Previdênciário e concessão de férias semestrais em 2018. Destas 36/125 (29%) feitas por técnicos de enfermagem, dos quais 35/36 (97%) estão lotados no hospital universitário. Dentre as solicitações dos técnicos de enfermagem temos 13/36 (36%) solicitações de PPP, 11/36 (31%) pleitos por insalubridade máxima, e 9/36 (33%) pleitos por periculosidade. Conclusão: O estudo foi desenhado para que se possa servir de base para possíveis implantação de medidas de gestão das condições de trabalho e saúde do trabalhador, prevenção de doenças ocupacionais, promoção e preservação da saúde do trabalhador.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL025

TL025 - PERÍCIAS MÉDICAS - DOS AGRAVOS CAUSAIS AO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS SERVIDORES PERICIADOS NUMA UNIVERSIDADE PÚBLICA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Rosane Todeschini Borges; Nadia Tavares El Kadi Monteiro Paiva; Márcio Matheus Rosas de Souza; Ana Carolina Bittencourt Ferreira; André Yuossef Blal; João Luiz Clara André

Introdução: Perícia Médica no âmbito da universidade tem como objetivo a avaliação da capacidade física e mental laborativa dos servidores através exames médicos para ratificar ou retificar a necessidade do afastamento laboral temporário ou definitivo, sugerido pelo médico assistente. Objetivo: O presente estudo tem por objetivo a identificação dos agravos causais e a análise descritiva do perfil epidemiológico dos servidores periciados no serviço de saúde ocupacional em uma universidade pública do Estado do Rio de Janeiro. Método: Realizado estudo observacional descritivo longitudinal retrospectivo com base no banco de dados coletados no serviço de saúde ocupacional no período de 02/01/2018 a 31/11/2018. Resultado: Foram realizadas 3.937 perícias no período. Dentre os servidores periciados 73,10% eram do sexo feminino e 16,43% tinham entre 52 a 55 anos. Os cargos com maior incidência de perícias foram Técnico de Enfermagem (35,89%), Assistente administrativo (17,83%), Professor (13,51%), Enfermeiro (10,26%) e Médico (2,67%). As principais causas de afastamento foram: Transtornos mentais e comportamentais (F00-F99): 16,94%; Doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo (M00-M99): 16,71%; Lesões, envenenamento e algumas outras consequências de causas externas (S00-T98): 11,10% e Neoplasias (CID C00 a D48): 6,27% (desses 86,64% malignas). Conclusão: A análise do perfil das perícias médicas é importante para que o serviço de saúde ocupacional possa avaliar se há necessidade de elaborar e/ou concentrar esforços para implementar medidas preventivas que visem eliminar ou mitigar o risco do adoecimento dos trabalhadores.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL026

TL026 - PERFIL DE HIDRATAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS DE UMA INDUSTRIA DE CELULOSE

Thereza Emilia Rosario Lima Brasil

Introdução: A água é essencial à vida e regula diversas funções do organismo. Objetivo: Estudar o perfil de hidratação dos funcionários expostos e não expostos ao calor durante as atividades laborais em uma Indústria de Celulose do Estado de São Paulo. Método: Aplicação de questionário dirigido, respondido voluntariamente pelos empregados com e sem exposição ao calor, classificados de acordo com o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais da empresa e análise dos dados obtidos. Resultados: O número total de participantes foi 213, dos quais 83 possuíam exposição ao calor e 123 sem exposição. 71,81% das pessoas ingerem mais da metade do total de água consumido em 24h durante o horário de trabalho. 23% do total dos entrevistados ingerem de 1 ml a 800ml de água em 24h (21,60% do grupo com exposição ao calor e 22,65% do grupo sem exposição); 39% dos entrevistados disseram ingerir de 801ml a 1,99l de água ao dia (34,93% dos expostos e 42,18% dos não expostos ao calor); 20% respondeu tomar 2 litros ao dia (22,89% dos expostos e 18,75% dos não expostos); 18% disseram tomar mais que 2 litros de agua ao dia (20,49% no grupo exposto e 16,42% do grupo não exposto). Conclusão: 82,16% dos entrevistados ingerem menos de 2l de água por dia. Mais da metade da quantidade de água ingerida em 24h pelos entrevistados ocorre no trabalho (71,8%). A média diária total de água consumida para ambos os grupos foi de 801ml a 1,9l.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL027

TL027 - CONSTRUÇÃO DA COMPETÊNCIA DE JUÍZO MORAL NA RESIDÊNCIA MÉDICA EM SAÚDE DO TRABALHADOR

Ecléa Spiridião Bravo; Ildeberto Muniz de Almeida

Introdução: a especialização em Saúde do Trabalhador é reconhecida como associada à abordagem de situações paradoxais conflituosas agravadas pelas mudanças rápidas e radicais do mundo do trabalho, com exigências para os profissionais responsáveis pela proteção à saúde do trabalhador que são desafiados a rever suas práticas. Como decorrência desses aspectos é crescente a ideia de que formação nesse campo deve incluir competências ditas de juízo moral ou de profissionalismo que orientem o formando em situações de tomada de decisões em situações de conflito potencial. Objetivo: analisar formação médica em nível de pós-graduação para atuação em saúde-trabalho e práticas institucionais de enfrentamento do profissionalismo. Método: comunicação preliminar de pesquisa qualitativa realizada via análise documental e entrevista, apoiada em questionário semi estruturado, com coordenadores de PRM de escolas com importância histórica que nos últimos dez anos ofereceram residência médica em Medicina do Trabalho. Resultados: achados revelam que residentes ficam inseguros para notificar acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho ao estabelecer o nexo, para não "culpabilizar" as empresas. Ao mostrar essa resistência emerge outra questão: como enfrentar os constrangimentos criados pelo impedimento de agir eticamente diante das contradições para a saúde dos trabalhadores em detrimento da prevenção. Conclusões: especialização em ST precisa otimizar a utilização de situações reais e concretas de trabalho assim como de estudos de casos para desenvolvimento de competências de juízo moral.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL028

TL028 - ESPECIALIZAÇÃO EM DISPUTA: STRICTO SENSU OU LATO SENSU EM SAÚDE DO TRABALHADOR

Ecléa Spiridião Bravo; Ildeberto Muniz de Almeida

Introdução: Comunicação preliminar de estudo sobre Programas de Residência Médica (PRM) em Saúde do Trabalhador revela que esse campo de formação tem sofrido grandes transformações desde a sua criação (2003). Objetivo: analisar a formação médica em nível de pós-graduação para atuação em saúde-trabalho e mudanças nas práticas institucionais. Método: pesquisa qualitativa realizada via análise documental e de questionário semi estruturado com coordenadores de PRM de escolas que nos últimos dez anos ofereceram residência médica em Medicina do Trabalho. Resultados: achados preliminares sugerem que a evolução dos PRM esteja associada a múltiplas influências como mudanças em perfil epidemiológico, transformações tecnológicas e organizacionais no mundo do trabalho, a evolução dos conhecimentos, mudanças na vida política e institucional do país com destaque para o enfraquecimento de sindicatos e implantação de área de ST no SUS. Discussão: Este estudo sugere que PRM não se afirmaram como espaço privilegiado de formação de profissionais para atuação em ST no SUS e que um fator contributivo desse processo seja possível efeito de competição intradepartamental entre programas de residência médica e de pós graduação stricto sensu. O desenvolvimento desses últimos teria assumido importância maior que a dos de residência. A evolução de carreira docente vinculou-se à dos programas de PG. Preceptoria e atuação docente em PRM perderam importância. Conclusão: a pós-graduação stricto sensu pode estar concorrendo com os PRM em ST.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL029

TL029 - ACIDENTE PERFUROCORTANTE EM PROFISSIONAIS DA SAÚDE

Alexandre Reis BROM

Introdução: Considera-se positivo, o trabalho, quando é capaz de realizar as necessidades de subsistência; e negativo quando o homem expõe-se constantemente aos riscos ocupacionais (fatores químicos, físicos, mecânicos, biológicos, ergonômicos e psicossociais) presentes no ambiente de trabalho(AT), ficando comprometido Objetivos: Acidentes envolvendo agulhas são responsáveis por grande parte das transmissões de doenças infecciosas (80-90%) entre trabalhadores de saúde e o risco de transmissão de infecção de uma agulha contaminada é de um em três para hepatite B, um em trinta para hepatite C e um em trezentos para HIV. Métodos: Trata-se de estudo quantitativo, exploratório e descritivo, desenvolvido em um Hospital Estadual de Urgências de Goiânia. Resultados: Na investigação dos acidentes registrados no período entre 2010 e 2014, foi constatada a ocorrência de 114 acidentes de trabalho com exposição à material biológico, envolvendo profissionais e acadêmicos. No período estudado, as maiores injúrias foram os setores de pronto atendimento e centro cirúrgico. Conclusão: Os resultados reafirmam que as estratégias preventivas adotadas estão sendo insuficientes ou devem ser reformuladas (treinamento, visitas de inspeção aos locais de trabalho e orientações individuais).

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL030

TL030 - IMPLEMENTAÇÃO E AVALIAÇÃO DE UM PROGRAMA DE BOAS PRÁTICAS DE SONO EM TRABALHADORES DE TURNO FIXO NOTURNO: EFEITOS NOS NÍVEIS DE FADIGA E DE SONOLÊNCIA

Leonardo Tavares Câmara; Ana Paula Monteiro Amaral

Introdução: O sono é imprescindível para a manutenção de uma vida saudável. A falta e/ou hábitos inadequados de sono repercutem-se nas atividades desenvolvidas dentro e fora da empresa, podendo afetar a saúde e bem-estar do indivíduo, bem como a ocorrência de erros e acidentes no trabalho. Objetivo: 1)Avaliar os níveis de fadiga e sonolência dos trabalhadores em turno noturno de uma empresa, permitindo a identificação dos trabalhadores considerados de risco; 2) Desenvolver, implementar e avaliar um programa de boas práticas de sono no grupo de trabalhadores de alto risco. Método e Resultados: Na avaliação inicial participaram 471 funcionários, com uma idade média de 32,1 anos (DP=8,6), 94,9% do sexo masculino e 5,1% do sexo feminino. Após a análise dos primeiros resultados, relativamente aos níveis de fadiga e sonolência, 9,6% (N=45) foram classificados como sendo de alto risco, e foram incluídos no programa de intervenção. Estes últimos, apresentavam uma idade média 31 anos (DP=7,3), variando entre 19 e 43 anos. Quanto à distribuição por sexo, 93,3% são do sexo masculino e 6,7% do sexo feminino. Na avaliação pré e pós intervenção utilizámos a Escala de Sonolência de Epworth e a Escala de Fadiga de Chalder. Os principais resultados sugerem uma redução significativa (p<0.001) dos níveis de fadiga e de sonolência dos trabalhadores em turno noturno, após o programa de intervenção. Conclusão: Em conclusão, os resultados obtidos no presente trabalho reforçam a importância do desenvolvimento de programas de boas práticas de sono, no contexto laboral.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL031

TL031 - AVALIAÇÃO DA SONOLÊNCIA DIURNA E FADIGA EM PROFISSIONAIS QUE ATUAM EM UNIDADES MÓVEIS DE ATENDIMENTO DE URGÊNCIAS

Alessandra Batista de Campos; Rogério José de Almeida; Antonio Márcio Teodoro Cordeiro Silva

Introdução: No processo de trabalho do Atendimento Pré-Hospitalar evidencia dois agravos importantes que tem transformado em problemas crônicos: sonolência excessiva diurna e fadiga. E estão associados à redução da capacidade ocupacional, problemas de segurança e agravo a saúde do trabalhador. Objetivos: analisar a relação entre sonolência diurna e fadiga nos trabalhadores do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência do Distrito Federal. Método: Trata-se de um estudo transversal analítico com abordagem quantitativa. Para a coleta de dados foram utilizados um questionário e duas escalas que permitiram a investigação: dados sociodemográficos, fadiga e sonolência. Na análise dos dados, recorreu-se à estatística descritiva, aos testes estatísticos e a análise de correlação de Pearson. Participaram da pesquisa 323 profissionais: técnico de enfermagem, enfermeiro, condutor e médico. Resultados: evidenciaram a prevalência do sexo masculino (64,7%), faixa etária < 40 anos (51,4%), casados (64,1%), técnico de enfermagem (43,7%). Os níveis de fadiga, os escores > 4 corresponderam (44,9%) e os níveis de sonolência os escores > 10 equivaleram (36,5 %). O sexo feminino está associado a níveis de fadiga (p < 0,001) e sonolência (0.015). Os não praticantes de atividade física estavam com níveis de fatiga (0.004). O técnico de enfermagem com níveis de fadiga (p < 0,001). Os insatisfeitos com o trabalho mais a relação de fadiga (p< 0,001). Conclusão: Conclui-se que os gestores devem perceber e discutir junto com os trabalhadores possibilidades de melhoramento do ambiente de trabalho e condições de vida, servindo de subsídio para formulação de políticas públicas.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL032

TL032 - CUIDADOS NO MANEJO DE AGROTÓXICOS E USO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPIS) PELOS TRABALHADORES, EXPOSTOS A AGROTÓXICOS, ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO DE TOXICOLOGIA OCUPACIONAL DO DISTRITO FEDERAL

Julianne Campos; Rafael Silva Duarte Almeida; Larissa Aires Oliveira de Moura; Aline Cristhina Araújo Silva; Andrea Franco Amoras Magalhães;

Introdução: O Brasil tem registrado considerável aumento do volume de agrotóxicos utilizados na agricultura convencional nas três últimas décadas. Com o título de maior consumidor mundial de agroquímicos desde 2008, o Brasil responde por 86% desse mercado na América Latina. Objetivos: Identificar os cuidados no manejo de agrotóxicos e uso de EPIs pelos trabalhadores rurais, expostos a agrotóxicos, atendidos no Ambulatório de Toxicologia Ocupacional do DF. Método: Os dados foram coletados por meio de instrumento, contendo informações pessoais, ocupacionais e de exposição a agrotóxicos. As avaliações médico-laboratoriais anuais são realizadas em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (EMATER-DF). Foram avaliados 189 pacientes sendo que, destes, foram selecionados 119, conforme critérios predefinidos. Resultados: A maioria (82,4%) relatou uso regular de pelo menos um EPI: botas (77,3%); luvas (68,1%); máscara (58,8%); óculos/viseira (43,7%); macacão (20,2%); e 13,4% relataram não fazer uso deles. Ademais, observou-se comportamentos de risco relacionados à intoxicação humana e ambiental. Verificou-se que 79,8% alegavam sempre respeitar o tempo de carência do produto; 77,3% afirmaram designar local exclusivamente utilizado ao armazenamento de pesticidas; 79,0% relataram que as embalagens vazias eram recolhidas ou destinadas aos pontos de coleta; e 72,3% indicaram aplicar métodos alternativos a fim de diminuir o uso de agrotóxicos e, consequentemente, as exposições humanas. Conclusões: É imprescindível reforçar o uso de EPIs, associado às correições comportamentais e de maus hábitos. A proteção permanente à saúde do trabalhador é ferramenta indispensável à saúde de toda a população.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL033

TL033 - TRABALHADORES EXPOSTOS E INTOXICADOS POR AGROTÓXICOS – AMBULATÓRIO DE TOXICOLOGIA OCUPACIONAL DO DISTRITO FEDERAL.

Julianne Campos; Rafael Silva Duarte Almeida; Larissa Aires Oliveira de Moura; Aline Cristhina Araújo Silva; Andrea Franco Amoras Magalhães

Introdução: O uso de agrotóxicos no Brasil tem sido amplamente incentivado nas últimas décadas. Contudo, as violações às normas de biossegurança ocorrem frequentemente, preocupando especialistas em saúde e segurança do trabalho, pois intoxicações exógenas são importantes causas de morbimortalidade. Objetivos: avaliar o perfil dos trabalhadores rurais, expostos a agrotóxicos, atendidos no Ambulatório de Toxicologia Ocupacional do DF. Método: Os dados foram coletados por meio de instrumento, contendo informações pessoais, ocupacionais e de exposição a agrotóxicos. Além dos dados clínicos, também coletaram-se materiais biológicos para avaliar alterações laboratoriais sugestivas de exposição excessiva. Para tanto, foram solicitados exames como hemograma, glicemia de jejum, colesterol total, triglicerídeos, ureia, creatinina, TGO, TGP e colinesterase plasmática (indicador biológico de exposição ocupacional). Resultados: As avaliações médico-laboratoriais anuais são realizadas em parceria com a EMATER. Ao todo, avaliaram-se 189 trabalhadores e selecionaram-se 119. Destes, 76,5% são homens, idade média de 44,9 anos e 58% estudaram até o ensino fundamental. O perfil ocupacional mostrou que 31,1% trabalhavam de 11 a 20 anos na atividade; 63,9% declararam ser autônomos; 84,9% mencionaram ter contato direto com agrotóxicos; e 13,4% relataram não fazer uso de EPIs. Segundo critérios clínicos e laboratoriais, identificaram-se 14 casos de intoxicação crônica, representando 11,8% do total de participantes. Após as entrevistas, os participantes receberam orientações para minimização dos riscos de contaminação a partir da mudança comportamental em suas atividades laborais. Conclusão: Finalmente, observou-se que, embora tenham sido identificadas deficiências nas práticas de manejo de agrotóxicos, houve adoção, na maioria dos casos, dos procedimentos de segurança.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL034

TL034 - PNEUMOCONIOSE POR SÍLICA COMO DOENÇA OCUPACIONAL NO BRASIL

Leonardo Ruiz Casemiro; Eduarda Ferro Agulhão

Introdução: A silicose é a mais antiga, grave e prevalente das doenças pulmonares relacionadas à inalação de poeiras minerais. É a pneumoconiose com maior prevalência no País. O risco do desenvolvimento depende da concentração, da superfície e tamanho da partícula, duração da exposição, tempo de latência, da forma de sílica cristalina e do fato das partículas serem recém quebradas (perfuração de poços, jateamento). Objetivo: Caracterizar a importância da silicose como doença ocupacional no Brasil. Método: Definidos os descritores através do DeCS do portal Regional BVS. Selecionado "silicose" (D012829). Foram submetidos a pesquisa na biblioteca publica PubMed.gov, Scielo e Google Acadêmico. Os artigos e monografias de maior relevância foram selecionados e submetidos a uma revisão integrativa. Resultado: No período de 2008 a 2018, foram notificados 5886 pacientes internados. Alta prevalência foi encontrada em trabalhadores da construção naval e cavadores de poços. Minas Gerais tem a maior prevalência com destaque as atividades de mineração, garimpo e lapidação. Conclusão: Estima-se que cerca de 1.815.953 trabalhadores vinculados a empregos formais estão expostos à sílica por mais de 30% de sua jornada. Os dados epidemiológicos, apesar da obrigatoriedade de sua notificação, são escassos. Minas Gerais apresenta a maior casuística nacional de silicose, que provém da mineração subterrânea de ouro, onde já foram registrados 4000 casos. É necessária a melhoria no diagnóstico e no controle de exposição dos trabalhadores, difundir o conhecimento através da educação continuada, bem como aumentar a fiscalização nas ocupações de risco, com o cumprimento das normas estabelecidas.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL035

TL035 - APOSENTADORIA ESPECIAL NO SERVIÇO PÚBLICO: ADOÇÃO E INSTITUCIONALIZAÇÃO DE UM RITO PROCESSUAL PRÓPRIO

Hugo Ricardo Valim de Castro; Gustavo de Almeida

Introdução: A aposentadoria especial do servidor público, prevista na Constituição Federal (CF) de 1988, exige a edição de uma Lei Complementar (LC) para sua efetivação. Essa LC, entretanto, ainda não foi editada. Tendo em vista o julgamento de sucessivos mandados de injunção requerendo a aplicação do direito previsto na CF, o Supremo Tribunal Federal editou a Súmula Vinculante nº 33/2014, que determinando que se apliquem ao servidor público as regras do Regime Geral da Previdência Social (RGPS) até a edição de LC específica. Os órgãos públicos, entretanto, não dispunham, via de regra, dos registros histórico-laborais de seus servidores, exigíveis no âmbito do RGPS para concessão da aposentadoria especial. Assim, foi necessário recorrer a fontes de informação diversas para assegurar o direito dos servidores. Método: Um órgão público federal desenvolveu e institucionalizou um rito processual próprio, baseado num sistema de Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) eletrônico, alimentado a partir de dados constantes dos registros de lotação dos servidores e dos laudos técnicos de insalubridade e periculosidade realizados pela Delegacia Regional do Trabalho (DRT). Os médicos do trabalho desse órgão foram chamados a auxiliar no preenchimento de campos específicos do PPP e a emitir parecer individualizado para cada servidor. Discussão: Assim entre 2015 e 2017, foram julgados 351 processos, resultando no reconhecimento do direito de 294 servidores (83,7% do total de requerentes) à aposentadoria especial. Exposição a hidrocarbonetos aromáticos (55,6%), ao ruído (23,7%), aos microorganismos (10,7%) e ao chumbo (7,1%) foram os principais fatores que ensejaram a concessão do benefício.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL036

TL036 -ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL "IN LOCO" COM ELETRICISTAS PARA ADEQUAÇÃO DE PESO PARA TRABALHO EM ALTURA

Jose Rafael Assad Cavalcante; Juliana Boscoli Soler Morete; Zelia Caetano de Lima Gomes

Introdução: Em função das normas de segurança para utilização de equipamentos para trabalho em altura com pessoas acima de 100kg, empresa do ramo de Energia, ao mapear o peso de seus eletricistas, e descobrir que vários estavam acima ou próximo desse peso, resolveu contratar uma nutricionista para realização de atendimento personalizado "in loco". Objetivos: O trabalho consistia de consultas mensais nas quais os colaboradores eram pesados e medidos, calculado seu IMC e porcentagem de gordura. Então foi passado um plano alimentar e orientações nutricionais, juntamente com a ajuda de um aplicativo de celular, um sistema online, no qual o colaborador tem livre comunicação com a nutricionista, a plataforma tem todas as ferramentas que um profissional de nutrição necessita, para calcular e registrar planos alimentares, armazenar dados, visualizar e alterar o diário alimentar do paciente sempre que necessário. Resultados: Por se tratar de uma consulta dentro da empresa e durante o horário de trabalho tivemos uma excelente adesão e resultados, todos os colaboradores que seguiram as orientações tiveram importante redução de peso. Conclusão: O trabalho foi extremamente positivo. Alcançou os resultados propostos, e hoje estamos fazendo o trabalho de manutenção desses colaboradores.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL037

TL037 - AVALIAÇÃO PERICIAL DA GESTANTE EXPOSTA A GASES ANESTÉSICOS EM CENTRO CIRÚRGICO

Jose Rafael Assad Cavalcante; Leticia D'Alcantara Calmon Cavalcante; José de Oliveira Costa Filho

Apresentação do Caso: MCRB,31 anos, instrumentadora cirúrgica de cirurgião pediátrico,gestante. Ficou em benefício previdenciário os três primeiros meses de gestação,de julho a outubro de 2018, devido ao risco de complicações na gestação em função dos gases anéstesicos usados no centro cirúrgico. Após encerramento do benefício não foi autorizada a retornar ao trabalho pelo médico do trabalho, devido a exposição aos gases. Passou então por 3 novas perícias e todas foram indeferidas, uma vez que a gestação estava normal,sem intercorrências. Discussão: Não há na literatura médica comprovação de que após os 3 primeiros meses os gases anestésicos são prejudicais, além do fato do INSS não ter função preventiva. Orientada a caso não concordasse com a decisão que solicitasse ao médico do trabalho documentação comprovatória da relação prejudicial entre os gases e a gestação, porém nas perícias seguintes não apresentou documentação alguma. Comentários Finais: A legislação previdenciária não prevê casos nos quais não há doença incapacitante instalada, de forma que a prevenção é função da medicina do trabalho (direito constitucinonal trabalhista).

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL038

TL038 - INCAPACIDADE LABORATIVA PARA OPERADOR DE MÁQUINA NIVELADORA QUE POSSUI CDI (CARDIODESFIBRILADOR IMPLANTÁVEL)

Jose Rafael Assad Cavalcante; Leticia D'Alcantara Calmon Cavalcante; José de Oliveira Costa Filho

Apresentação do Caso: CLM, 50 anos, operador de máquina niveladora devido a patologia cardiaca,ficou em benefício previdenciário espécie B31 de 01/2017 até 07/2018 Iniciou com quadro de síncopes em novembro de 2016,vindo a implantar cardiodesfibrilador em agosto de 2017. Teve benefício encerrado pelo INSS considerar que encontrava-se com doença cardíaca estável,tratada com cirurgia, fazendo uso de medicações via oral, sem novas internações, sem novos procedimentos,sem sinais de insuficiência cardÍaca. A empresa através do médico do trabalho não autorizou o retorno ao trabalho e o encaminhou novamente ao INSS. Discussão: As diretrizes do DETRAN com relação as patologias cardíacas nada dizem com relação a CDI. Já as Diretrizes Brasileiras da Sociedade Brasileira de Cardiologia para direção veicular em portadores de dispositivos cardíacos eletrônicos implantáveis e arritmias cardíacas diz que o portador de CDI está permanentemente restrito para direção profissional. Comentários Finais: Porém como trata-se de operador de máquina sem exigência de CNH o segurado em nova perícia médica foi encaminhado para o serviço de reabilitação profissional com a seguinte justificativa: trata-se de segurado com presença de CDI devido a patologia cardíaca grave,não encontra-se curado, há risco de parada cardíaca, por isso a implantação do CDI, trabalha como operador de máquina niveladora e pode colocar em risco sua vida e a de terceiros, conforme manual de perícia médica do INSS diz em sua página 27,dessa forma a manutenção em atividade de operador de máquina é totalmente contra indicada devendo ser reabilitado em função que não coloque em risco sua vida e a de terceiros.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL039

TL039 - USO DE TORNOZELEIRAS EM ELETRICISTAS E LEITURISTAS PARA EVITAR TORÇÃO DE TORNOZELO

Jose Rafael Assad Cavalcante; Zelia Caetano de Lima Gomes; Fernando Bombarda de Moraes

Introdução: Devido a incidência de torção de tornozelo nos colaboradores eletricistas e leituristas em uma empresa de Energia, resolvemos implantar em forma de testes o uso de tornozeleiras em uma determinada cidade. Objetivo: diminuir a incidência de torções. Resultados: Ao analisarmos as CATs emitidas pela empresa desde o ano de 2015 tivemos 7 CATs devido a torção de tornozelo de eletricistas e leituristas, que resultaram em um total de 47 dias de afastamento do trabalho. Os colaboradores foram orientados a respeito de como se usar e cuidar de sua tornozeleira, tivemos uma excelente adesão. Cada colaborador preencheu um questionário de avaliação a respeito das tornozeleiras após 6 meses de uso, sendo que qualquer dúvida poderiam falar pessoalmente com o médico coordenador que estava diariamente na empresa. Discussão: Após 6 meses de uso contínuo, observamos uma queda total do nosso índice de torções, nenhum colaborador que fez uso da tornozeleira teve torção de tornozelo nesse período. Conclusão: Devido aos excelentes resultados apresentados em números, estamos analisando a viabilidade de expandir para todos os eletricistas e leituristas da empresa, pois a conta que fazemos não é só dos dias de atestado pagos pela empresa, mas do transtorno causado pela ausência do colaborador que é muito maior. O custo do par de tornozeleira foi baixo.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL040

TL040 - FENÔMENO DE RAYNAUD NO CONTEXTO OCUPACIONAL

Rafael Alves Cordeiro; Rogério Muniz de Andrade

Introdução: Fenômeno de Raynaud (FRy): alteração bem demarcada da coloração dos dedos devido resposta vasoespástica exagerada ao nível das artérias digitais e arteríolas cutâneas. Diversas condições podem estar associadas ao FRy, incluindo fatores de risco presentes no trabalho: vibrações localizadas, cloreto de vinila e baixas temperaturas. Objetivos: Revisão da literatura a partir dos artigos que avaliaram a prevalência do FRy de origem ocupacional. Método: Bases de dados: Medline/PubMed, Embase, Web of Science, SciELO e Lilacs. Critérios de elegibilidade: estudos observacionais que investigaram a prevalência do FRy entre trabalhadores com exposição a vibrações localizadas, ao cloreto de vinila ou a baixas temperaturas, publicados a partir de 1998 em inglês, espanhol ou português. Estratégia de busca: para o Medline/PubMed considerou-se a combinação dos descritores: "raynaud disease", "epidemiology", "prevalence", "occupational exposure", "occupational diseases", "occupational injuries", "cold temperature", "vibration", "vinyl chloride". Esta estratégia foi adaptada para demais bases de dados. Resultado: Busca eletrônica: 64 artigos encontrados, dos quais 18 cumpriram com os critérios de elegibilidade. Destes, 13 eram estudos transversais e 5 eram coortes. Todos os estudos discutiram sobre vibrações localizadas. Em 6 deles, a questão térmica foi considerada. Nenhum abordou o cloreto de vinila. Conclusão: Maior prevalência de FRy entre operadores de ferramentas vibratórias em comparação aos não expostos, com aumento do número de casos quanto maior o nível de vibração e tempo de exposição. O frio é fator desencadeante do FRy e parece exercer papel importante para o surgimento das manifestações vasculares da síndrome de vibração de mãos e braços.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL041

TL041 - SÍNDROME DE BURNOUT: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA SOBRE O NÍVEL DE ACOMETIMENTO PSICOEMOCIONAL EM PROFISSIONAIS DA SAÚDE NO BRASIL

Rodolfo Antonio Corona; Arthur Arantes da Cunha; Fabrizio do Amaral Mendes; Caroline Dias Pastana; Danielle Gonçalves da Silva; Rafael Henrique de Andrade Rodrigues

Introdução: A síndrome de Burnout (SB) pode ser causada pelo desgaste emocional cumulativo da atividade laboral, tornando-se um problema no âmbito trabalhista e social. Atualmente, é definida por uma combinação de três dimensões: Exaustão Emocional (EE), Despersonalização (DS) e baixa Realização Pessoal (bRP). Objetivo: O estudo objetiva evidenciar o nível de comprometimento psicoemocional e avaliar o risco de SB relacionado à atividade laboral em profissionais da saúde. Método: Trata-se de uma revisão sistemática que reuniu artigos científicos publicados entre 2009 e 2018 nas bases de dados eletrônicas. A pesquisa utilizou como descritores os termos: 'síndrome de burnout', 'profissionais da saúde' e 'prevalência no Brasil'. Foram localizados 62 artigos, dos quais 09 foram selecionados para compor a amostra referencial da pesquisa. Resultados: O estudo reuniu resultados de 1933 questionários MBI-HSS aplicados a profissionais da saúde no Brasil. Observou-se que na análise da dimensão da SB referente à EE 27,21% dos profissionais apresentaram alto nível de acometimento, 36,21% nível moderado e 36,58% baixo nível. Quando avaliado o nível de DS caracterizou-se que 29,49% indicaram alto nível, 39,37% moderado e 31,14% baixo nível, por último quando interrogados sobre a bRP 30,47% demonstraram sentir-se altamente desrealizados, 39,58% moderadamente desrealizados e 29,95% pouco desrealizados. Conclusão: A interpretação dos resultados permite concluir que existe um alto risco de SB entre profissionais da saúde, possivelmente devido ao alto grau de responsabilidade exigido pela função, ademais, a falta de valorização e a grande quantidade de estresse oriundo desse tipo de atividade acarreta inúmeros transtornos a esses profissionais.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL042

TL042 - ANÁLISE DO NÚMERO DE ACIDENTES DE TRÂNSITO RELACIONADOS AO TRABALHO POR ATIVIDADE ECONÔMICA NO BRASIL, 2010 A 2016

Rodolfo Antonio Corona; Arthur Arantes da Cunha; Danielle Gonçalves da Silva; Fabrizio do Amaral Mendes; Rafael Henrique de Andrade Rodrigues

Introdução: Os acidentes de trânsito relacionados ao trabalho ou ligados às atividades de mobilidade constituem um problema social, fonte de sofrimento e representam um retrocesso na saúde pública e na economia mundial. Objetivo: Realizar um levantamento epidemiológico dos acidentes de trânsito relacionados ao trabalho, analisando as principais Atividades Econômicas (AE) envolvidas. Método: Trata-se de um estudo descritivo retrospectivo, baseado em dados coletados entre 2010 e 2016, publicados em Anuários Estatísticos da Previdência Social Brasileira. Foram utilizados apenas dados de acidentes com Comunicação de Acidentes de Trabalho, e as AE foram determinadas de acordo com a Classificação Nacional de Atividades Econômicas, elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Resultados: Determinou-se que a Atividade Hospitalar representou a AE com maior número de acidentes de trabalho (8,24%), seguida pelo Comércio Varejista - hipermercados e supermercados (3,05%), Administração Pública em geral (2,71%) e Transporte Rodoviário de Mercadorias (2,64%). Ao analisar a relação entre as causas dos acidentes de trabalho, percebeu-se que o Transporte Rodoviário de Carga apresenta o maior índice de Acidentes de Trânsito (22,14%) e que, em contrapartida, a Atividade de Atendimento Hospitalar apresenta o menor número de acidentes (17,14%). Além disso, houve um crescimento do número de acidentes de trânsito em todas as AE. Conclusão: Esses agravos implicam diretamente na economia nacional e na qualidade de vida do trabalhador. Identificar os setores econômicos com maior número de casos pode fornecer evidências para a formulação de políticas de segurança no trânsito e de atenção à saúde, direcionadas especificamente a cada AE.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL043

TL043 - AVALIAÇÃO DA ASSISTÊNCIA AOS BANCÁRIOS VÍTIMAS DE ASSALTO OU SEQUESTRO E A OCORRÊNCIA DO TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO

Manoel Juvenal da Costa Neto; Sergio Roberto de Lucca; Mara Cristina Ribeiro

Introdução: O aumento da violência urbana, como os assaltos a bancos, tem elevado a exposição dos bancários a situações traumáticas no ambiente de trabalho. Entre os Transtornos Mentais que geram incapacidade laboral, o Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) está entre as principais causas de afastamento do trabalho dos bancários encaminhados à Previdência Social. Estudos apontam para a necessidade de aprofundar o conhecimento sobre o TEPT, suas causas e consequências para as vítimas, através da realização de pesquisas que favoreçam a implementação de medidas preventivas e terapêuticas mais eficazes. Objetivo: Descrever e analisar a ocorrência de TEPT em bancários de um banco público federal expostos assalto /ou sequestro, entre os anos de 2012 e 2017. Método: Trata-se de um estudo descritivo, transversal e de abordagem quanti-qualitativa. Entre os 139 bancários vitimas de sequestros ou assaltos no período de 2012 e 2017, aplicou-se um questionário sociodemográfico e de diagnóstico do TEPT (PCL-5) a 35 participantes da pesquisa. Dos quais foram selecionados, em uma amostra de conveniência, sete sujeitos para realização de entrevista em profundidade. Resultados: Foram identificados 135 bancários expostos a assalto (nove deles a dois assaltos) e sete a sequestro. Destes oito foram afastados por período inferior a 15 dias. Nenhum deles com afastamento imediato superior a 15 dias. Sete bancários preencheram diagnóstico de TEPT. Conclusão: Os entrevistados reconheceram a importância da assistência prestada após a ocorrência traumática. Acolher e assistir os bancários vítimas de assalto e sequestro pode prevenir a ocorrência de TEPT.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL044

TL044 - O FATOR ERGONÔMICO NA ORIGEM DE ACIDENTES DO TRABALHO

Hudson de Araújo Couto; Denis Carvalho Couto

Introdução: As investigações de acidentes do trabalho costumam concluir quanto à responsabilidade exclusiva do trabalhador, pouco atentas às condições de ergonomia que eventualmente tenham contribuído para que o trabalhador não tivesse outra forma de fazer o trabalho a não ser correndo risco. Objetivo: Avaliar a porcentagem de acidentes do trabalho típicos em que a má condição ergonômica teve papel importante na sua origem. Método: 983 acidentes típicos ocorridos em grandes empresas (aciarias, metalúrgicas e fábricas de papel e celulose) foram reanalisados por 3 especialistas em ergonomia utilizando o critério de intersubjetividade cruzada para se concluir quanto à importância ou não da má condição ergonômica. Resultados: Nada menos que em 405 acidentes (41%) o fator condição ergonômica inadequada mostrou-se significativo. Os principais fatores foram ferramenta imprópria ou inexistente (21%), layout inadequado (18%), padrão operacional não contemplando a ergonomia (17%), posição forçada do corpo (16%), piso inadequado (15%), sobrecarga ligada à atividade (10%), meio inadequado de movimentação de materiais (10%), acessos, escadas e rampas de má qualidade (9%), esforços intensos (8%), equipamento ou máquina inadequado para a tarefa (7%) e visão comprometida (7%). Conclusão: Muitas das situações detectadas estão relacionadas à prática administrativa pobre da supervisão, mas outras estão relacionadas a projetos ruins e a descuido quanto a métodos de trabalho. O resultado mostra que, em prevenção de acidentes, tão importantes quanto as ações visando a cultura de comportamento seguro, são as ações de melhoria da ergonomia do trabalho.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL045

TL045 - CARGA MENTAL ENTRE BANCÁRIOS: AVALIAÇÃO UTILIZANDO O MONITORAMENTO AMBULATORIAL DA PRESSÃO ARTERIAL

Hudson de Araújo Couto; Patricia Dias Junqueira Pereira; Fabiana Tobias Giffoni

Introdução: É bem aceito ser a carga mental inerente ao trabalho atual, devendo ser evitada a sobrecarga mental. Objetivo: Avaliar a existência de sobrecarga mental entre caixas e gerentes em agências bancárias de grande médio e pequeno porte em dias de maior movimento e em dias normais. METODOLOGIA: Foi utilizado o Monitoramento Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA), que detecta as alterações do sistema nervoso autônomo simpático diante de situações tensas: aumento da pressão arterial sistólica e diastólica. Método: 18 operadores de caixa e 23 gerentes fizeram o MAPA durante pelo menos dois dias de trabalho, com medida da PA a cada 10 minutos e anotação do que estavam fazendo em cada medida e classificação quanto ao grau de dificuldade. Resultados: Apenas um caixa manifestou sinais de sobrecarga mental, relacionada a insuficiente de pessoal na agência em dia de maior movimento. O mesmo trabalhador teve pressão arterial normal em dia de movimento normal e com o trabalho dividido com colega. Entre gerentes, cinco deles manifestaram hipertensão arterial por sistema lento, lidar com cliente atritado, atendendo à matriz com muitas exigências e com o cliente postado em sua frente e negociação difícil com cliente pessoa jurídica. Conclusão: A existência de recursos humanos suficientes é um fator importante para nível tensional suportável no trabalho dos caixas. Situações de tensão em relacionamento se mostraram capazes de alterar o funcionamento do sistema nervoso autônomo entre gerentes.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL046

TL046 - MEDIAÇÃO DE CONFLITOS E SAÚDE DO TRABALHADOR: RESTAURAÇÃO DO DIÁLOGO E PREVENÇÃO DE PATOLOGIAS NO MEIO AMBIENTE LABORAL

Lucas Alessandro Macedo Tavares Cruz; Samantha Mary de Melo Barbosa Cruz; Suzy Kelly de Melo Barbosa; Felipe Pereira de Castro Sampaio; Leonardo Pereira Cabral

Introdução: A mediação trata-se de método autocompositivo de resolução de conflitos que está intrinsecamente relacionado às relações permanentes e continuadas, assim como ao fato de que se deve observar o conflito de maneira positiva para a construção do diálogo social dentro da relação jurídica empregado-empregador antes de que a demanda evolua à nível Judicial. Cabe ainda ressaltar que o conflito se trata de um fenômeno natural na relação entre todos os seres vivos e, muitas vezes, está relacionado com o adoecimento mental e, por vezes, físico do trabalhador, o que pode acarretar diversas doenças ou acidentes de trabalho. Objetivo: Objetivos: analisar como a mediação extrajudicial pode ser essencial para a restauração do diálogo no meio ambiente laboral e, por consequência, na saúde do trabalhador. Métodos: Epistemologicamente, baseada no método qualitativo e dialético, a revisão sistemática apresentada é sujeita ao processo de seleção dos estudos explicitados e rigorosamente seguidos durante o processo de busca. Resultado: Em razão dos dados e informações obtidas por meio da metodologia adotada, realizou-se discussão epistemológica acerca da restauração do diálogo e prevenção de patologias no meio ambiente laboral por meio da técnica de mediação de conflitos. Conclusão: Concluiu-se que é importante que a equipe de saúde e medicina ocupacional, em especial o médico do trabalho, possua conhecimento técnico, assim como, postura pacifista e tenra a fim de ser um elo de desenvolvimento do processo construtivo de diálogo entre as partes envolvidas, por meio de técnicas próprias da mediação.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL047

TL047 - ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS ACIDENTES DE TRABALHO NA REGIÃO NORTE DO BRASIL, 2012 A 2017

Arthur Arantes da Cunha; Rodolfo Antonio Corona; Danielle Gonçalves da Silva; Yan de Oliveira Castro e Cunha; Fabrízio do Amaral Mendes; Rafael Henrique de Andrade Rodrigues

Introdução: Os Acidentes de Trabalho (AT) são um grave problema de saúde pública com sérios reflexos na economia, devido, principalmente, aos gastos previdenciários. Atualmente, a Previdência Social Brasileira compreende como AT as doenças profissionais, os acidentes de trajeto e os acidentes devido a função profissional desempenhada. Objetivos: realizar uma análise epidemiológica dos AT na Região Norte do Brasil, ocorridos entre os anos de 2012 e 2017. Método: Este é um estudo quantitativo retrospectivo descritivo baseado em dados públicos secundários e oficiais, que foram extraídas dos Anuários Estatísticos da Previdência Social Brasileira de 2012, 2013, 2014, 2015, 2016 e 2017. Foram contabilizados os AT que possuem ou não a Comunicação de Acidentes do Trabalho registrada no INSS. Resultados: Dessa maneira, o quantitativo de AT na Região Norte passou de 31.857 casos em 2012 para 23.859 em 2017, representando uma taxa de redução de 25,10%. Em que o ano com maior número de AT foi 2012 e o ano com menor quantitativo foi 2017. No período, ocorreram 141.308 acidentes na Região Norte e um total de 3.195.376 no Brasil, resultando em 4,42% dos casos nacionais. Conclusão: notou-se uma tendência estatística de decrescimento do número de AT na Região Norte e isso pode ser devido a uma melhor prevenção dos acidentes ou a um aumento da subnotificação, devendo ser considerado o sinergismo entre as duas hipóteses. Todavia, o quantitativo ainda é elevado se comparado a de países desenvolvidos. Fato que evidencia a necessidade de melhores estratégias de prevenção de AT.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL048

TL048 - A INCLUSÃO DO TEMA DA SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NO CURRÍCULO OFICIAL DE ENSINO NA REGIÃO SUL DO BRASIL: UMA REVISÃO DAS PROPOSIÇÕES LEGISLATIVAS ESTADUAIS NO PERÍODO 2007-2018.

Dalton Tria Cusciano; Rogério Galvão da Silva; Luis Fernando Salles Moraes; Mauro Maia Laruccia; Guilherme Masaaki Koreeda; Sérgio Antônio dos Santos

Introdução: O artigo 14 da Convenção 155 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), devidamente incorporada no ordenamento jurídico brasileiro, a qual prevê a inclusão das questões de segurança, higiene e meio ambiente de trabalho em todos os níveis de ensino e de formação, bem como a estratégia 7.1 constante do Plano Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho (PLANSAT), prevê a "Inclusão de Conhecimentos Básicos em Prevenção de Acidentes e SST no Currículo do Ensino Fundamental e Médio da Rede Pública e Privada". Objetivos: identificar a existência de eventuais produções legislativas propostas nas Assembleias Legislativas Estaduais da região sul do Brasil atinente à inserção do tema Segurança e Saúde no Trabalho na rede oficial de ensino estadual, no período de 2007 a 2018. O lapso temporal definido permite analisar 12 sessões legislativas em 03 legislaturas. Método: A metodologia de pesquisa utilizada foi a de revisão sistemática, realizando-se para tanto busca na base de dados das Assembleias Legislativas Estaduais do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Foram utilizadas 05 (cinco) palavras chaves, quais sejam, "saúde ensino", "segurança ensino", "saúde, segurança, trabalhador", "segurança trabalho", "saúde trabalho". Resultados e Conclusão: Os resultados encontrados indicam que até o fechamento deste artigo a inclusão da temática da Segurança e Saúde no Trabalho no currículo oficial de ensino público, por meio de lei estadual na região sul do país ainda não ocorreu, o que contraria tanto o PLANSAT quanto a Convenção 155 da OIT, além de outros normativos federais vigentes.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL049

TL049 - SAÚDE MENTAL DOS TRABALHADORES E RESPONSABILIDADE SOCIAL UM LAÇO FORTE

Gecimara Aparecida Hybner Dalcer

Introdução: Existe um movimento mundial de preocupação com a saúde mental. No Brasil transtorno mental e comportamental é a terceira maior causa de afastamentos do trabalho. O desempenho dos funcionários, as taxas de doença, o absentismo, acidentes e rotatividade de pessoal são todos afetados pelo estado de saúde mental dos trabalhadores. Nas organizações, é preciso promover a saúde e a qualidade de vida no trabalho por meio de ações estratégicas. Consequentemente, o nível absenteísmo é reduzido, as condições de trabalho são melhores e a capacidade produtiva aumenta. Objetivo: Utilizar os projetos sociais mantidos pela empresa para fortalecer a saúde mental de seus empregados. Métodos: Realizar visitas programadas em 1 ano, com todos os colaboradores da empresa para conhecer e vivenciar os projetos sociais mantidos pela empresa em área rural. Aplicar pesquisa de clima organizacional antes e após a visita. Comparar os afastamentos por motivo transtorno mental e comportamental no período desta ação. Resultados: No período a empresa subiu 17 posições no ranking da pesquisa clima organizacional e não houve afastamento por motivo transtorno mental e comportamental Conclusão: Um bom ambiente de trabalho tem impacto importante na saúde mental do empregado e as empresas podem oportunizar as atividades desenvolvidas nos projetos de responsabilidade social para inferir positivamente no clima organizacional fortalecendo a saúde mental de seus empregados.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL050

TL050 - PREVALÊNCIA DE TRANSTORNOS MENTAIS E COMPORTAMENTAIS DOS PROFISSIONAIS DO MAGISTÉRIO DA REDE MUNICIPAL DE CURITIBA EM 2017

Edevar Daniel

Introdução: Os transtornos mentais e comportamentais estão entre as principais causas de perdas de dias no trabalho. No setor da educação, o processo de reestruturação produtiva apresenta novas demandas que impulsionam transformações na organização do trabalho docente. Objetivos: Descrever o perfil dos afastamentos por transtornos mentais e comportamentais dos professores do magistério da rede municipal de Curitiba no ano de 2017. Métodos: O método utilizado para a pesquisa foi descritivo de série temporal com abordagem quantitativa. O universo estudado foi composto por todos os profissionais do magistério pertencentes ao quadro do regime jurídico único do município de Curitiba que se ausentaram do trabalho por transtornos mentais e comportamentais no ano de 2017. Resultados: A Rede Municipal de Ensino de Curitiba, em 2017, é formada por 11350 profissionais do magistério em efetivo exercício, destes 1245 ficaram afastados por Transtorno mental, gerando 26580 dias de ausência com uma média de 9,4 dias por licença, dentro dos afastamentos o grupo Transtornos do humor (F30-F39) esteve presente em 764 professores e o grupo Transtornos neuróticos, transtornos relacionados com o estresse e transtornos somatoformes (F40-F48) em 697 professores. Conclusão: O presente estudo identificou uma alta prevalência de afastamento por transtorno mental, os resultados apontam para a necessidade de avançar os estudos sobre esses transtornos e sobre o trabalho docente, para se compreender melhor as associações encontradas e subsidiar propostas que contribuam para elevar a satisfação no trabalho e melhorar a saúde mental dos professores.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL051

TL051 - A IMPLEMENTAÇÃO DO MAPA DE RISCOS NA FORMAÇÃO ACADÊMICA

Edevar Daniel; Emanuelle Leonel Ferreira; Mayra Coimbra Gonçalves; Aline Tatiane Rampim; Fernanda Yuki Ito; Michelu Mika Hirota

Introdução: Os agravos do trabalho são questões de saúde pública e exigem cuidadoso reconhecimento. O Mapa de Risco é ferramenta útil e prática para tal processo. A sua implementação na prática médica é reforçada pela conscientização no meio acadêmico. Objetivo: Expor o processo de elaboração do Mapa de Risco e apresentar a relevância do uso na graduação, contribuindo com o desenvolvimento de soluções e incentivando o manejo dos riscos. Métodos: Alunos de Medicina da UFPR foram orientados a elaborarem o Mapa de Risco de locais escolhidos por eles, relacionados ao Hospital de Clínicas da UFPR. Então, foram instruídos a: analisar o mapa do local, identificar os riscos, verificar a intensidade e a frequência de cada tipo de risco; e, por fim, propor ações capazes de minimizar os riscos existentes nos locais. Resultados: Os alunos foram divididos em 20 grupos, que analisaram 13 locais distintos. Classificados de acordo com: os cinco tipos de riscos (biológicos, químicos, físicos, acidentes e ergonômicos), a relação com a frequência em que aparecem e a intensidade. Verificou-se que as enfermarias concentraram maior frequência de riscos biológicos, físicos e de acidentes. E, quanto à intensidade, o Setor de Abrigo de Resíduos se destacou por concentrar os cinco diferentes riscos de forma elevada. Conclusão: Conhecer a peculiaridade de cada Setor e entender o funcionamento do mapa de riscos é essencial para o futuro profissional. Foi possível conscientizar e informar os acadêmicos, de forma visual e didática, sobre os perigos existentes em cada local de trabalho.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL052

TL052 - ERETISMO PSÍQUICO ANOS APÓS EXPOSIÇÃO AO MERCÚRIO EM GARIMPO DE OURO: RELATO DE CASO

Diego da Silva Dantas; Maria Júlia Parcias do Rosario; Dvora Joveleviths; Katiane Firmo Dantas; Ana Paula Bressan Filippon; Fabio Fernandes Dantas Filho

Apresentação do caso: Masculino, 53 anos. Internado em unidade psiquiátrica de hospital universitário por síndrome psicótica e parkinsonismo. História de três episódios de delírios paranóides entre 18 e 33 anos de idade, período em que trabalhou em garimpo de ouro. Relatou não fazer uso de equipamento de proteção individual. Aos 45 anos iniciou quadro de instabilidade postural e tremores, tratados como parkinsonismo. Sem história familiar ou pregressa de doença psiquiátrica. Durante internação, realizados exames laboratoriais e de imagem, incluindo dosagens séricas e urinárias de metais pesados, sem alterações. Recebeu alta hospitalar dias depois ainda sintomático e em uso de antipsicóticos. Hipótese de intoxicação crônica por mercúrio. Discussão: Apesar de seus efeitos tóxicos amplamente conhecidos desde a antiguidade, o mercúrio ainda é utilizado em diversos processo industriais, como na extração de ouro e fabricação de lâmpadas. Sua absorção é principalmente pulmonar, mas também ocorre por ingestão e contato com a pele. Uma vez na corrente sanguínea, tem solubilidade em água e em lipídios, interferindo no funcionamento de diversos processos enzimáticos. Deposita-se em diversos órgãos como o sistema nervoso central. A correlação de dose diária de mercúrio na urina e no sangue reflete exposição aguda, porém não tem diagnóstico em quadros crônicos. Comentários finais: Embora o quadro clínico apresentado seja compatível com intoxicação crônica por mercúrio, o diagnóstico é desafiador em virtude do tempo de latência entre exposição e início dos sintomas. É importante a realização de anamnese ocupacional completa, a fim de estabelecer nexo anos após cessada a exposição.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL053

TL053 - BIODESIGN COMO METODOLOGIA PARA INOVAÇÃO EM SAÚDE: O DESENVOLVIMENTO DE UMA PLATAFORMA DIGITAL PARA GESTÃO DA SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHADOR

Rodrigo Bornhausen Demarch; Tatiana Sampaio; Vinícius Franulovic

Introdução: O Brasil passa por mudanças drásticas em seu sistema de saúde: transição demográfica, epidemiológica e envelhecimento populacional, colocando-o em uma situação de alta complexidade quando se pensa em sustentabilidade. A saúde ocupacional é um elemento fundamental na busca por este equilíbrio. Entretanto, ainda existe muito espaço para evolução da gestão da saúde dos trabalhadores. Empresas com maior porte, as que têm mais de 500 empregados, tendem a ter melhor estrutura para atender estas demandas e tratar a saúde do trabalhador de forma estratégica, de modo a gerar valor para trabalhadores, empregadores e para todo o sistema de saúde. Aquelas menores, porém, têm dificuldades para fazer esta gestão de acordo com as Normas Regulamentadoras. Objetivo: Desenvolver uma plataforma digital para gestão da saúde e segurança do trabalhador de pequenas e médias empresas. Método: Utilizamos uma metodologia de inovação em saúde denominada biodesign, que é um processo único, desenvolvido para abordar todas as etapas do processo de inovação em saúde: (1) identificação de uma necessidade não atendida, (2) invenção de uma solução inovadora, (3) desenvolvimento de uma estratégia de implementação dessa invenção. Resultado: Foi construída uma plataforma digital para gestão de segurança e saúde ocupacional para pequenas e médias empresas, já operacional na cidade de São Paulo. Conclusão: Enquanto metodologia de inovação em saúde, o biodesign foi utilizado com sucesso na criação de um novo produto para este mercado. Com esta plataforma, esperamos incrementar a geração de valor para as partes interessadas da cadeia de valor de saúde ocupacional no Brasil.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL054

TL054 - DESENVOLVIMENTO DE UM MODELO DE GESTÃO INTEGRADA DE SAÚDE, REPLICÁVEL E ESCALÁVEL, PARA ORGANIZAÇÕES DE DIFERENTES PORTE E RISCO OCUPACIONAL

Rodrigo Bornhausen Demarch; Diego Roger Silva; Daniele Kallas

Introdução: Modelos de gestão que visam a promoção da saúde no ambiente de trabalho e o gerenciamento mais eficiente dos recursos de saúde têm se desenvolvido globalmente, de forma mais intensa, nos últimos quinze anos. No Brasil, inspirados nestes modelos, começaram a surgir programas de gestão integrada de saúde dentro das organizações, visando integrar a gestão da saúde ocupacional à assistencial e assim, favorecer a construção de um ambiente de trabalho saudável. Tais programas se mostraram efetivos, dando impulso a uma segunda onda de serviços, dessa vez oferecidos por prestadores terceiros, buscando qualificar, padronizar e ganhar escala operacional com tais serviços. Objetivo: Avaliar a escalabilidade e a efetividade de um serviço de gestão integrada de saúde, através de indicadores que permitam: (1) avaliar a experiência em saúde do trabalhador e (2) da equipe de saúde, (3) melhorar a saúde de determinada população-alvo e (4) reduzir custo em saúde. Método: Por meio de ambulatórios corporativos, de organizações de diferente porte, risco e localidade, foram aplicados questionários de saúde e experiência/satisfação baseados na web, a fim de estratificar o risco individual e populacional e a experiência em saúde desses trabalhadores. Resultados: O modelo desenvolvido mostrou-se escalável e replicável e os primeiros resultados obtidos aparentam ser positivos, apesar de incipientes. Conclusão: O modelo de gestão integrada de saúde proposto, até o momento, mostrou escalabilidade e efetividade em alguns objetivos de curto prazo, ainda sendo necessário mais tempo de implantação para mensurarmos a totalidade de seu impacto, conforme os grupos de indicadores acima definidos.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL055

TL055 - INCAPACIDADE LABORAL NA PERÍCIA MÉDICA

Amanda Destefani Evangelista; João Daniel Hobeika; Danyllo Fagundes Evangelista; Isabella Rodrigues Destefani; André Yuji Osugui Mantovani; Renan Furquim Prieto

Introdução: A legislação brasileira descreve diversos direitos do cidadão, entre eles os definidos pela Seguridade Social, incluindo a Previdência Social e seu Regime Geral. Nestes escritos, encontram-se direitos que protegem o cidadão em casos de incapacidade laborativa. O Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), através do instrumento legal da Perícia Médica, é o responsável por conceder o auxílio-doença ou aposentadoria por invalidade, nos casos em que o perito, através da análise estritamente clínica, o definir como cabível. Objetivo: O objetivo desse trabalho foi analisar os conceitos de capacidade e incapacidade laborativa, juntamente aos preceitos legislativos e as interpretações de diversos autores. Métodos: Para o desenvolvimento do trabalho utilizou-se a pesquisa bibliográfica, por meio de uma revisão bibliográfica sobre a incapacidade na perícia médica. Discussão: Nota-se então que, além do cunho social de proteção ao trabalhador, a Seguridade Social cumpre outro papel que vai além daqueles que se pode ver, trata-se dos relacionados à psique do indivíduo. No entanto, os benefícios prestados não cumprem com efetividade a real necessidade do obreiro que precisa de outros tipos de assistência, principalmente por parte da sociedade que visa manter certos paradigmas do tipo: jovens não têm conhecimento suficiente, idosos não têm habilidade com tecnologia, indivíduos incapacitados para uma função não servem para exercer nenhuma outra, etc. Conclusão: Desta forma, a sociedade é primordial para manter um ambiente igualitário em oportunidades de desenvolvimento laboral.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL056

TL056 - O USO DO ESOCIAL PELO MÉDICO DO TRABALHO

Amanda Destefani Evangelista; João Daniel Hobeika; Danyllo Fagundes Evangelista; Isabella Rodrigues Destefani; André Yuji Osugui Mantovani; Renan Furquim Prieto

Introdução: O exercício da Medicina do Trabalho tem sido modificado na atualidade, em decorrência dos processos de reestruturação produtiva, sobre as condições de vida e a saúde dos trabalhadores, exigindo atualização dos profissionais da saúde ocupacional. Com intuito de garantir que as leis sejam seguidas e cumpridas; observou se a necessidade do uso de novas ferramentas tecnologias, criando o e Social, que tem como intuito facilitar as informações dos empregados e empregadores, garantindo as informações previdenciárias e trabalhistas. Objetivo: O objetivo desse trabalho foi compreender a estrutura e a aplicação do eSocial e suas adequações para a Medicina do Trabalho, sendo um agente facilitador entre empregado e empregador. Método: Para o desenvolvimento do trabalho utilizou-se a pesquisa bibliográfica, por meio de uma revisão bibliográfica sobre o eSocial na Medicina do Trabalho. Discussão: O primeiro sistema utilizado para transmitir informações dos contribuintes às administrações tributárias e aos órgãos fiscalizadores foi o Sistema de Escrituração Digital (SPED). Com intuito de aprimorar esse processo de informações, o governo buscará a implantação do eSocial. Conclusão: Desta maneira, o programa tem como objetivo racionalizar e uniformizar as obrigações acessórias para os empregadores, com o estabelecimento de transmissão através de uma única via para os diferentes órgãos de governo, usuários da informação, com maior controle dos prazos de pagamento e prazos. o eSocial permitirá ao médico uma anamnese de datas retroativas, inclusive de empregos passados. Além de facilitar a fiscalização previdenciária, dificultando a existência de fraude, e de desrespeito aos direitos dos trabalhadores.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL057

TL057 - OS DESAFIOS NA IMPLEMENTAÇÃO DE EXOESQUELETOS DE MEMBROS INFERIORES NA LINHA DE MONTAGEM AUTOMOTIVA

Ana Carolina Parise Diniz; Thiago Alves Oliveira; Lucas Alves de Andrade Volpe; Edgard de Oliveira Neto; Luiz Marcelo Marcondes Coelho de Oliveira; Vilson Paulo Tauffer; Douglas Rodrigo Sérgio; Reinaldo Rodrigues de Oliveira; Cláudio da Silva Nunes

Introdução: os exoesqueletos estão cada vez mais inseridos no mercado brasileiro e sabe-se dos benefícios que seu uso podem gerar para a saúde. Entretanto, poucos testes são realizados no ambiente de trabalho para levantar as dificuldades de adaptação a estes novos equipamentos. Objetivo: o presente estudo tem como objetivo apresentar os testes realizados e as dificuldades encontradas na utilização do exoesqueleto de membros inferiores pelos operadores da linha de montagem de uma empresa automobilística. Método: a partir de um estudo de caso, foram realizados testes em 3 etapas diferentes, totalizando uma amostra de 30 pessoas, 10 do administrativo e 20 da produção para que levantassem as dificuldades quanto ao uso do exoesqueleto e sua adaptação ao processo. Resultado: após a utilização foram levantadas 7 dificuldades relacionadas ao uso, entre elas aprender a vestir o exoesqueleto e encaixar as sintas, se adaptar à sensação de calor, se adaptar a sensação de desequilíbrio ao sentar e risco de os pés de borracha enroscarem nos sapatos; e 5 dificuldades relacionadas ao processo produtivo, entre elas: restrição na movimentação juntamente com a linha, quando na postura sentada; e risco de enroscar os pés de borracha no vão da esteira. Conclusão: a partir das dificuldades encontradas chegou-se a conclusão que, por mais que seja sabido dos benefícios dos exoesqueletos, à adaptação do uso aos processos produtivos na linha de montagem automobilística não é tão simples, devido às características intrínsecas das atividades laborais (como tempo, produtividade, agilidade, conforto e aplicabilidade), dificultando sua implementação.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL058

TL058 - PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS A IDEAÇÃO SUICIDA ENTRE FUMICULTORES

Neice Muller Xavier Faria; Anaclaudia Gastal Fassa; Ana Laura Cruzeiro Szortyka; Rodrigo Dalke Meucci; Nadia Spada Fiori

Introdução: Estudos têm apontado alta prevalência de transtornos mentais entre trabalhadores agrícolas revelando várias associações com exposições ocupacionais. Objetivos: identificar a prevalência e os fatores associados com Ideação Suicida entre fumicultores no Sul do Brasil. Métodos: Estudo transversal entre 2400 fumicultores gaúchos, selecionados aleatoriamente e entrevistados durante o período da colheita (verão). Foram coletados dados sociodemográficos, econômicos, ocupacionais e algumas morbidades. O desfecho principal foi obtido através da pergunta "tem tido ideias de acabar com sua vida?". Além disso foram relatadas as tentativas de suicídio e suicídio na família. A análise multivariada foi realizada através de regressão logística, conforme modelo hierarquizado. Resultados: A prevalência de Ideação suicida foi 2,5%, de tentativas de suicídio foi 1,2% e 12,7% relataram mortes por suicídio entre familiares próximos. Pensamentos suicidas predominaram entre pessoas com mais idade e, principalmente, com problemas relacionados às dívidas. Também foram associados a trabalhar em posições forçadas e na exposição intensa aos agrotóxicos. Ter religião evangélica, jornada de trabalho moderada, subir em andaimes e trabalhar na fumicultura por até 11 anos foram fatores de proteção. A Ideação Suicida foi mais frequente entre pessoas com morbidades crônicas: asma, lombalgia crônica, Doença da Folha Verde do Tabaco e Intoxicações por Agrotóxicos. Conclusões: Foram identificados vários fatores ocupacionais associados com ideação suicida, contribuindo para futuras ações de proteção da saúde mental dos fumicultores. A prevalência de ideação suicida, de tentativas de suicídio e de casos de suicídio alerta para a importância de políticas de proteção à saúde mental dos trabalhadores agrícolas.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL059

TL059 - IDEAÇÃO SUICIDA ENTRE TRABALHADORES DA SAÚDE

Neice Muller Xavier Faria; Raquel Ferreira Silveira Klosinski; Luciana De Marco Oliveira; Graciane Rustick

Introdução: Ideação Suicida é um importante indicador de sofrimento psíquico, associado com elevação do risco de suicídio. Contudo entre profissionais de saúde sua dimensão e sua relação com o trabalho nem sempre são conhecidos. Objetivos: identificar a prevalência e fatores associados com ideação suicida entre profissionais de saúde vinculados a serviços públicos de saúde. Métodos: Estudo transversal entre profissionais de uma Secretaria Municipal de Saúde, incluindo todos os serviços (urgência, atenção básica, especialidades, vigilância em saúde e administrativos). Foram examinados aspectos sociodemográficos e características ocupacionais como tipo de vínculo, jornada de trabalho, função e Conflitos Interpessoais no Trabalho (CIT) e Ideação suicida foi captada através do questionário SRQ-20. A análise utilizou Qui-quadrado e Regressão de Poisson para identificar associações. Resultados: Foram entrevistados 597 trabalhadores de diferentes setores e funções sendo encontrada 11,6% com relato de ideação suicida. A prevalência foi maior entre separados/divorciados e pessoas com baixa escolaridade. A análise bruta indicou aumento de risco entre higienizadoras e agentes comunitárias de saúde, que não se manteve na análise ajustada. O principal fator de risco identificado foi a ocorrência de CIT (com Riscos Relativos maiores que 2,0), envolvendo principalmente chefias e colegas. Conclusão: O estudo é consistente com outros que documentaram aumento de ideação suicida entre profissionais de saúde, relacionado a stress excessivo e sobrecarga, e alertaram sobre o risco de suicídio neste grupo. Futuros estudos devem aprofundar o estudo dos CIT, que parecem ter uma dimensão e um efeito bem maior sobre a Saúde Mental que até então reconhecido.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL060

TL060 - LINHA DE CUIDADOS COM A TRABALHADORA GESTANTE E LACTANTE

Camila de Aquino Feijó; Marcelo Pustiglione; Symonne Pereira Tappes; Antonio dos Santos Barboza; Flávia Fazoli da Cunha Freitas Viana

Introdução: Hoje a maioria das mulheres está no mercado de trabalho. Falar de trabalho no contexto da gestante e lactante revela uma dualidade: se por um lado é motivador e importante para a saúde, por outro pode ser causador de doenças. Ocorre que a gestante carrega consigo o concepto, que além de ser outro ser com potencial de sofrer os danos do trabalho, ainda fragiliza a imunidade da mãe. Objetivos: Estabelecer normas para a linha de cuidados para a trabalhadora gestante e lactante (LCTGL) e detalhar os níveis de responsabilidade e de competências dentro do ambiente de trabalho. Método: Foi realizado levantamento de textos legais sobre o tema, buscando esclarecer e sintetizar a legislação vigente e, em seguida, subsidiar a construção de uma linha de cuidados para LCTGL. Resultados: Há uma evolução da legislação brasileira no que tange a trabalhadora gestante e lactante. Desde a CLT e passando pelas Leis 13.287/2016, 13.467/2017 é abordado o tema. Também é necessária a compreensão das Normas Regulamentadoras (em especial as de n. 4, 7, 15 e 32) e da recente resolução do Conselho Federal de Medicina no. 2.183/2018. Após embasamento teórico é apresentada LCTGL considerando os níveis de responsabilidade e competência dos atores envolvidos. Conclusão: É imprescindível um cuidado especial com estas trabalhadoras na exposição aos agentes de riscos ocupacionais, por imposição legal e pelos riscos a que podem estar submetidos mulher e concepto.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL061

TL061 - ASSOCIAÇÃO ENTRE RISCOS PSICOSSOCIAIS E ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO: UM ESTUDO COM SERVIDORES PÚBLICOS DO JUDICIÁRIO

Fernando Ribas Feijó; Neil Pearce; Anaclaudia Gastal Fassa

Introdução: O assédio moral no local de trabalho tem sido descrito atualmente como um dos principais riscos psicossociais nas organizações, com impacto negativo na saúde. Suas causas vêm sendo discutidas, embora ainda faltem evidências epidemiológicas sobre como de fato se dá esse fenômeno. Objetivos: avaliar a associação entre outros fatores psicossociais no trabalho e o assédio moral em uma amostra de servidores públicos do judiciário brasileiro. Métodos: Estudo transversal com amostra de 1667 trabalhadores Judiciário Federal no Rio rande do Sul. Utilizamos a Escala de Segurança Psicossocial (PSC-12), a Job Stress Scale ( JSS) e a Escala de Desequilíbrio Esforço-Recompensa (ERI) para avaliar antecedentes psicossociais do assédio moral no trabalho. O Questionário de Atos Negativos (NAQ-r) foi usado para mensurar o assédio. Utilizou-se regressão logística para testar associações de interesse. Resultados: A prevalência geral de assédio moral foi de 17,7%. Segurança Psicossocial de Alto Risco, Alto Desgaste e Alto desequilíbrio Esforço-Recompensa aumentaram a chance de ocorrer assédio em 3,72 (IC 2,52-5,52), 8,12 (IC 5,51-12,67) e 5,78 (4,06-8,24) vezes, respectivamente. O modelo de regressão logística, incluindo todos os riscos psicossociais, mostrou que todos os fatores psicossociais estavam fortemente e independentemente associados ao assédio moral (p <0,001). Conclusões: Esses achados corroboram a hipótese de que fatores psicosociais e organizacionais no trabalho são determinantes do assédio moral no trabalho. Intervenções para reduzir o assédio moral e proteger a saúde dos trabalhadores devem se concentrar na organização do trabalho e nos processos de trabalho.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL062

TL062 - PERFIL DE SAÚDE DOS SERVIDORES DE UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Ana Carolina Bittencourt Ferreira; João Luiz Clara André; Nadia Tavares El Kadi Monteiro Paiva; Márcio Matheus Rosas de Souza; Rosane Todeschini Borges

Introdução: Atualmente, as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são um dos maiores problemas de saúde pública. No Brasil, em 2011, as DCNT foram responsáveis por 68,3% do total de mortes; esta proporção teve aumento em mais de três vezes entre 1930-2006. A maioria das mortes por DCNT correspondem a um pequeno conjunto de fatores de risco, passíveis de prevenção, com destaque para: tabagismo, consumo alimentar inadequado, inatividade física e consumo excessivo de bebidas alcoólicas. Objetivo:: Identificar o perfil de saúde dos servidores de uma universidade pública do estado do Rio de Janeiro. Método: Realizado estudo do tipo observacional, longitudinal, retrospectivo e descritivo através da revisão dos exames médicos periódicos dos servidores realizados no serviço de saúde ocupacional da Universidade, no período de janeiro a novembro de 2018. Resultados: Foram realizados 258 exames médicos periódicos. Nestes, prevaleceram a faixa etária de 30-39 anos (31,8%) e o sexo feminino (62,4%). Em relação aos fatores de risco se observa: 7,4% tabagistas, 41,5% etilistas, inclusive socialmente, e 48,8% sem atividade física. Em relação as DCNT temos: obesos – IMC > 30 – (26%); diabéticos (8,9%); dislipidêmicos – alteração no colesterol – (22,5%); hipertensos (19,4%). Conclusão: A identificação do perfil de saúde dos servidores se faz necessária para que possa servir de base para implantação de medidas de gestão das condições de trabalho, com Objetivo: de prevenir as doenças ocupacionais, promover e preservar a saúde dos servidores.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL063

TL063 - PERFIL DOS ACIDENTES COM EXPOSIÇÃO A MATERIAL BIOLÓGICO EM UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA DO RIO DE JANEIRO

Ana Carolina Bittencourt Ferreira; João Luiz Clara André; Nadia Tavares El Kadi Monteiro Paiva; Márcio Matheus Rosas de Souza; Rosane Todeschini Borges; Isabel Cristina de Morais Gomes; Patrícia de Castro Barboza

Introdução: Acidentes com exposição a material biológico são acidentes que envolvem sangue ou outros fluidos orgânicos, potencialmente capazes de transmitir doenças, sendo o vírus da imunodeficiência humana (HIV), o da hepatite B (HBV) e o da hepatite C (HCV) os agentes infecciosos mais comumente envolvidos. Objetivo: Identificar o perfil destes acidentes em uma universidade pública. Método: Realizado estudo do tipo observacional, longitudinal, retrospectivo e descritivo através da revisão de fichas de notificação de acidentes de trabalho, no período de janeiro a novembro de 2018. Resultado: Foram analisados 37 acidentes com exposição a material biológico. Nestes, prevaleceram os ocorridos com o sexo feminino (67,6%), destacando-se os cargos: Médicos (29,7%), Técnicos de Enfermagem (27%), Auxiliar de Serviços Gerais (18,9%). O horário de maior incidência foi de 7-13h (48,6%); o tipo de exposição mais comum foi percutânea (86,5%); o material orgânico envolvido na maioria foi sangue (59,4%); o principal agente foi agulha com lúmen/luz (75,7%); a circunstância mais comum foi o descarte inadequado (21,6%); 97,3% usavam ao menos um EPI no momento do acidente; 75,7% dos acidentados afirmavam esquema vacinal completo para hepatite B; 48,6% tiveram alta pelo paciente fonte ser soro negativo e 35,1% estão em acompanhamento. Conclusão: A identificação do perfil destes acidentes serve de base para a elaboração e implementação de medidas de gestão das condições de trabalho, com objetivo de prevenir e reduzir sua incidência.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL064

TL064 - ESTUDO RETROSPECTIVO DA GESTÃO DE ABSENTEÍSMO E DA REABILITAÇÃO PROFISSIONAL ASSOCIADA A UM PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO E APLICAÇÃO DO CONCEITO DE SAÚDE TOTAL DO TRABALHADOR POR EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇO DE MEDICINA DO TRABALHO

Luciano Resende Ferreira; Cristiano Machado Galhardi; Cristina Cerqueira Danziger; Regiane Reis Bastos; Laura Cristina Rios Ferreira; Luciel Henrique Oliveira

Introdução: O conceito atual de saúde no trabalho tem ganhado importância atualmente, com uma tendência mundial na integração da saúde e segurança ocupacional. Objetivos: Este estudo verificou se a implementação de um Programa de Integração e Aplicação do Conceito de Saúde Total do Trabalhador (PIACSTT) promovido pela empresa de prestação de serviços de medicina do trabalho, Contato Gestão Empresarial, teve impacto na gestão do absenteísmo e da reabilitação profissional. Método: Foi utilizado um estudo de coorte retrospectivo, em que foi avaliado o impacto do PIACSTT nos índices de absenteísmo, número de atestados, dias e horas de afastamento, e acidentes de trabalho (AT) dos trabalhadores regulares e reabilitados. Os dados foram avaliados por 12 meses em 2017, antes da aplicação do programa, e depois com os dados coletados no mesmo período de 2018, após o PIACSTT. Para a análise estatística foi aplicado o teste t-student, com significância estatística de p<0,05. Resultados: Os resultados demonstraram uma redução de 39% do índice de absenteísmo em 2018 (1,1) comparado com o mesmo período em 2017 (1,8). Houve uma redução nos números totais de atestados (24%), dias (35%) e horas de afastamento (29%), números totais de AT (50%), e dias de afastamento por AT (81%) nos dados de 2018, comparados com 2017. Os servidores reabilitados apresentaram redução (35%) do número de atestados e faltas. Conclusão: Observou-se que, realizada a integração dos setores de saúde e segurança do trabalho com a aplicação do conceito de Saúde Total do Trabalhador, foi possível diminuir o absenteísmo e o número de acidentes de trabalho.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL065

TL065 - O PAPEL DO MÉDICO DO TRABALHO NO RECONHECIMENTO DE EXPOSIÇÃO A AGENTE QUÍMICO – RELATO DE EXPOSIÇÃO AO CÁDMIO

Nayara Maria Cortés Ferreira; Ricardo Sallai Viciana; Sergio Roberto de Lucca; Marcia Cristina das Dores Bandini; José Dias de Araújo Neto

Introdução: A exposição ao cádmio é uma realidade para muitos trabalhadores e constitui um risco ocupacional nem sempre evidente. O cádmio é um metal pesado tóxico presente na lista de substâncias carcinogênicas (Grupo 1). A exposição pode ocorrer em variados processos industriais: produção de pigmentos de tintas; fundição e refino de metais não ferrosos; incineração de lixo; produção de baterias e plásticos com cádmio; soldagem, entre outros. Objetivo: Discutir a importância do médico do trabalho no reconhecimento da exposição a agente químico, a partir do relato de exposição ao cádmio. Métodos: Estudo de caso atendido no ambulatório de toxicologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP. Realizado monitoramento biológico e avaliação clínica. Estudo da exposição a fumos de solda. Resultados: Paciente masculino, 46 anos, ferramenteiro que trabalha com solda de prata, latão e estanho há 23 anos. Dosagem de cádmio urinário acima do IBMP; função renal preservada. FISPQ demonstrou presença de cádmio na vareta de solda de prata, fato desconhecido pelo médico do trabalho e PPRA. Orientada mudança de função, seguimento clínico semestral e substituição das varetas de solda para outras sem a presença de cádmio, eliminando fonte de exposição. Conclusão: O caso alerta para a importância do estudo dos processos de trabalho e das FISPQs dos materiais utilizados para uma melhor integração entre profissionais de saúde, segurança e higiene para que a exposição a agentes químicos não seja negligenciada, comprometendo a saúde dos trabalhadores.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL066

TL066 - PREVALÊNCIA E CARACTERIZAÇÃO SÓCIODEMOGRÁFICA DAS DOENÇAS OSTEOMUSCULARES DOS BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS POR INCAPACIDADE DE AUXÍLIO-DOENÇA: ESTUDO RETROSPECTIVO

Cristiano Machado Galhardi; Luciano Resende Ferreira; Albano Freitas Júnior; Luis Otávio Cancian; Renata Cristiane Gennari Bianchi

Introdução: "O trabalho que dignifica também é fonte de sofrimento." Os distúrbios musculoesqueléticos (DME) constituem um grande problema da Saúde do Trabalhador, e o absenteísmo decorrente dessas alterações é considerado como o pior desfecho. Objetivo: Caracterizar e analisar a prevalência das doenças osteomusculares dos solicitantes de auxílios-doença no INSS. Método: Foi realizado estudo longitudinal retrospectivo com acesso ao banco de dados do INSS, o SUIBE, no período de janeiro de 2013 a dezembro de 2018, onde foram levantados o número de solicitações de auxílios referente ao CID-M, divididos por sexo e local de moradia. Resultados: Estatística calculada através do teste de Mann Whitney, com p0,05) e, 89% estão na cidade e 11% na zona rural (p<0,001). Não foi observada diferença entre os sexos, e a prevalência maior na cidade é decorrente do êxodo rural iniciado na metade do século XX. Conclusão: As DME são consideradas a causa número um em incapacidade por dor. O investimento na prevenção destas sempre valerá mais a pena quando comparados aos gastos causados tanto com a saúde de empregado, como sua falta. É fundamental a elaboração de medidas preventivas multiprofissionais para os trabalhadores, incluindo melhora da ergonomia, ambiente saudável e plano de saúde.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL067

TL067 - RELAÇÃO DOS TRABALHADORES PORTADORES DE DOENÇAS OSTEOMUSCULARES E O ABSENTEÍSMO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

Cristiano Machado GALHARDI; Luciano Resende Ferreira; Leonardo Duarte Picchi; Renata Cristiane Gennari Bianchi

Introdução: Os distúrbios musculoesqueléticos (DME) afetam os trabalhadores e constituem um grande problema de saúde pública e na área da Saúde do Trabalhador. O absenteísmo decorrente dessas alterações é considerado como o pior desfecho, uma vez que sua ausência implica na alteração negativa na rotina do serviço levando à diminuição da produção em quantidade e qualidade. Objetivo: Realizar revisão sistemática acerca dos trabalhadores portadores de doenças osteomusculares e sua relação com o absenteísmo. Método: Foi realizada revisão sistemática conforme metodologia PRISMA, empregados os descritores: Osteomuscular Diseases and Absenteeism, nas bases Medline Lilacs, Scielo e PubMed. Resultados: Após pesquisa nas bases de dados e extração das informações, as maiores prevalências encontradas foram: entre as mulheres (78%), com idade média de 58 anos (55%), com fundamental completo (36%) e as DME responsáveis por 87% do absenteísmo, associadas a piora na qualidade do trabalho e de vida. Conclusão: É fundamental a elaboração de medidas preventivas multiprofissionais para os trabalhadores, bem como treinamento visando aprender e identificar sinais de alerta que possam levar a prejuízo em suas atividades.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL068

TL068 - A IMPORTÂNCIA DOS EXAMES PERIÓDICOS DE SAÚDE PARA MELHORES RESUTADOS INDIVIDUAIS E CORPORATIVOS

Alessandra Cantharino Granjo; Viviane de Souza Rosa; Monalisa Nobre Bastos; Leiliane dos Santos Gome; Katiane Andrade

Introdução: A promoção a saúde é foco presente na vida das pessoas e das empresas. Prevenir e promover saúde traz benefícios individuais e corporativos, envelhecer com saúde, produzir mais, reduzir absenteísmo, controlar os custos com saúde. O setor de saúde ocupacional do Hospital CardioPulmonar desde 2017 adota medidas que corroboram com a prática diária de prevenção e promoção a saúde dos seus colaboradores, tendo como premissa a realização dos exames periódicos de saúde, pelo qual é traçado o perfil epidemiológico dos trabalhadores e definido as ações de prevenção. As principais ações para promover o aculturamento dos trabalhadores sobre a importância da realização dos exames periódicos foram a transformação do indicador taxa de realização de exames periódicos em indicador estratégico, inclusão do perfil lipídico e glicemia nos periódicos, inserção nas consultas clínicas temas sobre prevenção, como orientações sobre alimentação e exercício físico. A realização de 100% dos exames periódicos nos anos de 2017 e 2018 foi o resultado alcançado, estreitando a relação entre os trabalhadores e o setor de saúde ocupacional, aumentando a adesão a melhores hábitos de prevenção como vacinação, redução do tabagismo e adesão ao programa de dieta alimentar, assim como um melhor controle da sinistralidade. Promover saúde em qualquer ambiente é a coisa certa a fazer. Cuidar de quem cuida é tema relevante e humanizar este cuidado, conscientizando sobre a importância dos hábitos preventivos nas suas rotinas diárias, gera maior satisfação com o trabalho e melhores resultados individuais e corporativos.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL069

TL069 - HIPERMOBILIDADE, DOR CRÔNICA E TRABALHO.

Carlos Gropen; Marcos de Toledo

Objetivo: apresentar a Síndrome de Hipermobilidade Articular (SHA) conhecida como Síndrome de Ehlers-Danlos tipo Hipermóvel (SED-TH) e sua relação com a atividade laboral. Método: levantamento bibliográfico. Resultado: Mulvey et al. (2013) e Morris et al. (2016) com base de um estudo epidemiológico realizado em uma população de 12.853, inferiram que 3,4% apresentam hipermobilidade articular e dor generalizada. Resultados: Larsson et al. realizaram um estudo cujo resultado associa hipermobilidade com incapacidade laboral. Em um estudo com 453 trabalhadores do setor industrial, 26% dos trabalhadores que apresentam hipermobilidade e apenas 14% daqueles sem hipermobilidade apresentaram dor nas costas. Em outro artigo, 326 trabalhadores industriais que labutam na posição sentada ou em pé, 40% daqueles diagnosticados com hipermobilidade tiveram dor nas costas, com apenas 12% dos indivíduos sem hipermobilidade experimentaram os mesmos sintomas. Conclusão: Estudos de prevalência sobre a SHA ainda são escassos. A partir de estudos estimam que nos EUA há 10 milhões de pessoas portadoras da Síndrome da Hipermobilidade. No mundo 225 milhões e no Brasil, um pouco mais que 7 milhões de pacientes com SHA. A relevância desta síndrome é que pode influir negativamente na carreira laboral. O impacto pode variar deste adaptações para exercer a atividade laborativa, necessidade de mudança definitiva do tipo do trabalho até a incapacidade permanente.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL070

TL070 - O MANEJO DE ESTRESSE COMO ESTRATÉGIA EDUCACIONAL DE PROMOÇÃO À SAÚDE E BEM ESTAR NO AMBIENTE CORPORATIVO.

Thiago Lima Guedes; Maria Luiza Barros Fernandes Bezerra; Priscilla Vieira Coutinho Sabino; Elza Martins Fonseca; Bianca de Franco de Oliveira; Jane Batista de Almeida

Objetivos: Relatar a experiência praticada com o Projeto Manejo de Estresse, que pode ser considerada eficiente para os participantes, instituições e operadoras de saúde. Métodos: Público-alvo: empregados de uma instituição financeira (n = 3.183) distribuídos em 128 pontos de atendimento. Referencial: Teoria do Grupo Operativo. As ações são realizadas em grupo de funcionários de uma mesma agência, ligadas no tempo e espaço, articuladas, que interatuam em uma rede de papéis com o estabelecimento de vínculos entre si. Seleção: demanda espontânea, indicadas pela Gerência de Qualidade de Vida no Trabalho ou por profissionais da Clínica de Atenção Primária dos beneficiários do plano de saúde da instituição financeira. Resultados: Do questionário para pesquisa de sintomas do estresse foram obtidas 2.257 respostas e se observou que 152 pessoas (7%) estavam com o nível 3 de estresse, 490 (22%) com nível 2 e 152 (7%) com nível 1. De acordo com os relatos dos participantes e da pesquisa de satisfação, observou-se que 89% consideram o grupo ótimo ou bom, com melhora na qualidade de vida e do clima organizacional. Redução do afastamento por doença mental. Conclusões: Para os trabalhadores: promoção de satisfação e qualidade de vida mediante ações de educação e instrumentalização das pessoas para lidar com o estresse. Para à organização: aumento da produtividade com a queda dos dias de afastamento. Para operadora de saúde: diminuição da utilização da rede de saúde mental de psiquiatria.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL071

TL071 - OS FATORES PSICOSSOCIAIS E ORGANIZACIONAIS E ESTRESSE NO TRABALHO NA CENTRAL DE MATERIAIS ESTERILIZADOS DE UM HOSPITAL PÚBLICO UNIVERSITÁRIO

Paula Caroline Guissi; Sergio Roberto de Lucca; Daniela de Almeida Martins; Maria Amélia Stefanutto Zihlmann Pinho; Fidelis Ranali Neto; Israel Vieira; Lucia Arisaka Paes

Introdução: O trabalho no setor de saúde é estressante devido às relações interpessoais com os pacientes. A Central de Materiais Esterilizados (CME) é uma área de suporte nos hospitais; embora não atendam pacientes os profissionais desse setor estão submetidos a outros fatores psicossociais no trabalho (FPRT), que podem desencadear estresse laboral. Objetivo: Esse trabalho identificou os fatores psicossociais e organizacionais com potencial de desencadear estresse laboral nos profissionais de enfermagem de uma CME de um Hospital Universitário do estado de São Paulo. Método: Estudo transversal quanti-qualitativo, com a aplicação dos questionários sociodemográfico e Balanço Esforço-Recompensa (ERI) em 63 profissionais de enfermagem. Foram também entrevistadas 51 pessoas que concordaram com esta etapa. Resultados: Cerca de 92% da amostra são mulheres, com média de idade de 45 anos. Em 16% da amostra houve desequilíbrio Esforço-Recompensa. Quanto aos fatores psicossociais, a autonomia, oportunidade de desenvolvimento e não-contato com os pacientes foram os aspectos positivos relatados; por outro lado, como impacto negativo foram apontados os problemas de gestão, conflitos de relacionamento e a percepção da falta de reconhecimento por parte do hospital. Conclusão: Os FPRT apontados como negativos pelos profissionais, com destaque para os conflitos na gestão e relacionamentos interpessoais, são importantes no desencadeamento de ações e intervenções individuais e coletivas no setor estudado.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL072

TL072 - A VIOLÊNCIA SEXUAL NO TRAJETO COMO ACIDENTE DO TRABALHO. ANÁLISE DE CASOS ATENDIDOS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE REFERÊNCIA E NOTIFICADOS AO SINAN.

João Carlos do Amaral Lozovey; Fabiana Costa de Senna Ávila Farias;

Introdução: A questão acidentária do trabalho é relevante. Os de trajeto vem impactando o SUS em qualificação, recursos, sobrecarga emergencial hospitalar. A violência urbana aumenta, trabalhadores são vítimas do trânsito, assaltos, estupros. Divergem os entendimentos jurídico, trabalhista e previdenciário. Estupro é "constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso". É acidente do trabalho/trajeto? Papel do médico do trabalho? Objetivos: Estudar a violência sexual como possível acidente de trajeto e suas relações com a saúde do trabalhador. Método: Estudo descritivo transversal, retrospectivo entre 2011/2017 num Hospital Universitário/SUS, em Curitiba/PR. Registros SINAN-Net de "violência interpessoal" foram revisados na relação com o aspecto sexual e de trabalho" (local, hora, ocupação, descrição). Resultados: Caracterizados como AT trajeto/violência sexual 182 casos, distribuídos anualmente como 24, 21, 39, 33, 20, 28, 17. Idade entre 14/46 anos (37,0% de 21/25). Ocorreram em vias/ locais públicos do perímetro urbano em 70,3%. O horário em 48,1% foi de manhã. Na escolaridade 29,6 % informaram ensino médio completo e nenhum superior. Na cor de pele 85,1% marcava "branca". Discussão: Debate-se o enquadramento se acidente relacionado ao trabalho/trajeto, cobertura legal, condutas administrativas pelos médicos assistente e do trabalho (sigilo sobre o conteúdo da violência sofrida, emissão ou não da CAT, direitos trabalhistas, o Código CID 10). Importam o acolhimento e acompanhamento da saúde do trabalhador no SUS e na instituição de trabalho. Questiona-se autoridades sobre melhorias na segurança pública, a Previdência e Judiciário o enquadramento.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL073

TL073 - EDUCAÇÃO MÉDICA, PESQUISA E ATENÇÃO À SAÚDE A PARTIR DA BUSCA ATIVA DE NEXO OCUPACIONAL EM PACIENTES GERAIS DE HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

João Carlos do Amaral Lozovey; Taciana Elizabeth Zerger; Paulo Guen-iti Matsuzaki; Fabiana Costa de Senna Ávila Farias

Introdução: A saúde do trabalhador como saúde coletiva/ SUS atua por meio de ações de vigilância dos riscos nos ambientes e atividades de trabalho e suas correlações sociais, mas também organizando a assistência à saúde (diagnóstico, tratamento e reabilitação de forma integrada). Este artigo relata o planejamento, a implantação e os resultados de um projeto de saúde do trabalhador que une a atenção terciária num hospital geral do SUS, com as exigências de Vigilância Epidemiológica e em Saúde (Ministério da Saúde) de modo associado às atividades universitárias de ensino e pesquisa, o que está intimamente ligado à ideia e operacionalização de um sistema unificado capaz de construir a saúde dos cidadãos. Objetivos: descrever os requisitos legais de notificação compulsória dos agravos relacionados ao trabalho e detalhar 1) os passos de criação de protocolo, 2) os fluxos de busca ativa de nexo ocupacional em atendimentos de saúde do SUS e 3) os procedimentos de análise e notificação para o SINAN além de discutir a participação da estrutura de ensino de graduação e pós-graduação médica e da pesquisa em Vigilância de Saúde do Trabalhador/SUS como parte das Diretrizes Nacionais Curriculares de Medicina e de Competências do Médico do Trabalho Resultados: Apresentam os resultados qualitativos do projeto, a distribuição diagnóstica e temporal de sete anos de notificação compulsória (2011 a 2017), com 442 fichas/ casos digitados no SINAN-Net (Acidente Grave 06; Câncer 09; Dermatoses 88; LER/DORT 83; PAIR 38; Pneumoconioses 34; Intoxicações 02; Transtornos mentais 20; Violência 182). Apresentam as dificuldades, expectativas e perspectivas.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL074

TL074 - TELETRABALHO E HOME OFFICE: DESAFIOS PARA OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO.

Sergio Roberto de Lucca; Marcia Dolores Bandini

Introdução: O uso das tecnologias nos processos de trabalho viabilizou o teletrabalho- "Trabalho a distância do local físico habitual da empresa, facilitado por tecnologias de informação e comunicação-TIC" e a possibilidade real de substituição do modelo presencial de trabalho para o home Office. O teletrabalho possui características e fatores de riscos específicos que podem adoecer parte dos cerca de 10 milhões de teletrabalhadores e representa um desafio para os médicos do trabalho e demais profissionais de saúde no trabalho, na preservação da saúde desses trabalhadores sob seus cuidados. OBJETIVOS: O presente ensaio tem por objetivo discutir as vantagens e desvantagens do teletrabalho de interesse para a saúde e segurança do trabalho. RESULTADOS: Apesar da melhoria de qualidade de vida, com a redução dos deslocamentos e ganhos de produtividade, as pesquisas apontam para os problemas ergonômicos do posto de trabalho no domicílio e o risco de isolamento social e profissional, conflitos familiares e dificuldade na separação vida profissional da vida privada. CONCLUSÃO: Além dos aspectos ergonômicos, os fatores psicossociais no teletrabalho precisam ser considerados. A individualização das atividades de trabalho e perda das interações sociais próprias do trabalho coletivo favorece a solidão, o isolamento e poderá vulnerabilizar a saúde mental dos teletrabalhadores. Neste sentido, as atividades de teletrabalho e o monitoramento periódico desta população é um dos principais desafios para os profissionais de saúde e segurança do trabalho na atualidade.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL075

TL075 - AS BARREIRAS DO ESTIGMA NO PROCESSO DE REINSERÇÃO AO TRABALHO DOS TRABALHADORES COM TRANSTORNOS POR USO DE DROGAS EM UMA INSTITUIÇÃO PÚBLICA

Sergio Roberto de Lucca; Debora Almeida Martins; Fidelis Ranari Neto

Introdução: O Estigma é uma marca física ou social de conotação negativa para uma pessoa ou grupo e tem o poder de marginalizar ou excluí-los das situações sociais e do ambiente de trabalho. Os trabalhadores com transtornos por uso de substâncias psicoativas são estigmatizados na sociedade e no trabalho, cujas consequências negativas podem agravar o transtorno e dificultar sua reinserção no trabalho. Objetivos: Este estudo analisou a relevância negativa do estigma no processo de reinserção no trabalho dos servidores- usuários de substâncias psicoativas- de uma universidade pública, atendidos no Programa de Acolhimento e Reinserção no Trabalho. Método: Trata-se de uma pesquisa qualitativa de análise e identificação do estigma internalizado e social no processo de reinserção no trabalho em uma instituição pública. A partir da análise do perfil dos 34 trabalhadores usuários de SPA acolhidos no programa em uma amostra de conveniência, foram realizadas 10 entrevistas em profundidade, constituída por cinco usuários e seus respectivos gestores. Utilizou-se o referencial teórico da análise de conteúdo proposto por Bardin. Resultados: O material empírico das entrevistas confirmou a presença do estigma internalizado dos usuários por SPA e o estigma social dos gestores e sua institucionalização como importante barreira para a reinserção destes servidores no trabalho. Conclusão: O conhecimento da presença do estigma acerca dos transtornos por uso de SPA pode contribuir para que os profissionais de saúde no trabalho desenvolvam estratégias para minimização deste fenômeno nos processos de reinserção desses trabalhadores no trabalho, sejam nas organizações públicas ou privadas.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL076

TL076 - PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE FADIGA – AVALIAÇÃO E BENEFÍCIOS

Bruna Macedo; Caio Fonseca Campos;

Introdução: O programa de gerenciamento de fadiga (PGF) faz parte de um conjunto de ações que visam o monitoramento de riscos, a prevenção de incidentes, o bem-estar do colaborador, melhora na produção e a mitigação de problemas relacionados a fadiga. O PGF é composto por actigrafia, teste pré funcional, monitorização online por eletroencefalograma (EEG), avaliação dos índices de fadiga dos turnos (HSE – Fatigue and Risk Index Calculator), teste de concentração e uso de sempre alerta. Objetivos: Apresentação do PGF de uma mineradora, grau de risco 4, que dispõe de 300 operadores em seu site de exploração de minério de ferro. Método: Avaliar o PGF e explicar sua composição, mitigação da fadiga, demonstrando sua aplicação, benefícios e modo de operação. Resultados: Utiliza-se de dispositivos e testes em atividades de maior risco de incidentes para quem executa e terceiros, afim que tais testes minimizem a possibilidade de incidentes. Alguns testes têm proposta de, além de prevenir incidentes, melhorar concentração e rendimento de colaboradores que o utilizam. Os testes foram implementados gradualmente, principalmente para operadores de equipamentos e vêm demonstrando resultados satisfatórios. Conclusões: Existe uma preocupação crescente das empresas com a segurança de seus colaboradores, gerando busca contínua de instrumentos que possam mitigar os acidentes de trabalho. A utilização de instrumentos de rastreio para investigação da fadiga permite a avaliação prévia de riscos ocupacionais, levando a ações preventivas, educativas e objetivas, prevenindo acidentes de trabalho e suas consequências, principalmente o bem-estar dos funcionários e todos que o norteiam.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL077

TL077 - RELATO SOBRE OS EGRESSOS DA ESPECIALIZAÇÃO EM MEDICINA DO TRABALHO DE UM HOSPITAL ESCOLA DA CIDADE DE SÃO PAULO ENTRE 2005 E 2013

Adalberto Malinverni Junior; Daniele Regozino Muniz; Flavia Souza e Silva de Almeida;

Objetivo: Avaliar a escolha da modalidade de especialização residência ou pós-graduação e a inserção no mercado de trabalho de um hospital escola da cidade de São Paulo entre os anos de 2005 a 2013. Métodos: Aplicado questionário através de correio eletrônico, abordando: formação e atuação em medicina do trabalho. Resultados: No período avaliado, de 2005-2013, o hospital escola em questão formou 460 médicos do trabalho, sendo 35 (7,6%) na modalidade de residência médica e 425 (92,4%) de pós-graduação. Responderam ao questionário 54 (11,8%) médicos do trabalho (15 residentes e 39 pós-graduandos). Do total, 33 (61,1%) médicos já trabalhavam na área, sendo que a maioria cursou pós-graduação. Dos egressos 48 (88,9%) afirmaram que não apresentaram dificuldades para se inserirem no mercado de trabalhos. Em relação às horas por semana trabalhada, sete (46,7%) egressos da residência trabalham de 21 a 40 horas semanais e na pós-graduação, 11 (28,2%). A maioria faz parte do SESMT de uma empresa – 38 médicos (70,4%). Com relação ao cargo ocupado em coordenação, da residência nove (60%) o exercem e 20 (51,3%) da pós-graduação. Conclusão: Em ambas vias de formação em medicina do trabalho os médicos tiveram uma boa inserção no mercado de trabalho. No grupo estudado um fator importante para a escolha da pós-graduação foi a inserção prévia no mercado de trabalho.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL078

TL078 - A IMPORTÂNCIA DO FISIOTERAPEUTA DO TRABALHO NAS ORGANIZAÇÕES

Ruth Helena Manoel; Karla Sales Fagundes; Leticia Dias da Costa Galeto; Cinthya Natel Baer; Renata Simioni; Luiz Antonio Setti Barbosa

Introdução: A miopatia ativa está relacionada a sintomas como fadiga, mialgia, perda de força muscular, quedas e cãibras. Tais agravos acarretam na perda da funcionalidade do membro e consequente afastamento das atividades laborais. Em 2016, uma colaboradora com diagnóstico de miopatia ativa apresentava esses sintomas, associado à dificuldade de sentar e levantar da cadeira e seguir com atividades da vida diária (AVD's). Objetivos: Demonstrar a importância do Fisioterapeuta do Trabalho no meio corporativo, atuando em sinergia com ortopedista e fisioterapia preventiva a fim de melhorar a saúde dos colaboradores, mitigar e/ou eliminar os afastamentos e aprimorar o desempenho organizacional. Método: A partir do diagnóstico a colaboradora iniciou tratamento fisioterapêutico três vezes por semana no ambulatório da Organização. A técnica utilizada foi a cinesioterapia para elevar a força e equilíbrio da musculatura abdominal, membros inferiores e superiores. Resultados: Em julho de 2018 a conclusão do exame de eletromiografia afirmou melhora com desaparecimento das ondas agudas positivas e dos potenciais de fibrilação nos músculos proximais. Saindo do uso de cadeira de rodas, para deambulação com apoio parcial de muleta, evitando também seu afastamento. Conclusão: Através do exame eletromiográfico e relatos da colaboradora, constatou-se a melhora do seu estado de saúde e qualidade de vida, com recuperação da capacidade laboral e AVD's, por acesso facilitado às técnicas de reabilitação e atuação multidisciplinar incentivada pela Organização, que com isso, aprimora o desempenho e produtividade do seus colaboradores.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL079

TL079 - APLICAÇÃO DA METODOLOGIA LEAN SIX SIGMA NA SAÚDE OCUPACIONAL

Ruth Helena Manoel; Renata Tassi dos Santos; Suzana Gonsalves de Aguiar de Paiva; Luiz Antonio Setti Barbosa; Lutiano Castro Pacheco; Elisio dos Reis Neto; Renata Simioni; Leticia Dias da Costa Galeto; Losangela Silva Sura;

Introdução: Embora seja prática comum no mundo corporativo, a implantação de indicadores de acompanhamento e monitoramento de resultados é algo recente e desafiador na prática dos serviços de Saúde Ocupacional. Objetivo: Dentro deste contexto, foi realizado um estudo na área com o objetivo de mapear todos os processos e atividades do Serviço de Saúde Ocupacional e determinar indicadores de produtividade, eficiência, segurança e satisfação dos colaboradores com maior efetividade na utilização dos recursos. Método: Durante quatro meses foram realizados encontros envolvendo a Coordenação do setor, analistas da área e os técnicos de enfermagem. A capacidade produtiva da área foi mapeada com base na ferramenta Lean Six Sigma (LSS), metodologia voltado para melhoria contínua de processos, na área de Saúde Ocupacional, associando as necessidades dos colaboradores e da Organização Resultados: Com a implementação das melhorias propostas no mapeamento inicial, foram definidos 92 planos de ação que minimizaram o absenteísmo médico, elevaram a satisfação dos colaboradores com ao atendimento para 93% e estimularam na equipe um senso de dono e cuidado com os processos e pessoas. Os acompanhamentos dos indicadores de produtividade direcionam aumento de 10% de utilização dos serviços, aumento 15% de utilização da estrutura física.A ociosiodade das agendas internas teve redução de 29% para 19%. Conclusão: O processo resultou em maior assertividade de entregas e maior visibilidade da área como estratégica para os resultados da Organização.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL080

TL080 - ASSÉDIO MORAL NO AMBIENTE DE TRABALHO: O COMPLIANCE E A ATUAÇÃO DO MÉDICO DO TRABALHO NA PREVENÇÃO DAS OCORRÊNCIAS

Luana Gomes Mazucatto

Introdução: A modernização das relações de trabalho e os novos contornos do mercado contribuíram para o surgimento de um ambiente de rivalidade e hostilidade, que propiciou o aumento exponencial dos casos de violência psicológica no trabalho, em especial o assédio moral. A medicina do trabalho contemporânea, com viés essencialmente preventivo deve, cada vez mais, atentar-se às ocorrências de assédio moral no ambiente de trabalho, haja vista tratar-se de tema com profundos reflexos sociais e econômicos. Objetivos: Definição de assédio moral; identificação dos efeitos psicológicos na vítima da ocorrência; estabelecimento dos contornos da atuação do médico do trabalho nesse contexto; demonstração da eficácia dos programas de compliance na prevenção dos episódios de assédio moral no ambiente de trabalho. Método: Revisão bibliográfica em formato de artigo científico. Conclusões: Com o aumento dos casos de adoecimento dos trabalhadores em decorrência da prática de assédio moral no ambiente de trabalho, nota-se que os reflexos de mencionada conduta afetam, em primeira linha, a saúde do trabalhador, mas também o ambiente de trabalho de forma global, tornando-se desestimulante e desfavorável para a alavancagem dos negócios da empresa. O trabalhador agredido pode manifestar sintomas psicopatológicos, psicossomáticos e até comportamentais, evidenciando a gravidade da ocorrência. Diante disso, é necessário abandonar antigos padrões de atuação do médico do trabalho no âmbito da empresa, limitado à uma postura reativa, para adotar medidas preventivas com respaldo em programas de compliance e intensa fiscalização, afinal, referido mecanismo revela-se menos desgastante, mais eficaz e de menor custo para todos os envolvidos no processo.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL081

TL081 - ABSENTEÍSMO NO SETOR BANCÁRIO: CARACTERÍSTICA EPIDEMIOLÓGICA DOS AFASTAMENTOS EM CAIXAS EXECUTIVOS.

Karla Gripp Couto de Mello; Lenita Fonseca Hamon Porto; Noel Gonçalves Cerqueira Junior; Luciane da Rocha Pacher

Introdução: O setor bancário é um dos segmentos que mais sente as transformações no mundo do trabalho: transformações digitais, restruturações produtivas, alterações em postos e perfis de trabalho. Todo o desenvolvimento tecnológico atual, em especial do sistema financeiro, não é acompanhado de mudança na epidemiologia das doenças desses trabalhadores. Objetivos: avaliar as causas do adoecimento de bancários que exercem a função de caixa executivo, os que atuam nas agências bancárias e os que atuam em setores internos do banco com manipulação e administração de numerário. Foi realizado em instituição financeira pública de economia mista, no período de janeiro a dezembro de 2017. Método: Estudo observacional e retrospectivo, verificou as causas de afastamentos conforme Classificação Internacional de Doenças (CID) de 7.536 funcionários, 7.141 caixas de agência e 395 trabalhavam nas tesourarias regionais. Estudamos uma mesma função, com atividades diferentes (atendimento ao público e atendimento interno). Resultados: O perfil de adoecimento já conhecido do trabalhador do setor bancário se manteve: causas osteomusculares e transtorno mental. Nos dois grupos a maior prevalência foi CID M, em seguida as doenças respiratórias e os transtornos psíquicos vieram em terceiro lugar. Conclusões: Para o grupo de caixas que atua nos setores de tesouraria, sem contato com público, predominou os episódios depressivos e naqueles que atuam nas agências os transtornos ansiosos. As dorsalgias ganham destaque nos caixas de agências, enquanto que no grupo da tesouraria as entesopatias predominam. Os agravos sugestivos de afecções de pele causadas pela manipulação de cédulas e moedas não foram significativos.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL082

TL082 - RECICLADORES DE 2 UNIDADES DE TRIAGEM DE PORTO ALEGRE/RS: UMA ABORDAGEM DO PERFIL SOCIAL E RISCOS OCUPACIONAIS.

Morgana da Silva Miller; Camila Siqueira Alves; Cassia Soares; Paulo T Souza; Dvora Joveleviths

Introdução: Visando despertar a atenção para os problemas de saúde desses trabalhadores. Objetivo:: Identificar o perfil, as condições de vida e trabalho, saúde e riscos ocupacionais nos recicladores de 2 unidades de triagem UTs em Porto Alegre. Método: Realizou-se uma pesquisa transversal em 2 Unidades de Triagem e Compostagem em Porto Alegre. Esta população foi sensibilizada e assinou um termo de consentimento antes da aplicação de um questionário, adaptado de um pré-existente, em 47 recicladores para conhecimento das variáveis. Resultados: Foi visto que 82,98% (39) dos catadores que fizeram parte da amostra são mulheres. Poucos recicladores consideram o trabalho perigoso e arriscado. Apesar de não considerarem como acidente, após análise dos questionário foi observado que 25% eram característicos de acidente de trabalho. Destes, 30% poderiam ser por exposição a material biológico. Os EPIs foram considerados inadequados. Conclusão: A população de recicladores necessita de atenção e medidas para melhoria de seu ambiente de trabalho, devendo ser realizada políticas públicas, incluindo o resgate da necessidade desse grupo social enquanto trabalhadores e cidadãos. As condições de trabalho dos catadores contribuem para riscos à saúde e doenças ocupacionais por eles não percebidos.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL083

TL083 - INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA EM UMA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA

Camila Inês Silva Mio; Fernanda Aparecida Valeretto;

Introdução: A inclusão de pessoas com deficiência (PcD) tem ganhado espaço no mercado brasileiro. As empresas têm promovido campanhas institucionais para sensibilizar o corpo funcional para que esta inserção seja consciente e constante. Com isso, profissionais especializados utilizam a análise ergonômica, como ferramenta para identificar agentes nocivos à saúde e obtenção de uma concepção do ambiente do trabalho. Objetivos: analisar a quantidade de funcionários que foram enquadrados, em uma instituição financeira, como PcD, bem como, se seus postos de trabalho estão adequados de acordo com as limitações existentes. Método: O período analisado foi de 2013 a 2018, onde foi verificado que 85 funcionários foram enquadrados após já estarem trabalhando e 45 foram admitidos através de concurso.Os tipos de deficiência identificados, conforme Decreto 5.296 de 2/12/2004, foram: deficiência física 95, deficiência auditiva: 21, deficiência visual: 15, deficiência mental: 1, deficiência múltipla:1 e visão monocular, previsto na Súmula 377 do STJ: 13 funcionários. Resultados: Foram identificados que 96,58 % dos funcionários possuem análises ergonômicas realizadas e dentre estas, 95,74% foram considerados postos de trabalho favoráveis, porém 4,25% análises foram desfavoráveis, gerando a necessidade de encaminhar os funcionários para outras dependências. Conclusão: Conclui-se que a análise ergonômica do posto de trabalho de PcD é de extrema importância para sua inclusão, pois além de ser um documento formal que viabiliza medidas que devem ser tomadas para que o posto de trabalho fique adequado, constrói relações de confiança empresa x funcionário, melhorando a promoção da saúde e segurança no ambiente da instituição.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL084

TL084 - O AUXÍLIO-DOENÇA ACIDENTÁRIO NO AMAZONAS, ANTES E DEPOIS DO FAP/NTEP

Evandro Carlos Miola

Introdução: A implementação do nexo técnico epidemiológico previdenciário (NTEP) a partir de 01/04/2007 possibilitou avanços no reconhecimento pelo INSS do nexo entre os diferentes tipos de agravos e o trabalho. Objetivos: analisar os números de concessão de auxílios-doença acidentários e previdenciários no Amazonas e no Brasil, antes e depois da alteração legislativa. Método: Trata-se de trabalho quantitativo, com cunho descritivo. Foram extraídos da Base de Dados Históricos de Acidentes do Trabalho os números de concessão de auxílios-doença previdenciários e acidentários no período entre 1998 e 2016. Foi excluído o ano de 2007 por conta da vigência da nova legislação durante aquele ano. Resultados: Entre 1998 e 2006, do total de auxílios-doença concedidos no Amazonas, a proporção de acidentários oscilou entre 9,1% (em 2003) e 18,4% (em 1998), sendo a média no período 13,1%. No Brasil esta proporção variou entre 6,1% (em 2006) e 19,2% (em 1998), com média de 12,3%. Entre 2008 e 2016 no Amazonas esta proporção oscilou entre 15,8% (em 2014) e 20,9% (em 2008), sendo a média no período 18,3%. No Brasil, a parcela de auxílios-doença acidentários variou entre 9,3% (em 2016) e 16,5% (em 2008), sendo a média 12,8%. Após a implementação do NTEP a proporção de auxílios-doença acidentários no Amazonas aumentou significativamente. No Amazonas, entre 1998 e 2006 a média foi de 13,1%, e 18,3% entre 2008 e 2016. No Brasil a média no primeiro período foi de 12,3% e, no segundo, 12,8%. Conclusão: Outros estudos são necessários para identificar as razões destas diferenças.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL085

TL085 - PESSOAS COM DEFICIÊNCIA: PERCEPÇÕES SOBRE INCLUSÃO E ACESSIBILIDADE EM UM TRIBUNAL DO TRABALHO

Evandro Carlos Miola; Carolina Jean Pinheiro

Introdução: A partir da Convenção sobre Direitos da Pessoas com Deficiência, a legislação brasileira tem ampliado os esforços, para promoção de acessibilidade plena às pessoas com deficiência. No âmbito do Poder Judiciário, a Resolução CNJ 230/2016 formalizou orientação referente à adequação das atividades conforme determinações exaradas pela Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e pela Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. Objetivo: evidenciar as percepções dos servidores com deficiência sobre questões acerca das barreiras físicas, arquitetônicas, de comunicação e atitudinais/sociais, além de sugestões ou adaptações no ambiente laboral, no Tribunal do Trabalho. Ademais, tem como intuito promover reflexões para uma sociedade mais inclusiva. Método: Trata-se de trabalho qualitativo, com cunho descritivo exploratório. Para sua execução, a equipe multiprofissional em saúde local realizou consulta através de questionário semiestruturado, aplicado através de ferramenta eletrônica, contendo 16 questões acerca das barreiras físicas, arquitetônicas, de comunicação e atitudinais/sociais. A consulta foi realizada em 2018, foram convidados a participar os 29 servidores com deficiência, sendo obtidas 12 respostas. Resultados: Os resultados evidenciaram que, para a maior parcela dos respondentes, a sinalização, iluminação, climatização, ausência de obstáculos no trajeto e adequação das estações de trabalho e de software estão satisfatoriamente atendidas. Destacaram-se das respostas a ausência de sistema de circuito para conexão de aparelho auditivo, a distância entre a estação de trabalho e os sanitários e a dificuldade com os elevadores. Conclusão: Entretanto, as barreiras atitudinais e sociais foram elencadas como determinantes para a percepção individual de inclusão e qualidade de vida no trabalho.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL086

TL086 - TENDÊNCIA DOS CASOS DE TRABALHADORES REABILITADOS PELO PROGRAMA DE REABILITAÇÃO PROFISSIONAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL NO BRASIL, 2007 A 2016

Cristiano Barreto de Miranda; João Silvestre Silva-Junior; Frida Marina Fischer

Introdução: A reabilitação profissional é um serviço oferecido pelo sistema de Previdência Social público brasileiro aos segurados com incapacidade laborativa. Analisar a tendência de casos dos trabalhadores reabilitados é importante para contribuir na avaliação do serviço prestado aos segurados. Objetivo: Avaliar a tendência dos coeficientes de casos de trabalhadores reabilitados pelo serviço de reabilitação profissional da Previdência Social do Brasil, de 2007 a 2016. Método: Trata-se de estudo ecológico de séries temporais com dados secundários que incluiu para análise a tendência dos casos de trabalhadores reabilitados pelo serviço de reabilitação profissional do INSS, através dos coeficientes entre os números de segurados reabilitados e a quantidade de contribuintes (pessoa física) inscritos na Previdência Social. Foram utilizados modelos de regressão polinomial e considerou-se tendência significativa aquela cujo modelo estimado obteve p<0,05. Resultados: Os coeficientes de casos de reabilitados das regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul apresentaram tendência de decréscimo (p<0.05) por todo o período estudado. Enquanto a região Norte apresentou uma tendência crescente até o ano de 2009, seguida de decréscimo até 2012, quando passa a ser crescente a partir daí (p<0.001). Conclusão: De um modo geral, a tendência dos casos de trabalhadores reabilitados pelo INSS mostrou decréscimo significativo. São discutidos como fatores contribuintes para o declínio: a ausência de ações de prevenção de incapacidade e de articulação intersetorial do serviço de reabilitação profissional; maior restrição dos critérios de elegibilidade; redução dos investimentos públicos no programa; crescimento dos trabalhadores sem vínculo formal de trabalho e aumento da terceirização dos serviços.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL087

TL087 - QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO DOS AGENTES DE SAÚDE DE UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA NA AMAZÔNIA OCIDENTAL, NO ESTADO DE RONDÔNIA.

Janne Cavalcante Monteiro; Osmar Brandao da Silva Neto; Ana Caroline Gonçalves de Siqueira;

Introdução: o Agente Comunitário de Saúde (ACS) é um ator central para as práticas de saúde da atenção primária. Nesse sentido conhecer as condições de trabalho a que estão expostos é fundamental quando se busca melhoria dos serviços de saúde bem como para auxiliar a gestão de recursos destinados a ela. Objetivos: avaliar a qualidade de vida dos Agentes de Saúde da Unidade de Saúde Aponiã situada no município de Porto Velho no estado de Rondônia, além das condições laborais a que estão submetidos. Método: utilizou-se questionários que abordavam a respeito da escolaridade, idade, estado civil, classificação socioeconômica, principais dificuldades encontradas no processo de trabalho, bem como seus conhecimentos acerca de Saúde do Trabalhador. Entrevistou-se 11 Agentes de duas equipes de saúde da Unidade. Os dados obtidos foram tabulados por meio do Epi Info 3.5.3 e Google Formulários. Resultados: Observou-se que a maioria dos Agentes de Saúde acreditava que o seu ambiente de trabalho poderia gerar problemas, tanto físicos ( dores de cabeça – 72, 7%; dores em membros inferiores- 63,6%) quanto mentais (estresse – 90,9%; ansiedade – 45, 5%) além de risco de quedas, ataques de animais e acidentes automobilísticos. Conclusão: o processo de trabalho do Agente Comunitário apresenta um reflexo direto na qualidade do atendimento da população. Logo, compreender que o trabalho gera sobrecargas e expõe e vulnerabilidades a esses profissionais é vital para prevenir agravos à saúde desses trabalhadores, garantindo também um processo de trabalho mais eficiente na Atenção Primária.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL088

TL088 - O COMPORTAMENTO HUMANO E SUA IMPORTÂNCIA NA PREDIÇÃO DE RISCOS OCUPACIONAIS

Armando Cesar Gonçalves de Moraes Junior; Danielle Chaves Gonçalves Tavares

Introdução: Sem dúvidas, a segurança das pessoas na execução de seu trabalho é uma questão de importância reconhecida em todas as empresas respeitadas no mundo. Identificar fatores sensíveis com precisão e definir estratégias assertivas é, no entanto, um desafio grande e contínuo. Isso porque o ser humano, agente que interage com o ambiente e é suscetível a diversas morbidades, não tem em sua mente um sistema de processamento de entrada que recebe informações de forma binária, com resultados facilmente interpretáveis sob a lógica booleana. Objetivos: compreender como fatores comportamentais podem influenciar a percepção humana em relação a riscos em um determinado ambiente, a fim de ressaltar a importância da adoção desse tema nas estratégias e estudos de sistemas organizacionais complexos. Método: foi utilizada a técnica de pesquisa bibliográfica. Ela se baseou em publicações científicas em livros, artigos e teses na área de cultura organizacional e fatores humanos. Discussão: Neste contexto, é vital para criação de espaços seguros, que as organizações evitem ambientes de antecedentes que gerem percepções de insegurança, medo ou estresse excessivo, pois os comportamentos adotados podem ser indesejáveis, inclusive nas situações de perigo. Notoriamente, muitas das estratégias organizacionais que objetivam efetivar e manter culturas de segurança não consideram aspectos importantíssimos em suas premissas. Conclusão: O homem, objeto foco desses tipos de programas, não tem sua complexidade adequadamente avaliada. O comportamento humano e suas respostas a diversos tipos de estímulos necessitam, de forma mais contundente, formar as análises dos sistemas complexos organizacionais.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL089

TL089 - MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA COM A PRÁTICA DE MEDITAÇÃO GUIADA (MINDFULNESS) EM AMBIENTE CORPORATIVO

Juliana Torres Santos de Morais; Joice Ferreira Alves

Objetivo: comprovar a eficácia da aplicação da técnica de Mindfulness, com duração de oito semanas, na melhoria da qualidade de vida de trabalhadores de uma grande empresa. Método: O departamento médico da Empresa indicou funcionários com queixas recorrentes de stress e outros funcionários se inscreveram espontaneamente ao programa. Foi aplicado o questionário Breve ICES antes e após o treinamento, caracterizando-se um estudo longitudinal prospectivo. Encontros presenciais e um canal online com áudios de meditação guiada foi o método de comunicação entre o funcionário e a consultora. A análise estatística dos dados foi descritiva baseada em tendência central, do programa RapidMiner, realizada pelo departamento de Tecnologia da Informação da Empresa. Resultado: 43 pessoas iniciaram o programa. Na avaliação do nível de stress, segundo o Breve ICES, 60,4% dos participantes se enquadravam na Zona Preocupante. Ao final, esse percentual caiu para 32,2 %. Na avaliação dos 6 domínios do Breve ICES (Ambiente, Aspectos espirituais/religiosos, Físico, Nível de independência, Psicológico, Relações Sociais), houve melhora geral do score de todos eles, após aplicação da técnica Mindfulness, com destaque para o Psicológico, com melhora média de 20%. Conclusão: A aplicação do treinamento Mindfulness em ambiente empresarial traz, além dos resultados apresentados de melhora da qualidade de vida, outros benefícios imensuráveis gerais. O canal online utilizado permitiu acesso a depoimentos do tipo: "Quando percebo que estou ansiosa ou nervosa com algo, eu paro respiro fundo e começo a sentir minha respiração, o corpo. E tudo se ajeita e volta ao normal. Impressionante o poder da meditação."

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL090

TL090 - REDUÇÃO DO NÚMERO DE CASOS ENCAMINHADOS PARA O PRONTO-SOCORRO, FRENTE À IMPLANTAÇÃO DE UMA CULTURA DE INTEGRALIDADE NO ATENDIMENTO À SAÚDE DO COLABORADOR

Moacyr Vergara de Godoy Moreira; Edmundo di Giaimo Caboclo

Introdução: Num hospital de grande porte da cidade de São Paulo, com aproximadamente 8.000 funcionários, foi implantado um programa de atenção integral à saúde do trabalhador, a partir de julho de 2016, incluindo a realização de exames no local, a redução do tempo para a obtenção dos resultados, a aquisição de medicamentos e equipamentos (um eletrocardiógrafo, por exemplo), a inclusão de rotina de profilaxia para acidentes com pérfuro-cortantes, além da parceria com diversas especialidades médicas. Resultados: Entre julho de 2015 a junho de 2016 foram realizados 5.707 atendimentos assistenciais, dos quais 815 foram encaminhados para o pronto-socorro (14,28% dos casos). De julho de 2016 a julho de 2017, foram realizados 10.045 atendimentos, com 85 casos encaminhados para o pronto-socorro (0,84% dos casos). Discussão: Comparando o percentual de encaminhamentos, verificamos uma queda de 94,2% dos casos encaminhados, correspondendo a uma redução de 90% dos custos com o acionamento do serviço de urgência (redução de R$ 220.836,47 para o atendimento de 815 pacientes, para R$ R$ 23.032,02 para o atendimento de 85 pacientes). Além da redução significativa de custos, a iniciativa possibilitou uma melhor experiência por parte do trabalhador, como cliente do Núcleo de Saúde do Colaborador, oferecendo um acolhimento mais eficaz e uma maior confiabilidade por parte do serviço prestado. Conclusão: O programa, segundo a literatura médica especializada, dialoga com as diretrizes internacionais de integralidade no atendimento à saúde do trabalhador, além da adoção das diversas competências necessárias para o bom desempenho da prática da medicina do trabalho.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL091

TL091- ATENDIMENTO À SEGUNDA VÍTIMA

Moacyr Vergara de Godoy Moreira; Edmundo di Giaimo Caboclo; Veridiana Penteado; Mônica Morgese Alves

Introdução: Em um hospital da cidade de São Paulo foi criado um programa de atendimento à segunda vítima de eventos adversos. O termo "segunda vítima" foi utilizado pela primeira vez no ano 2000, pelo dr. Albert Wu, médico do Hospital Johns Hopkins, em um artigo que chamava a atenção para a necessidade de se prestar atendimento aos trabalhadores da saúde envolvidos em situações adversas, que podem atingir proporções devastadoras para pacientes e familiares. O profissional médico ou da enfermagem, pode, por sua vez, desenvolver sintomas similares à síndrome do estresse pós-traumático. Discussão: A literatura mostra que até 45 % dos profissionais envolvidos em efeitos adversos, na situação de segunda vítima, relatam não terem recebido o adequado acolhimento. O fluxo de atendimento à segunda vítima em nossa instituição passa por uma abordagem da Enfermeira 3, visando uma escuta sem interrupções ou julgamentos. O trabalhador pode então ser encaminhado para uma avaliação com o médico do trabalho, que direcionará o atendimento, quando necessário, para psicóloga ou psiquiatra. Em 7 a 10 dias, haverá novo contato com o colaborador, para verificação de seu estado. A experiência tem mostrado que, em 60% dos casos, a abordagem da Enfermeira 3 tem dado aos trabalhadores um suporte emocional satisfatório, sem que haja novos encaminhamentos. Conclusão: O programa de atendimento à segunda vítima oferece, portanto, um acolhimento imediato à ocorrência dos eventos e um acompanhamento pelo médico do trabalho e equipe de saúde mental, proporcionando ao trabalhador uma oportunidade de discutir seus sentimentos e prepará-lo para lidar com situações futuras.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL092

TL092- ERITRODERMIA ESFOLIATIVA GRAVE RELACIONADA AO USO DE INSETICIDA PIRETROIDE: RELATO DE CASO

Larissa Aires Oliveira de Moura; Andrea Franco Amoras Magalhães; Rosylane Nascimento das Mercês Rocha; Aline Cristhina Araújo Silva; Rafael Silva Duarte Almeida; Julianne Campos; Joseane Prestes de Souza

Introdução: Os agrotóxicos estão entre os mais importantes fatores de risco à saúde da população, devido aos grandes problemas de saúde pública que causam, como intoxicações agudas e crônicas, principalmente nos países em desenvolvimento e nos emergentes. Apresentação do Caso: Este trabalho é o relato de caso de um agricultor familiar, de 78 anos de idade, com história de aplicação de agrotóxico da classe dos piretróides, cujo nome comercial é Barrage, sem o uso de equipamento de proteção individual (EPI). Apresentou quadro de hiperemia em membros superiores e inferiores, evoluindo com acometimento de mais de 90% da superfície corporal, compatível com quadro de Eritrodermia Esfoliativa Grave, levando-o à internação hospitalar. Foi realizada biópsia de pele do tórax anterior, cujo resultado evidenciou fragmento de pele com reação inflamatória mista na derme superficial, com participação de mononucleares, frequentes neutrófilos e alguns eosinófilos, pequena ulceração na epiderme recoberta por exsudato seroneutrofílico, associada a espongiose e acantose leves; embora não específicos, são sugestivos de reação de hipersensibilidade. Discussão: Sendo assim, os achados histopatológicos reforçam a hipótese diagnóstica de eritrodermia esfoliativa por dermatite de contato. Durante a internação hospitalar, o paciente apresentou descompensação infecciosa, evoluiu com choque séptico e insuficiência respiratória aguda, resultando em Parada Cardiorrespiratória e óbito. O corpo foi encaminhado ao IML para necropsia, por se tratar de morte de causa não natural. Conclusão: Este relato tem o objetivo de destacar a importância do uso adequado de equipamentos de proteção individual (EPIs) pelos trabalhadores rurais, para prevenção da contaminação tópica e dos quadros de dermatoses de contato irritativas.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL093

TL093 - METODOLOGIA DE ANÁLISE DE VALOR AGREGADO EM AÇÕES DE PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SAÚDE DOS FUNCIONÁRIOS DA INDÚSTRIA BRASILEIRA

Francisco Claudio Patricio Moura Filho; Juliana Albuquerque de Souza; Bruno Sousa Simoes; Francisco Rodrigo Vieira Nogueira; Ana Livia Castro Sousa; Pedro Henrique de Mello Antunes; Daniel Domeneghetti

Introdução: A reversão da ascensão dos custos com saúde perpassa pela inovação de ruptura da saúde, através de uma revolução nos paradigmas do setor, pautada na mudança do modelo mental dos integrantes do sistema de saúde (empresas incluídas) em como prestar/contratar estes serviços, diante da perspectiva de que é melhor (e mais barato) manter indivíduos saudáveis do que tratar suas doenças, apesar da fórmula de lucro/modelo de negócio ser predominantemente oposto. Neste contexto desafiador para competitividade e sucesso das organizações, adaptamos a metodologia IAM – Intangible Assets Management para mensuração de um dos principais ativos de valor das organizações, a Saúde dos Funcionários. Objetivo: Mensurar o valor total do investimento na prevenção e promoção da saúde dos funcionários considerando os impactos tangíveis e intangíveis. Método: Identificação dos ativos tangíveis e intangíveis relacionados à Saúde dos Funcionários, com base na metodologia IAM. Categorização e qualificação sob a ótica do impacto, pela melhora ou piora da condição de saúde do funcionário. Criação de indicadores, métricas e condições de mensuração. Resultado: A criação de uma sistemática de avaliação baseada em valor pode auxiliar na solução de problemas da saúde ocupacional brasileira. Criar indicadores de gestão baseados nos aspectos intangíveis e direcionar os cuidados para prevenção de doenças. Conclusão: O método de mensuração do impacto/retorno de valor dos investimentos realizados pelas empresas na prevenção e promoção da saúde, indica alavancas e oportunidades para maximizar a geração e proteção de valor, tangível e intangível, da relação entre o funcionário e a empresa.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL094

TL094 - SCHWANNOMA VESTIBULAR VOLUMOSO: UM RELATO DE CASO ATÍPICO COM REVISÃO DA LITERATURA

Guilhermo Justino MUNDIM; Roberto Alexandre Dezena; Hugo Francisco Zambrana

Apresentação do caso: V.M., 55 anos, auxiliar de serviços gerais agrícolas da irrigação de empresa do setor sucroenergético. Previamente assintomático, quando apresentou síncopes durante atividade laboral. Avaliado no Setor de Saúde Ocupacional da empresa e encaminhado para estudo cárdio-neurológico. Identificado em Ressonância Nuclear Magnética Encefálica massa volumosa sólido-cística extra-axial de 3,4cm x 3,0cm x 3,3cm, localizada no ângulo pontocerebelar, adentrando conduto auditivo à esquerda com compressão de tronco encefálico e de quarto ventrículo. Submetido a ressecção cirúrgica do tumor por craniotomia suboccipital lateral. Evoluiu no pós-operatório somente com paralisia facial severa. Retornou ao trabalho na mesma função, mas com restrições a aptidões especiais. Discussão: Schwannomas vestibulares são tumores benignos neuroectodérmicos do 8º par craniano, com incidência populacional de 0,001% e etiologia desconhecida. Manifesta-se predominantemente com perda auditiva neurosensorial unilateral, vertigens e tonturas. Presente relato descreve caso atípico de tumor volumoso com primeira manifestação clínica através de síncopes em indivíduo previamente assintomático. Revisão de quase 8000 casos na literatura, nenhum apresentou como primeira manifestação clínica síncopes. Além disso, apresentou evolução pós-operatória atípica sem manifestações vestíbulo-cerebelares sustentadas, mas com paralisia facial severa desde o pós-operatório imediato. A atuação conjunta entre Medicina do Trabalho e Neurocirurgia permitiu diagnóstico preciso, tratamento ágil com menor complicação possível e reintegração ao trabalho com segurança. Comentários finais: Relato apresenta caso raro de tumor volumoso de 8º par craniano cuja primeira manifestação clínica foi síncope, diferentemente do descrito na literatura. Reforça importância do trabalho conjunto entre Medicina do Trabalho e Neurocirurgia para obtenção do melhor resultado clínico-laboral possível.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL095

TL095 -OXIGENOTERAPIA HIPERBÁRICA NO GERENCIAMENTO DE QUEIMADURAS ACIDENTÁRIAS: 4 ANOS DE EXPERIÊNCIA DA SAÚDE OCUPACIONAL DE EMPRESA DO SETOR SUCROENERGÉTICO.

Guilhermo Justino Mundim; Hugo Francisco Zambrana

Introdução: As queimaduras representam agravo importante em saúde pública. A Oxigenoterapia Hiperbárica (OTH) é um tratamento consagrado como acelerador de cicatrização e tem ganhando espaço, inclusive, no tratamento de queimaduras acidentárias. Objetivo: Fazer estudo dos queimados entre 2015 e 2018 de empresa do setor sucroenergético de 4.000 funcionários, enfatizando análise nos tratados com OTH. Avaliar impactos positivos junto aos funcionários, equipe da Saúde Ocupacional e alta gestão da empresa. Método: Estudo retrospectivo com levantamento dos queimados entre 2015 e 2018, identificando tratados com OTH. Analisando idade, sexo, número absoluto de queimados, número de casos com indicação de OTH, local mais afetado, profundidade da queimadura, setor mais afetado, tempo de recuperação e distribuição dos eventos ao longo dos anos. Dados obtidos de software RM-TOTVS utilizado pela empresa. Resultado: Analisados 96 eventos com queimaduras; 26(27,1%) preencheram critérios para OTH. Predominante em homens, com idade=37,9±10,1anos (mín=20anos; máx=60anos; mediana=37anos), principal agente água quente/vapor (79,6%), área mais afetada membro inferior, profundidade predominante 2º grau (80,7%), tempo de recuperação 23±9,1 dias (mínimo =14 dias, máximo=38,6 dias, mediana=21,2 dias) e setor mais afetado Indústria. Houve redução significativa de eventos com queimaduras tratadas com OTH entre 2015 e 2018 (10 eventos/ ano para 3 eventos/ano). Conclusão: OTH foi eficiente no tratamento de queimaduras acidentárias, aprimorou abordagem da Saúde Ocupacional e reforçou, junto à alta gestão, importância desse tratamento. Fomentou medidas preventivas de segurança que reduziram novos eventos. Quanto aos acidentados, houve redução significativa no tempo de recuperação e atenuação de sequelas físicas e psicológicas.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL096

TL096 - PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E SOCIODEMOGRÁGICO DOS TRABALHADORES ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO DE DOENÇAS OCUPACIONAIS EM HOSPITAL ESCOLA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

Daniele Regozino Muniz; Adalberto Malinverni Junior; Flávia S. S. Almeida;

Introdução: Após o reconhecimento da Medicina do Trabalho como especialidade médica em 2003, iniciaram-se os Programas de Residência Médica em 2004, os quais geraram a demanda de Ambulatório de Doenças Ocupacionais para o aprendizado. Objetivo: Caracterizar o perfil epidemiológico e sociodemográfico dos trabalhadores atendidos no Ambulatório de Doenças Ocupacionais de um Hospital Escola da cidade de São Paulo, no período de 2005 a 2017. Métodos: Foram analisadas 1559 consultas médicas, durante o período de 2005 a 2017. Analisaram-se as características sócio demográficas, do trabalho e diagnóstico dos pacientes. Resultados: Dentre as características sócio demográficas, há predominância do sexo masculino (54,5%), e a atividade laboral mais comum (34,9%) é produção de bens e serviços industriais. Foram realizadas 56 visitas ao local de trabalho, sendo que em 44,6% desses casos conclui-se nexo ocupacional. Em relação com as patologias mais frequentes, temos que as mais prevalentes são as doenças do sistema osteomuscular e tecido conjuntivo (23,4%), seguido das doenças da pele e tecido subcutâneo (23,2%). Analisando a prevalência dos transtornos mentais e comportamentais, observamos o aumento significativo, com prevalência em 2017 de 6,7%. Conclusão: O Ambulatório de doenças ocupacionais se mostra de grande relevância para contribuição no ensino dos residentes em medicina do trabalho, que além dos atendimentos realizam visitas aos locais de trabalho. Seu perfil de adoecimento relacionado ao trabalho é diferente do perfil no país, devido a demanda ocorrer principalmente do Departamento de Dermatologia e Fisiatria deste Hospital Escola.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL097

TL097 - VIGILÂNCIA DA SAÚDE DOS TRABALHADORES EM MARMORARIAS UTILIZANDO A ABORDAGEM NA CADEIA PRODUTIVA DAS ROCHAS ORNAMENTAIS E DE REVESTIMENTO DO NOROESTE DO ES

Paulo Roberto R. W. de Negreiros Filho; Elizabeth Costa Dias; Juliana Wotzasek Rulli Villardi

Introdução: O crescimento da atividade econômica envolvendo as rochas ornamentais do Espírito Santo, maior produtor nacional, acarreta além da dinamização da economia, grave degradação ambiental e da saúde dos trabalhadores. Na perspectiva da cadeia produtiva, etapa importante se desenvolve nas marmorarias, que representa cerca de 60% das empresas do setor, caracterizando-se pela baixa incorporação tecnológica, reduzido número de trabalhadores, vínculos precários e escasso investimento em treinamentos e na melhoria das condições de saúde e segurança, especialmente no setor informal, com empresas não regularizadas e invisíveis ao poder público. Objetivo: O estudo descreve as condições de trabalho na cadeia produtiva das rochas ornamentais e em especial, os riscos à saúde dos trabalhadores nas marmorarias de um município do noroeste do Espírito Santo, com ênfase na geração de poeira. Método: Foram realizadas análise documental, aplicação de questionário, visita as unidades produtivas para observação do trabalho e entrevista com os trabalhadores e gerentes, registradas em um "caderno de campo", identificando os principais riscos para a saúde dos trabalhadores e sua percepção sobre o trabalho. Resultados: Foram estudadas 18 empresas, 6 do setor informal, observando-se reduzido número de trabalhadores e condições de trabalho precárias com grande produção de poeira respirável e ausência de gerenciamento e descarte adequado dos resíduos. Conclusão: A abordagem dessa realidade a partir da cadeia produtiva ofereceu subsídios para conhecer melhor as atividades e os trabalhadores, permitindo a construção de propostas de ação capazes de intervir nas situações de risco e gerar melhorias na condição de trabalho e saúde dessa população.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL098

TL098 - ABSENTEÍSMO EM TRABALHADORES DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO FEDERAL DO RN.

Daniel Ribeiro de Oliveira

Introdução: O absenteísmo-doença no serviço público traz consequências negativas, gerando prejuízo aos cofres públicos e a uma prestação de serviço de má qualidade à população, pelo contigente de servidores reduzido. Objetivo: O presente estudo tem o intuito de identificar quais as entidades nosológicas estão envolvidas na gênese do absenteísmo-doença, entre trabalhadores de uma instituição de ensino federal do estado do Rio Grande do Norte, bem como o perfil epidemiológico dos mesmos. O conhecimento preciso das causas de afastamentos e sua análise visa o fomento de estratégias eficazes para promoção de um ambiente de trabalho mais saudável. Método: Os dados de licença para tratamento de saúde, dos últimos 5 anos, foram extraídos do SIASS (Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor), sendo analisadas diversas características tais como a codificação segundo a CID-10, tempo de afastamento, e cargo dos servidores. Resultado: A análise da série histórica dos dados de absenteísmo revelou que os transtornos mentais e comportamentais lideram as causas de afastamento, sendo também os mais prolongados, seguidos pelos distúrbios osteomusculares. Conclusão: Ações com o plantão psicológico para atendimento aos servidores, bem como a implementação de projetos de qualidade de vida no trabalho já estão em curso, entretanto, políticas públicas mais eficazes para promoção de um ambiente saudável são necessárias, bem como o envolvimento da gestão no sentido de promover um clima organizacional que favoreça a melhoria das relações interpessoais.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL099

TL099 - TRABALHO E PRODUÇÃO DO CUIDADO EM SAÚDE: ACOLHIMENTO E HUMANIZAÇÃO NA ASSISTÊNCIA ESPECIALIZADA

Jene Gryce Souza de Oliveira; Carlos Paula de Morais; Marisol de Paula Reis Brandt; Andry Oliveira da Cruz; Cleide Lavieri Martins

Introdução: A Política Nacional de Humanização (PNH) surge como proposta de reorganização da produção do cuidado no Sistema de Saúde, alterando a relação entre gestores, trabalhadores e usuários do sistema, para que cada um se reconheça como parte do processo de promoção e cuidado em saúde com qualidade. Nesse contexto, os trabalhadores se apresentam como protagonistas na luta contra a nocividade no processo de trabalho, desenvolvendo autonomia quanto à sua saúde, segurança e relações com a organização do trabalho. Objetivo: Interpretar a relação entre as diferentes práticas profissionais envolvidas no trabalho e na produção do cuidado especializado com as possibilidades e limites de implementação da diretriz do acolhimento e da PNH. Método: Estudo de natureza qualitativa, realizado em ambulatório de especialidades médicas, através de entrevistas semiestruturadas e grupos focais com trabalhadores em saúde (gestão, profissionais de saúde e de apoio). Dados analisados segundo Análise de Conteúdo. Resultados: Mantem-se um modelo de gestão burocrático, distante do preconizado pela PNH, cuja organização do serviço reproduz o modelo médico-centrado focado na produtividade, que não estimula o envolvimento dos trabalhadores em saúde; a ambiência – estrutura física e das relações interpessoais, foram também identificadas como fatores contributivos para conflitos no ambiente de trabalho gerando adoecimento, desgaste físico e emocional, além da despersonalização do profissional que atua na produção do cuidado em saúde. Conclusão: A PNH é possível de ser implementada na atenção especializada, no entanto, a gestão deve considerar a introdução de dispositivos tecnológicos de acolhimento e espaços coletivos de escuta do trabalhador.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL100

TL100 - BIOMARCADORES NEUROIMUNOLOGICOS COMO POSSIBILIDADE DE RASTREIO E DIAGNÓSTICO DE DOENÇAS PSÍQUICAS NO TRABALHO.

Julia Leticia Gorski Cora Gastao de Oliveira; Paulo Henrique Gastao de Oliveira

Objetivo: Analisar a literatura nacional e internacional sobre as novidades mais relevantes no campo de estudo de biomarcadores neuro-imunológicos e sua aplicabilidade no rastreio, diagnostico e seguimento de doenças psíquicas relacionadas ao trabalho. Método: Trata-se de um artigo de revisão baseado em pesquisas em base de dados LILACS, ScIELO, MEDLINE, BVS. Resultado:Os biomarcadores para ansiedade e depressão mais comumente citados foram : IL-6,TNFalfa, IL-2, IL-8, Cortisol. Conclusão: Evidencia-se uma necessidade imediata no avanço das abordagens diagnosticas e terapêuticas das doenças psíquicas relacionadas ao trabalho. O estudo e compreensão de biomarcadores neuro-imunológicos mostra-se promissor como coadjuvante no rastreio e acompanhamento clínico da saaúde psiquica dos trabalhadores.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL101

TL101 - SÍNDROME DA SUSPENSÃO INERTE E A NR 35

Luiz Felipe Gonçalves de Oliveira; Raffaello Popa Di Bernardi; Arnaldo Gomes do Amaral

Introdução: A Existência de uma Norma Regulamentadora específica para trabalho em altura (NR-35) tem por objetivo garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com esta atividade. Embora discorra sobre equipamentos de proteção e condutas que visam impedir quedas a NR-35 não orienta o que deve ser feito caso a queda ocorra, o dispositivo de segurança funcione, e o trabalhador fique suspenso. Discussão: Um trabalhador suspenso, pelo dispositivo de segurança, pode desenvolver a Síndrome da Suspensão Inerte: situação clínica potencialmente fatal em curto período de tempo, podendo causar perda de consciência e falência de múltiplos órgãos. Embora seja uma emergência médica potencialmente fatal, que requer cuidados específicos em seu manejo, a Síndrome da Suspensão Inerte é pouco conhecida pelos profissionais envolvidos na segurança dos trabalhadores que desempenham atividades em altura. Conclusão: A atualização da NR-35 com adição de anexo sobre a Síndrome da Suspensão Inerte contribuiria para maior conhecimento de tal condição. Discussões acerca de planos de resgate e manejo do paciente em Suspensão Inerte devem ser amplamente divulgadas visando a propagação de conhecimento sobre tal situação e maior segurança aos trabalhadores que realizam trabalhos em altura.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL102

TL102 - CONVIVER, LIDERAR, AGIR: COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS NO AMBIENTE HOSPITALAR

Maristela Brum de Oliveira; Maria Angela Felicio; Andrea Maria Silveira

Introdução: O trabalho no ambiente expõe a inúmeros riscos à saúde, elevadas demandas cognitivas e emocionais, incluindo a necessidade de tomada de decisões em situações críticas. Nesse cenário, os conflitos impactam na qualidade de vida no trabalho e no agir organizacional. Objetivos: Integrar saberes e autonomia no agir, por meio do desenvolvimento de competências coletivas, com foco na promoção de saúde e instrumentalização das lideranças para a formação e condução das equipes. Método: Aplicação de questionário preliminar paramedir a satisfação dos trabalhadores de uma unidade assistencial e oficinas para discussão de textos, dinâmicas, problematizações a partir dos resultados dos questionários,avaliaçãodo cenáriointerno eexternoà equipe. Resultados: Nos questionários declararam insatisfação: com as oportunidades de treinamentos/capacitações/educação continuada 44,7% dos participantes, 53,2% com o feedback em relação ao desempenho na realização das atividades, 31,9% com o grau de autonomia concedida 36,1% com o autocuidado e a atenção com a saúde de outros trabalhadores, 31,9% com os esforços institucionais para a melhoria das condições de saúde e segurança no ambiente de trabalho. Nas oficinas os participantes demonstraram disposição para o aprimoramento de habilidades interacionais na busca de melhorias por meio de atitudes cooperativas e solidárias visando a transformação por meio da ação coletiva Conclusões: Conclui-se que promover a integração entre membros da equipe, o conhecimento teórico-prático sobre a gestão de pessoas e convivência ética, fortalece relacionamentos e, o compartilhamento de opiniões e soluções para as situações de conflito no ambiente de trabalho.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL103

TL103 - CONHECIMENTO DE ESTUDANTES DE MEDICINA ACERCA DOS CRITÉRIOS PARA ESTABELECIMENTO DE NEXO CAUSAL ENTRE O ADOECIMENTO E O TRABALHO

Pedro Fernandez Fernandes de Oliveira; Maria Nilde Plutarco Couto Bem; Ana Roberta Silveira Castro; Breno Bezerra Bluhm; Edilson Lopes de Oliveira Júnior; Enan Henrique Batista Cavalcante; Jadson de Braga Chaves; Lara Fernandes Fonteles; Lara Pereira Arcanjo; Lília Sousa Martins de Alcântara Meireles; Lucas Nunes Ferreira Andrade

Introdução: Os médicos em diversos campos de prática são constantemente desafiados a estabelecer nexo entre o adoecimento de seus pacientes e seu o trabalho, como forma de atuar na promoção, prevenção, recuperação da saúde e preservação da capacidade laboral. O Conselho Federal de Medicina normatizou os critérios para tanto, ratificados através de Resolução CFM 2.183/2018. Objetivo: Verificar o conhecimento de estudantes de graduação em Medicina acerca dos pré-requisitos técnicos e éticos para o estabelecimento de nexo entre o exercício da atividade laboral e os agravos à saúde. Métodos: Foi elaborado um questionário onde os alunos apontariam o que julgavam como necessário para estabelecer nexo, sendo oferecido como resposta os incisos do artigo 2º da Resolução CFM 2.183/2018. O questionário foi divulgado e aplicado por meio eletrônico entre alunos de uma Universidade particular do Ceará. Resultados: Participaram voluntariamente do estudo 94 alunos, sendo a maioria (67%) do gênero feminino, com idade entre 18 e 20 anos (60,6%), cursando entre o 2º e 5º semestre do curso (84%). Houve unanimidade em apontar a história clínica e ocupacional atual e pregressa como indispensável para o estabelecimento de nexo, entretanto, somente 37,2% dos alunos apontaram todos os 9 incisos da Resolução. O item menos lembrado pelos alunos foi o estudo da organização do trabalho, considerado dispensável por 43,6% dos alunos. Conclusão: Os resultados apontam para a necessidade de reforçar o ensino da Medicina do Trabalho na graduação, em especial, no que tange à ergonomia física, mental e organizacional.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL104

TL104 - CONHECIMENTO DE ESTUDANTES DE MEDICINA DOS MOTIVOS RELACIONADOS À SAÚDE COM PREVISÃO LEGAL PARA JUSTIFICAR AUSÊNCIA AO TRABALHO

Pedro Fernandez Fernandes de Oliveira; Maria Nilde Plutarco Couto Bem; Amanda Carvalho Guilherme; Amanda de Andrade Cavalcante; Guilherme Van Der Linden Fialho; Isabela Corrêa Cavalcanti Sá; Lais Araújo Perazo Nunes de Carvalho; Larissa Férrer Freire Dias; Luana Camelo Oliveira; Marco Antonio de Lucena Furtado

Introdução: Os médicos de diversas especialidades são demandados a fornecer atestados e pareceres para o trabalhador, considerando que repouso, acesso a terapias ou afastamento da exposição nociva faz parte do tratamento. Objetivo: Analisar o conhecimento de estudantes de graduação em Medicina dos motivos relacionados à saúde de seus pacientes e acompanhantes que justificam ausências ao trabalho previstos para os celetistas vinculados ao Regime Geral de Previdência Social. Métodos: Elaboramos um questionário divulgado e aplicado por meio eletrônico entre alunos de uma Universidade particular do Ceará contendo 26 afirmativas, onde apontariam as que julgavam como corretas ou incorretas, envolvendo situações de saúde previstas em lei. Resultados: Participaram voluntariamente do estudo 118 alunos, sendo a maioria cursando entre o 2º e 5º semestre do curso (76,3%) e 11,8% cursando o internato. Dentre eles, somente 18,5% apontou corretamente todos os profissionais de saúde habilitados para emissão de atestados para ausência ao trabalho. Com relação à informação do diagnóstico nos atestados, houve diferença significativa entre os internos (71,4% de acerto) e os demais (41,3%). Com relação à recente lei a fim de permitir a ausência ao serviço para realização de exame preventivo de câncer somente 39,8% dos respondentes forneceram a resposta correta. Sobre o acompanhamento de filhos, somente 37,3% apontou a afirmativa correta. Conclusão: Os resultados apontam para a necessidade de reforçar o ensino de aspectos relacionados à saúde da legislação trabalhista e previdenciária para estudantes de graduação em Medicina.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL105

TL105 - PERÍCIAS CINESIOFUNCIONAIS: ATENDEM À REALIDADE DE PERÍCIAS DE CONDIÇÕES ERGONÔMICAS?

Bárbara Mary de Araújo Pereira

Introdução: Este estudo foi desenvolvido para analisar a perícia cinesiofuncional realizada por fisioterapeuta como perito oficial para a Justiça do Trabalho no Nordeste (PE, PB, BA, RN, SE e AL), devendo ser feita de modo adequado e técnico perante a ciência da ergonomia. Objetivos: avaliar a qualidade destas perícias quanto aos aspectos ergonômicos. Método: Realizada análise crítica de 20 perícias cinesiofuncionais de escolha aleatória, enviados por e-mail por peritos médicos assistentes técnicos nas localidades. Critérios de inclusão foram casos possíveis ou não de acidente e que tenham sido agravados pela falta de condições de ergonomia; e os de exclusão: doença ocupacional de causa não ergonômica. Realizou-se uma classificação e levantamento dos pontos fundamentais para uma boa perícia de ergonomia. Os Critérios de estudo foram: Há análise ergonômica adequada para a demanda jurídica? Houve avaliação do conjunto das operações na jornada de trabalho? E levantamento de critérios para: lombalgias e hérnias de disco; esforços de empurrar/ puxar; Lesões de Ombros e das Mãos e avaliação de Calor e Trabalho Pesado. Resultados: Os resultados evidenciaram que atende na maioria (0%), em alguns aspectos (30%) e muito pouco (70%) perante a ciência da ergonomia. Não há análise ergonômica (95%),em relação ao uso de ferramenta ergonômica para o objeto da perícia: adequadas (20%), não adequadas (15%) e ausentes (65%). Em 80% dos casos foi estabelecido nexo de causalidade e/ou concausalidade sem avaliação adequada. Conclusão: Para uma boa perícia: anamnese e exame físico, análise ergonômica do local de trabalho e ferramenta ergonômica adequada para o objeto da perícia.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL106

TL106 - REABILITAÇÃO PROFISSIONAL E RETORNO AO TRABALHO: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE DIVERSOS PAÍSES E O BRASIL

Rose Meire Canhete Pereira; Maria Inês Monteiro

Introdução: Considerando-se tendências globais com mudanças demográficas que ocorrerão nos próximos anos, envelhecimento da população e surgimento de doenças/ acidentes (relacionados ou não ao trabalho) que geram incapacidade laboral, bem como a sustentabilidade dos sistemas de seguridade social, torna-se imprescindível a implementação dos serviços de reabilitação, que envolve três aspectos diferentes: reabilitação médica, profissional e social. Objetivo: Analisar e comparar os processos de reabilitação profissional com foco no retorno ao trabalho no Brasil, Estados Unidos da América (EUA), Canadá, Chile, Japão e 31 países (União Europeia); identificar as estratégias para reintegração ao trabalho por meio da reabilitação profissional e identificar os facilitadores e barreiras dos processos existentes. Método: Trata-se de estudo teórico, descritivo. Foi realizada busca nos sites oficiais de cada governo e instituições relacionadas à saúde e segurança no trabalho e seguridade social, com análise de documentos publicados até abril de 2018. Conclusão: muitos países europeus destacam-se com visão holística e foco nas habilidades do trabalhador, suas percepções e capacidade residual de trabalho. Japão, EUA e Canadá apresentam estruturas similares. Chile demonstra ênfase na abordagem de deficientes e trabalhadores com sequelas de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais. No Brasil, a reabilitação profissional apresenta estruturas interessantes já implementadas, porém há inúmeras barreiras para a implantação de um processo de excelência. A proposta atual não prevê ações voltadas para a implementação do processo de reabilitação profissional existente, nitidamente com postura dispare com relação à visão atual do tema no âmbito mundial.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL107

TL107 - ANÁLISE DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO DOS MOTORISTAS DE TRANSPORTE DE CARGA COM TRANSTORNO DO CICLO VIGÍLIA-SONO DEVIDO A FATORES NÃO ORGÂNICOS

Rafaela de Paula Peres

Introdução: Qualidade de Vida no trabalho tem sido uma crescente frequência para descrever certos valores ambientais e humanos, negligenciados pelas sociedades industriais em favor do avanço tecnológico, da produtividade e do crescimento econômico. Assim, é essencial nossa análise com a privação do sono pelo fator de risco para o estresse, consequente redução do desempenho no trabalho e favorecimento de acidentes e incidentes, além de promover alterações no estado de humor, das funções autonômicas e do sistema imunológico. Objetivos: avaliar por meio de questionário modelo Walton a qualidade de vida no trabalho dos motoristas de transporte de carga paralelo a uma escala Epworth de sonolência, com abordagem quantitativa para o público alvo entre 25 a 55 anos de idade, com transtorno do ciclo vigília-sono devido a fatores não orgânicos. Resultados: foram obtidas 156 respostas válidas do total de 300 motoristas e foi possível observar, utilizando tabulação de dados e tabelas dinâmicas, que alguns fatores contidos dentro dos critérios do questionário em estudo, como prática de feedback, critérios para promoção e contratação e treinamentos fora do horário de trabalho apresentaram índices de insatisfação consideráveis, porém, ao se olhar para o todo, todos os critérios utilizados apresentaram resultados positivos. Conclusão: os profissionais de transporte de carga de horários irregulares estão em sua maioria com má qualidade de sono, mesmo com satisfação em QVT. Portanto, diante da percepção do pesquisador a qualidade de sono é um fator que interfere na qualidade de vida no trabalho.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL108

TL108 - RELATO DE CASO: PNEUMONITE POR HIPERSENSIBILIDADE

Rafaela de Paula Peres; Adriano Vicentini Alves; João Paulo Alvarez; Silvio K. Shiroma

Apresentação do Caso: I.S.P, masculino, 58 anos. Natural Paraná, segundo grau incompleto. Admitido indústria metalúrgica Curitiba PR, operador de máquinas /1994. Queixa-se de obstrução nasal e tosse seca a produtiva com início dos sintomas na função de controle dimensional de carcaça. Discussão: Em 2008, foi ao médico, em radiografia tórax sem alterações prescreveu sintomático e diagnosticou de rinite permanecendo na mesma função. Não apresentou melhora, procurou pneumologista solicitando tomografia tórax em 2008 com Infiltrado intersticial reticulo, nodular disperso bilateral. Pequenos opacidades nodulares justa pleurais no lobo inferior do pulmão esquerdo, diagnóstico de Pneumonite por Hipersensibilidade. Tratamento corticoterapia e afastado por 30 dias. Realizou seguimento Tomográfico 2013 com presença de dois diminutos nódulos não calcificados (inespecífico) no lobo superior direito (residuais). Presença de dois nódulos pulmonares, sem componente cálcico evidente, 2 e 3 mm cada, no lobo superior, apical e outro na periferia lateral. Em 2015, tomografia com 3 pequenos nódulos pulmonares não calcificados com 4 mm em lobos superiores. Espirometria sem alterações, oximetria 95%. No retorno ao trabalho, solicitava remanejamento de setor, porém não foi devido não existir cargo na empresa, ocioso no horário de serviço, evoluindo com quadro depressão. Em 2011 foi afastado INSS, em 2017 retornou ao trabalho, atualmente almoxarife de calibradores, não apresentando sintomas. Considerações Finais: Conclui-se que na evolução natural da doença do trabalhador em questão, o fator com maior impacto é a instituição de terapia, e que as alterações nas tomografias pulmonares não são acompanhadas de forma linear pelas alterações funcionais, desde que as espirometrias estejam de acordo com o normal.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL0109

TL109 - PERÍCIAS NO ÂMBITO DO SUBSISTEMA INTEGRADO DE ATENÇÃO À SAÚDE DO SERVIDOR (SIASS)

Carolina de Mendonça Brandão Pinto; Bruno David Henrique

Introdução: No contexto da saúde do servidor publico federal foi instituído o SIASS com intuito promover ações de promoção de saúde e de imprimir a aplicação padronizada das leis do Regime Jurídico Único. A perícia oficial em saúde requer habilidades específicas de compreensão sobre a capacidade laborativa de um servidor em relação ao seu cargo efetivo diante de um agravo à saúde, ser capaz de avaliar sobre dependentes adoecidos, além de dar respaldo às demandas administrativas legais. Objetivo: Apresentar dados sobre os tipos de atividades desenvolvidas por esta unidade SIASS no período de 2013 a 2018, especificando por cada tipo de finalidade. Método: Os dados foram extraídos do referido sistema, no perfil de acesso "gestor do SIASS" da unidade, com busca no item "tipos de perícias", coletando números de pericias realizadas nos servidores ativos ou aposentados, dependentes ou pensionista. As buscas foram realizadas por períodos de 12 meses e uma série temporal foi avaliada por gráficos de tendência ao longo do tempo. Resultado: Observou-se aumento do número de pericias para licenças para tratamentos de saúde, avaliação para horário especial, avaliação de invalidez permanente, isenção de imposto de renda e para integralização de proventos. O mesmo não foi observado no número de avaliações de licença ou invalidez geradas por acidentes em serviço ou moléstia profissional. Conclusão: O conhecimento profundo das demandas por essas perícias pode iniciar um estudo de dados epidemiológicos para fins de ações a serem cumpridas por uma política de saúde do trabalhador da instituição.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL110

TL110 - PROGRAMA DE REABILITAÇÃO OSTEOMUSCULAR

David de Mario Porto; Jean Felippe Makdissi

Introdução: Programa corporativo de reabilitação osteomuscular que garante a melhoria da qualidade de vida e produtividade do colaborador, além do retorno sobre investimento pela diminuição dos custos de assistência médica. Pesquisa realizada no Brasil, com mais de 180mil profissionais de grandes empresas, revelou que a ortopedia é a especialidade que hoje mais consome recursos com saúde das empresas, ultrapassando inclusive os gastos em tratamentos com os cânceres mais frequentes. Objetivos: Com base nesta realidade, uma empresa especializada em promoção de saúde no trabalho, desenvolveu um programa corporativo altamente eficaz e inédito de saúde ortopédica, que se destaca em utilizar a Quiropraxia, como principal ciência de combate a sinistralidade, associada a Fisioterapia, como potencializadora do resultado terapêutico e obteve os seguintes resultados que foram levantados pela consultoria de benefícios do cliente. Resultados e Conclusão: Em uma grande empresa do segmento de fabricação de pneus, uma análise da base de sinistro do indicador de cirurgias de coluna nos colaboradores, por data de atendimento, no período pré-implantação (jan a dez/2016) vs pós-implantação (jan a dez/2017), evidenciou: • A frequência de cirurgia de coluna no grupo dos titulares em 2016 foi 0,45% e em 2017 foi 0,22% • O custo evitado pela redução da frequência de cirurgias de coluna no grupo dos titulares foi de R$ 710.000,00 (8 cirurgias de coluna a menos que em 2016). • ROI: Cada R$ 1,00 investido no programa, gerou retorno de R$ 3,82 em custos de assistência médica para empresa

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL111

TL111 - CONTROLE MÉDICO DOS TRABALHADORES POTENCIALMENTE EXPOSTOS À TUBERCULOSE

Marcelo Pustiglione; Maria Aparecida Trindade Batistuzzo; Symonne Pereira Tappes; Camila de Aquino Feijó; Flávia Fazoli da Cunha Freitas Viana

Introdução: A Tuberculose (TB) é uma doença infectocontagiosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis (MTb) que pode acometer qualquer órgão ou sistema do organismo, sendo mais frequente nos pulmões. Há quase um século tem sido apontada como risco à saúde dos trabalhadores. Estudos evidenciam que algumas categorias profissionais, particular e especialmente as que exercem suas atividades laborais em serviços de saúde e as que cuidam de pessoas em situação de privação da liberdade e vulnerabilidade social, correm maior risco. Assim, a aquisição de TB em decorrência da atividade laboral deve ser objeto de preocupação tanto para a equipe de controle de infecção do ambiente dos serviços de saúde quanto para os profissionais da equipe de gestão da saúde e segurança no trabalho desses estabelecimentos. Objetivos: Fundamentar a elaboração e implementação de um instrumento de promoção e preservação da saúde e da segurança dos trabalhadores potencialmente expostos ao MTb e apresentar modelo de Programa de Controle Médico da Tuberculose Ocupacional (PCMTO) em trabalhadores potencialmente expostos. Método: Foi realizada busca ativa de textos legais, manuais e diretrizes que abordassem o tema. Resultados: Após análise de cinco textos legais e nove manuais e diretrizes que tratavam do tema, apresenta-se a proposta de um PCMTO. Conclusão: Configura-se como absolutamente necessária a implantação de ações preventivas específicas para o conjunto dos trabalhadores potencialmente expostos ao MTb, sendo esta uma ferramenta de prevenção e de precaução de mão dupla promovendo a saúde e segurança do trabalhador e a segurança do paciente.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL112

TL112 - O PAPEL DA EQUIPE ESPECIALIZADA EM SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO (EESST) NA REDUÇÃO/ELIMINAÇÃO DO IMPACTO DE AGENTES DE RISCO OCUPACIONAL (ARO) NOS PRIMEIROS 1000 DIAS DE VIDA DOS INDIVÍDUOS

Marcelo Pustiglione; Symonne Pereira Tappes; Débora Cavalheiro Chaves Folly; Camila de Aquino Feijó; Flávia Fazoli da Cunha Freitas Viana

Introdução: O conceito dos "Primeiros mil dias" na vida da criança refere-se ao período contado da concepção até dois anos de idade. Ele enfatiza a importância de intervir nos determinantes dietéticos, comportamentais, ambientais e de saúde nesse período, pois isso traz benefícios para o resto da vida. Quanto aos determinantes ambientais, as condições de salubridade laboral assumem grande influência. Objetivos: Discutir a importância da EESST na identificação de ARO e na redução/eliminação do impacto na vida do indivíduo. Método: Realizou-se revisão da literatura na BVSalud, e busca ativa de artigos e legislação. Resultados: Os dados apontam o potencial impacto dos ARO de todas as naturezas na gravidez, incluindo o concepto, e o lactente. A CLT determina que os exames médicos ocupacionais são de responsabilidade do empregador e devem compor um programa de controle medico de saúde ocupacional implantado e implementado por EESST. Compete ao médico do trabalho avaliar as condições de saúde do trabalhador para determinadas funções e/ou ambientes, propondo sua alocação para trabalhos compatíveis com seu estado de saúde, orientando-o e, ao empregador ou chefia em relação ao processo de adaptação do trabalho. Conclusão: O presente estudo sugere íntima relação entre a exposição da gestante/lactante a ARO e o impacto na saúde futura do Indivíduo. Portanto, há necessidade de atenção e cuidados relativos aos ARO no contexto laboral, com ressalva ao caráter técnico da avaliação da condição de salubridade do ambiente, método e processo de trabalho. Este procedimento não deve ser feito por "médico de confiança" mas por EESST.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL113

TL113 - RISCO OCUPACIONAL NO TRABALHO RURAL: COMO ASSEGURAR SUA VISIBILIDADE

Marcelo Pustiglione; Silvana Tognini; Camila de Aquino Feijó; Flávia Fazoli da Cunha Freitas Viana

Introdução: O trabalho pode representar causa ou concausa no surgimento de doenças e ocorrência de acidentes. Reconhecê-las é fundamental para a implementação de ações preventivas. Isto é mais factível em trabalhadores empregados formalmente, porém esta condição contempla apenas 30% dos trabalhadores rurais; 70% só têm essa "visibilidade" quando se acidentam ou adoecem e buscam a rede de atenção à saúde. Caso o nexo de relação causal evento-trabalho não seja feito nesse momento, ações de prevenção estarão comprometidas. Objetivos: a) Ratificar a necessidade de implantação de programa de sensibilização e capacitação dos profissionais da rede de atenção à saúde para aplicação de linha de cuidado integral à saúde e segurança (LCISS) do trabalhador rural (TRu); b) Subsidiar a construção destes programas; e c) Apresentar resultados preliminares de um Grupo de Trabalho (GT) de uma Secretaria de Estado da Saúde. Método: Foi realizada busca ativa de textos legais, manuais, livros, revistas e de literatura complementar a respeito do tema. Também foram apresentados os resultados do GT citado. Resultados: Foram selecionados 17 textos. Dentre os resultados do GT destaca-se a elaboração do Protocolo Clínico "O trabalhador rural em atividades de cultivo" e a estruturação de LCISS/TRu. Conclusão: Considerando os fundamentos do SUS, a missão da Renast/Cerest, e o visível risco dos trabalhadores rurais se faz necessária: a) A capacitação continuada dos profissionais da rede de atenção à saúde; b) A elaboração de protocolos clínicos e outros materiais de informação sobre o tema; e c) A estruturação de LCISS/TRu.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL114

TL114- OSSOS DO OFÍCIO: O RISCO PSICOSSOCIAL NOS PROGRAMAS DE CONTROLE DE SAÚDE MÉDICO OCUPACIONAL DE FRIGORÍFICOS GAÚCHOS

Bruna Carolina Bruna Quadros; Paulo Antônio Barros Oliveira

Introdução: Trabalhadores de empresas de abate e processamento de carnes de aves e suínos apresentam frequência de afastamentos por motivo de Transtornos Mentais e do Comportamento (TMC) superior à população trabalhadora em geral. Objetivos: investigar como os Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO de frigoríficos de aves e suínos lidam com o risco psicossocial decorrente das condições e da organização do trabalho. Método: Trata-se de pesquisa observacional-descritiva de múltiplos casos, com o emprego de procedimentos de pesquisa documental e análise de conteúdo de 26 documentos-base do PCMSO de frigoríficos gaúchos, vigentes em outubro de 2017, com uma abordagem quanti-qualitativa. Resultados: Apenas 2 frigoríficos reconheceram a existência de algum risco psicossocial em seus PCMSO. A pesquisa identificou que apenas 5 empresas desenvolveram alguma estratégia em saúde mental, tendo sido essas medidas de promoção da saúde mental e de prevenção de TMC classificadas como de baixa efetividade. Em seus programas escritos, nenhuma das 26 empresas reconheceu que o trabalho pode ser causa ou concausa do desenvolvimento de TMC. Conclusão: Conclui-se que o não reconhecimento do risco psicossocial e da possibilidade de desenvolvimento de TMC impede a elaboração de ações de prevenção e promoção adequadas, afetando a efetividade do PCMSO quanto à preservação da saúde mental e onerando a Previdência Social em razão dos afastamentos.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL115

TL115 - ZIKA: QUANDO MEDIDAS DE SAÚDE PÚBLICA AFETAM A SAÚDE OCUPACIONAL

Bruna Carolina de Quadros; Paulo Antonio Barros Oliveira

Introdução: Um quadro preocupante para a saúde pública decorre da presença de vetores no território nacional e da circulação simultânea de vírus potencialmente danosos à população, como os responsáveis pela dengue, chikungunya e zika. A literatura sugere o controle vetorial, realizado por equipes de combate às endemias mediante o emprego de inseticidas e larvicidas, cabendo à vigilância epidemiológica o reconhecimento precoce das novas áreas de transmissão. Entretanto, a saúde ocupacional desses trabalhadores tem sido negligenciada pelo Sistema Único de Saúde e pelos serviços especializados em medicina do trabalho. Método: Em ação fiscal realizada em 2016, num dos cinco maiores municípios do Estado do Rio Grande do Sul, a Inspeção do Trabalho identificou a ausência de controle médico de saúde dos trabalhadores responsáveis pela aplicação de agrotóxicos organofosforados e carbamatos, os quais eram empregados celetistas, sujeitos, portanto, à regulamentação trabalhista. Dadas as variações intraindividuais de marcadores biológicos como a acetilcolinesterase, é obrigatória a realização de exames periódicos e de um admissional de referência, antes da exposição ocupacional, o que permitiria a identificação da depressão da atividade inicial desses marcadores, impondo a notificação compulsória do adoecimento ocupacional. Conclusão: Dessa forma, dada a necessidade - de ordem pública - de controle de vetores mediante o emprego de agrotóxicos, o poder público deve garantir a adoção de medidas protetivas adequadas e o correto monitoramento epidemiológico dos trabalhadores que atuam como agentes de endemia, quer empregados da administração direta, quer indireta, quer sejam trabalhadores de empresas contratadas para a prestação do serviço de controle de vetores.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL116

TL116 - ABSENTEÍSMO MILITAR: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Filipe de Jesus Rametta

Introdução: Conhecer os riscos a que o militar está exposto, as principais causas de afastamento e o perfil do trabalhador afastado, torna-se então de fundamental importância para redução do absenteísmo. Objetivo: Realizar uma revisão teórica a respeito das principais causas de afastamento por motivo de doença em servidores militares. Método: Foram selecionados artigos entre os anos de 2000 e 2016, utilizando as palavras-chave absenteísmo, afastamento por doença, absenteísmo militar, atividade militar, qualidade de vida no trabalho. A importância do estudo se fundamenta no fato desta classe profissional possuir características peculiares que a difere das demais, expondo o seu servidor a diversos tipos de riscos durante toda sua carreira, nos diversos tipos de serviço. Discussão: Foi observado que o gênero masculino, as graduações de sargento e soldado e os acometimentos osteomusculares prevalecem na maioria dos afastamentos nas diversas instituições militares. Conclusões: Como muitos dos fatores de risco para os problemas de saúde são modificáveis, conclui-se que medidas educativas podem ser tomadas de maneira a reduzir os índices de absenteísmo

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL117

TL117 - PROJETO SUPERAR

Luis Marcio Araujo RAMOS; Fernanda Ferreira Monteiro de Souza; Andre Alves Barbosa; Fernanda Gonçalves de Almeida Campera; Tatiany Bouzas Sales Quintão; Marcelo Gouvea Teixeira; Amalia Regina Lage Leão; Vinicius Da Cunha Linhares; Daniel Marun Coutinho; Glayco Oliveira Bustamante; Ana Paula Santana Pereira Hauck; Emerson Da Silva Gonçalves; Cassia Soares Pereira; Paulo Henrique Lemos de Moraes

Introdução: O Projeto Superar iniciou em 2014 a partir absenteísmo relacionado a causas osteomusculares e lesões, correspondentes a 30% do total de afastamentos da Usiminas. O Projeto é desenvolvido em parceria com a Fundação São Francisco Xavier. Objetivos: orientar os empregados em relação aos cuidados para a prevenção das lesões relacionadas ao sistema osteomuscular ocasionadas pela prática de esportes e acidentes de trânsito, além de oferecer abordagem educativa e terapêutica. O intuito também é diminuir as chances de complicações, a necessidade de internações e cirurgias. Método: A avaliação dos resultados do Projeto é realizada através do levantamento do número de dias perdidos pelos participantes durante os 12 meses que antecederam a inscrição e os 12 meses posteriores a data de alta. Resultados: foram avaliadas as licenças relacionadas ao esqueleto axial dos empregados lotados em Ipatinga. As licenças avaliadas foram referentes aos grupos dos CID's M50 a M54. A amostra utilizada foi de 274 empregados encaminhados ao Projeto, correspondendo a 100% dos empregados que concluíram o plano de cuidados e receberam alta há pelo menos 12 meses. Discussão: A redução do número de dias perdidos foi de 75,1% para afastamentos de até 15 dias e de 70,8% para superiores a 15 dias. O Projeto tem contribuído para a maturidade de saúde na empresa. O número de inscritos evoluiu de 103 em 2014 para 900 em 2017. Conclusão: A participação dos empregados foi gerando consciência de que o autocuidado poderia contribuir não só no trabalho, mas na saúde como um todo.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL118

TL118 - EFEITOS DA FADIGA HUMANA NA AVIAÇÃO REGULAR BRASILEIRA

Tulio Eduardo Rodrigues; Luciano Baia; Eduardo Morteo Bastos; Raul Bocces; Frida Marina Fischer; Fabiano Paes Gonçalves; Andre Frazão Helene; Paulo Rogério Licati; Alfredo Menquini; Mariana Lima Paulo; Paulo Spyer; Eduardo Stefenon

Introdução: Fadiga, por suas implicações no nível de alerta, é fator de risco importante na aviação e métodos de análise, compreensão e gerenciamento são tópicos atuais e de grande interesse. Nesse contexto, o presente estudo analisou a fadiga de pilotos e comissários de voo na aviação regular brasileira. Objetivos: (1) propor indicadores de fadiga nas fases críticas do voo (pousos e decolagens), (2) buscar fatores sazonais de variação destes indicadores, e (3) propor métodos de análise aplicáveis a estratégias de mitigação. O estudo foi aprovado pelo CEP (89058318.7.0000.5464) do Instituto de Biociências da USP. Método: A coleta conta atualmente com cerca de 5000 escalas e 450.000 horas de jornada de trabalho. Os dados foram obtidos por envio espontâneo e anônimo das escalas para uma plataforma desenvolvida pela equipe, sendo estas analisadas com o software de gerenciamento de fadiga humana SAFTE-FAST, cujo algoritmo leva em conta o processo homeostático, ritmos circadianos associados à atenção/vigília e à inércia do sono. Uma análise preliminar que incluiu 323 aeronautas demonstrou que um importante fator está relacionado à queda no nível de alerta dos indivíduos nas fases críticas do voo. Dessa forma, foi possível determinar um indicador global de probabilidade relativa de fadiga que apresentou grande variação sazonal com aumento significativo nos meses de alta temporada ( Janeiro-2018 e Julho-2018), em relação ao mês de baixa temporada (Abril-2018). Conclusão: as análises das escalas de voo permitiram identificar riscos potenciais nas jornadas de trabalho dos aeronautas, com vistas a propositura de estratégias de mitigação de fadiga.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL119

TL119 - REABILITAÇÃO PROFISSIONAL E TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS TRAUMÁTICO: UM CASO DE ÊXITO

Maria Júlia Parcias do Rosario; Fabio Fernandes Dantas Filho; Ana Luisa Porsch; Alvaro Roberto Crespo Merlo

Apresentação do Caso: Feminino, 37 anos, enfermeira de CTI de hospital universitário por 10 anos. Em Janeiro de 2013 realizou atendimento voluntário às vítimas do incêndio ocorrido em boate no RS, onde morreram centenas de jovens. Nos dias seguintes, passou a apresentar sintomas ansiosos e depressivos. Apresentou piora progressiva nos meses seguintes, quando atendia pacientes graves na CTI e no aniversário anual do evento. Três anos após, procurou Serviço de Medicina Ocupacional apresentando sintomas intensos, marcados por mal-estar geral, tremores, dificuldade de concentração e memória, medo de trabalhar e sensação de morte. Foi afastada do trabalho, passou a acompanhar psicóloga do trabalho, psiquiatra, médico do trabalho e psiquiatra externo. Realizado diagnóstico de TEPT emitida CAT. Sem melhora com o afastamento pelo INSS, foi encaminhada à reabilitação profissional em 2017, com recomendação de não trabalhar em UTI ou assistindo pacientes graves. Foi reabilitada em CCIH, retornando ao trabalho em abril de 2018. Apresentou boa adaptação ao trabalho, desde então assintomática. Discussão: O TEPT é uma psicopatologia que pode ser desencadeada após evento traumático no contexto ocupacional. Bancários, policiais, enfermeiros e bombeiros estão entre as categoriais profissionais mais afetadas. A reabilitação profissional é um grande desafio nesses casos, especialmente quando o diagnóstico é tardio. Comentários finais: Serviços de atendimento à saúde do trabalhador precisam estar atentos ao diagnóstico de TEPT relacionado ao trabalho, pois isso possibilita diagnóstico precoce, manejo e tratamento adequados. Frequentemente é necessária reabilitação profissional, que depende de vário fatores para ser exitosa.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL120

TL120 - RELAÇÃO DO ESTRESSE COM O NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA DE POLICIAIS MILITARES

Maria Júlia Parcias do Rosario; Abel Raimundo Viga do Rosario; Keila Rausch Pereira; Gustavo Klauber Pereira

Introdução: O estresse ocupacional é apontado na literatura como presente na vida laboral do policial militar e a atividade física tem sido apontada como protetor do estresse. Objetivo: analisar a associação do estresse com o nível de atividade física de dois grupos de policiais militares de uma cidade do sul do Brasil. Método: A amostra foi composta por 110 policiais militares (média de idade de 36±7,8); agrupados em profissionais lotados no 7º Batalhão de Policia Militar (n=65) e no Batalhão de Operações Policiais Especiais – BOPE (n=45). Utilizou-se um questionário dividido em: Identificação pessoal: (idade, sexo, escolaridade, habilitação profissional, quantidade de horas trabalhadas e tempo de profissão); Classificação Econômica do Brasil (ABEP); Escala de Estresse no Trabalho e Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ/versão curta). Resultado: Constatou-se, em ambos os grupos (A e B), 96% dos policiais militares com alta demanda psicológica, 57% com muita autoridade de decisão e 82,7% muito apoio social, 99,1% com alto nível estresse e 70% dos policiais classificados como ativos. Não houve associação significativa entre o nível de atividade física e o estresse (p=0,187). Conclusão: Os dados apontam um alto nível de estresse, com alta demanda psicológica, muito controle (presença de discernimento intelectual do profissional e autoridade sobre decisões a serem tomadas e muito apoio social; a maioria dos PMs são fisicamente ativos. O nível de atividade física não determina a ocorrência de estresse nestes profissionais.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL121

TL121 - VIGILÂNCIA EM PNEUMOCONIOSES, NA CIDADE DE CAMPINAS/SP, DE 2005 A 2016.

Mariana De Alcântara Rossetto; Marcia Bandini; Sérgio Roberto De Lucca; Vamir Antonio Zulian de Azevedo; Djalma de Carvalho Moreira Filho; Ericson Bagatin

Introdução: A prevalência de pneumoconioses ainda é relevante no Brasil, porém, os dados disponíveis nas estatísticas previdenciárias não contém informações para as ações de vigilância nos locais de trabalho. Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico das pneumoconioses notificadas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação/ Sinan, em Campinas/SP. Método: Trata-se de um estudo descritivo a partir dos dados obtidos no SINAN sobre a caracterização destas ocorrências, registradas no município de Campinas/SP, entre os anos de 2005 e 2016. Resultados: Dos 1205 casos de pneumoconioses ,97% foram notificados pelo CEREST. A maioria dos dados da ficha de notificação de pneumoconioses estavam incompletos. Dos casos registrados 93% estavam expostos ao asbesto e trabalhavam na fabricação de produtos cimento amianto. Destes 82,2% dos casos de doenças asbesto- relacionadas foram placas pleurais, 10,5% asbestose e dois casos de mesotelioma. A prevalência de silicose foi 6%. Conclusão: Na maioria das fichas de notificação de agravos à saúde relacionada às pneumoconioses, foram notificados casos de placas pleurais. Sugere-se que entre as doenças de notificação compulsória o termo "pneumoconiose" seja substituído por doenças respiratórias ocupacionais. As informações contidas nas fichas de notificação do SINAN são fundamentais as para o desencadeamento de ações de prevenção e, portanto, devem ser rigorosamente preenchidas em todos os seus campos. Diante da falta de informações que deveriam estar disponíveis, sugere-se treinamento dos profissionais de saúde sobre a importância do preenchimento de todos os campos da ficha de notificação, tendo em vista a importância da consistência destas informações para a vigilância destas ocorrências.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL122

TL122 - ALTERAÇÕES VISUAIS ENCONTRADAS EM UMA AMOSTRA DE CAMINHONEIROS NAS RODOVIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO

Eduardo Costa Sá; Emílio Zuolo Ferro; Felipe Fontana Alpert; Diego Toniolo do Prado; Vilma Leyton; Daniel Romero Muñoz

Introdução: A realização de exame de aptidão física e mental dos motoristas visa à identificação de doenças de risco para a segurança do trânsito, dentre elas as alterações visuais. A avaliação oftalmológica deve ser realizada de forma completa nos motoristas profissionais, de acordo com a resolução 267/08 do CONTRAN. Objetivos: Determinar a prevalência de alterações visuais em uma amostra de caminhoneiros abordados nas Rodovias Regis Bittencourt (BR-116) e Fernão Dias (BR-381) nos dias 17 e 24 de Agosto de 2011, respectivamente. Método: Estudo transversal em caminhoneiros por meio de avaliação oftalmológica através do Rizomed® e revisão da literatura. Quanto à acuidade visual, 19,1% dos examinados apresentaram visão inferior a 0,66 em ambos os olhos e 24,7% possuíram acuidade visual menor que 0,66 em um dos olhos e menor que 0,50 no outro olho e visão binocular menor que 0,80. No que se refere à visão estereoscópica, 1,1% possuíram percepção alterada de profundidade. Quanto à visão cromática 100% dos examinados conseguiram distinguir as cores verde, amarelo e vermelha. Resultados: Dos 89 caminhoneiros avaliados, quanto à campimetria horizontal, 44,9% apresentaram alteração de campo visual. Quanto ao ofuscamento, 12,4% tiveram uma reação considerada alterada. Conclusões: Foram encontradas importantes alterações visuais entre uma amostra de caminhoneiros abordados nas rodovias do estado de São Paulo, o que leva à inferência de se propor um menor intervalo de tempo para a renovação da CNH dos motoristas das categorias C, D e E, incluindo uma consulta periódica ao médico oftalmologista.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL123

TL123 - SÍNDROME DA VISÃO DO COMPUTADOR E FUNÇÃO VISUAL EM TRABALHADORES USUÁRIOS DE COMPUTADOR DE UM HOSPITAL PÚBLICO UNIVERSITÁRIO DE SÃO PAULO: FATORES PSICOSSOCIAIS ASSOCIADOS

Eduardo Costa Sá; Maria Carmen Martinez; Friada Marina Fischer

Introdução: Os distúrbios oculares relacionados ao uso do computador têm sido estudados por sua alta prevalência mundial, e por serem cada vez mais frequentes em determinadas profissões. Objetivo: analisar os sintomas da Síndrome da Visão do Computador (CVS) e os fatores psicossociais associados à função visual entre os trabalhadores, usuários de computador em função administrativa, de um hospital público universitário terciário de São Paulo (n=303). Método: Realizada pesquisa quantitativa observacional transversal analítica, entre os anos de 2014 e 2015, em que os trabalhadores responderam um questionário estruturado e foram submetidos a exame clínico oftalmológico. Resultados: Os sintomas mais frequentes foram: "cansaço nas vistas no trabalho" (47,9%), "peso nos olhos no trabalho" (38,3%) e "cansaço nas vistas em casa" (36,3%). Foi encontrada associação entre a idade (OR 0,218; IC95% -0,276-0,161) e o esforço no trabalho (OR 0,656; IC -0,9280,383) com a função visual. No esforço no trabalho, os itens que apareceram como principais fontes de estresse foram: "interrupções no trabalho" (3,7%), "trabalho depois da hora" (3,6%) e aumento da exigência (3,6%). Conclusão: Conclui-se pela importância da organização do trabalho, dos fatores psicossociais no trabalho associados à presença de sintomas da CVS e, consequentemente, às alterações da função visual nos trabalhadores usuários de computador. Sugerem-se medidas para melhorar as condições do ambiente de trabalho e a realização de exames oftalmológicos periódicos para essa categoria de trabalhadores.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL124

TL124 - PREVALÊNCIA DE MÁ QUALIDADE DO SONO EM FUNCIONÁRIOS DE EMPRESA DE SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS

Thiago de Paiva Sales; Tiago Zan

Introdução: A qualidade do sono é um fator imprescindível para a sensação de reparação da disposição para um novo dia de trabalho. Assim é um fator impactante, uma vez que esteja prejudicado, na produtividade de um trabalhador. Problemas como a Sonolência Excessiva Diurna (SED), Insônia, Síndrome as Apnéia e Hipoapnéia Obstrutiva do Sono (SAHOS), Privação Crônica do Sono, má higiene do sono são uma das causas de má qualidade de sono. Método: No presente estudo realizado na administração central da Holding do Grupo Edson Queiroz, observamos, através da realização de questionário do Índice de Qualidade de Sono de Pittsburg (IQSP), a prevalência da má qualidade do sono entre esses trabalhadores. Resultados: Houve 242 respostas. 117 trabalhadores apresentaram escore geral do IQSP abaixo de 5, ou seja, "bons dormidores". 125 apresentaram escore geral do IQSP acima de 5, ou seja, "maus dormidores". Conclusão: A má qualidade no sono pode repercutir no ambiente de trabalho em diversos fatores, como dificuldade de manter e fixar atenção, alteração da capacidade de planejamento estratégico, coordenação motora fina (agilidade e precisão) e prejuízo de memória.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL0125

TL125 -"ENTRANDO NOS EIXOS": UM PROGRAMA PILOTO DE QUALIDADE DE VIDA ENTRE TRABALHADORES DE UMA INDÚSTRIA QUÍMICA NO ESTADO DE SÃO PAULO.

Natalia Oliveira do Espirito Santo; Leandro Muller de Arruda; Ana Lidia da Silva Bueno; Fabiana Destefani; Vivian Benites; Bruna Alencar da Purificação; Daiane Rodriguez

Introdução: As doenças cardiovasculares e os transtornos mentais são importantes causas de incapacidade para o trabalho no Brasil. Devem ser, portanto, alvos prioritários de ações prevencionistas no âmbito da atenção integral à saúde do trabalhador. Objetivo: Avaliar a evolução dos dados clínicos dos participantes de um Programa de Qualidade de Vida em uma indústria química no Estado de São Paulo. Método: A empresa elaborou o "Entrando nos Eixos", um programa multidisciplinar de acompanhamento a 20 trabalhadores com risco de desenvolver Síndrome Metabólica que, voluntariamente, foram submetidos a avaliações com médico do trabalho, nutricionista, fisioterapeuta, psicólogo e educador físico. Receberam orientações sobre promoção à saúde, prática de atividades físicas e reeducação alimentar. Ao término do período de três meses, os participantes foram reavaliados com relação aos parâmetros de escore de Framingham; dados antropométricos por bioimpedanciometria e avaliação psíquica. Resultado: Houve redução média de 6,9 cm de circunferência abdominal, sendo a média inicial do grupo de 100,3cm; perda ponderal total de 104,5 kg, sendo 80 kg de massa adiposa (média inicial de peso do grupo era de 87,3kg); além da redução total de 51 pontos no escore de Framingham. Os inventários psíquicos aplicados para avaliação dos sintomas de ansiedade, depressão e estresse apresentaram melhora nos escores na maioria dos participantes. Conclusão: O programa mostrou-se efetivo para a redução dos riscos cardiovasculares e na prevenção dos transtornos mentais nos participantes, servindo de modelo corporativo a ser ampliado como benefício à saúde dos trabalhadores em geral.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL126

TL126 - AVALIAÇÃO DE DISTÚRBIOS OSTEOMUSCULARES EM PROFISSIONAIS CABELEIREIROS DA CIDADE DE SÃO PAULO - SP

Claudia Teixeira Santos; Cesar Augusto Patta

Objetivo: A pesquisa de avaliação de distúrbios osteomusculares em profissionais cabeleireiros da cidade de São Paulo-SP teve como objetivo avaliar a presença de sintomas osteomusculares e a caracterização das regiões anatômicas mais acometidas entre profissionais cabeleireiros assim como avaliação dos riscos ergonômicos presentes nas tarefas. Método: Trata-se de um estudo epidemiológico transversal. Participaram do estudo 8 estabelecimentos, com um total de 32 trabalhadores. Foi realizada avaliação de riscos laborais gerais e ergonômicos pela análise da situação de trabalho. As informações referentes aos sintomas osteomusculares foram coletados através de resposta dos participantes ao Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares (QNSO), além de exame clínico. Resultado: Pode-se observar que 75% dos profissionais avaliados apresentaram alguma queixa osteomuscular nos últimos 12 meses. As regiões mais frequentemente comprometidas foram coluna lombar, ombros e punhos e mãos. Foram também encontrados fatores de risco ergonômicos como posturas viciosas de membros superiores, além de posição predominantemente em pé. Conclusão: A atividade dos profissionais cabeleireiros é possível fonte de exposição frequente a fatores de risco ergonômicos, constituindo-se num cenário provável de adoecimento por LER/DORT.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL127

TL127 - MODELO PADRÃO DE RESPOSTA A NOMEAÇÃO COMO PERITO MÉDICO NA JUSTIÇA DO TRABALHO

Anisio Silvestre Pinheiro Santos Filho; Wanessa Fernandes Matias Regis; Crister Jose Ocadaque; Bruno Rocha Amando; Débora de Souza Collares Maia Castelo-Branco

Introdução: A especialidade Medicina Legal e Perícia Médica é jovem e teve o seu reconhecimento pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) com o advento da resolução 1.973/2011. Por esta razão se faz necessário a criação de inúmeras ferramentas para o seu desenvolvimento. Existe uma grande preocupação na padronização de modelos de laudos, mas pouco se discute sobre como responder ao convite feito para atuar como perito, a sua nomeação. Objetivo: Padronizar uma resposta que antecipe informações importantes para a perícia. Método: Foram utilizadas perguntas frequentes feitas pelas varas mediante e-mails e atas de audiências, Decreto-lei 12.842/2013, Resolução 2.183/2018 do CFM e Resolução 232/2016 do CNJ. Resultado: A resposta a nomeação possui identificação da vara, do processo e do perito bem como seus dados para efetuação de pagamentos; solicitações ao reclamante, como carteira de trabalho, ASOs, atestados médicos, exames, receitas, B.O. , internação hospitalar, declaração hospitalar, CAT. Para a reclamada: LTCAT, PCMSO, PPRA, fotos do posto de trabalho e/ou local do acidente, número de funcionários que desempenham a atividade acidente similar nos últimos 5 anos no setor, composição do SESMT, PPP, comprovante de entrega de EPI, afastamento pelo INSS e AET. Por fim são informados data, horário da perícia bem como a titulação do médico perito. Conclusão: que este modelo é capaz de atender as exigências do mercado de trabalho e causar um impacto favorável no sistema judiciário, demonstrando a importância da especialidade para o desenvolvimento da atividade já sendo amplamente utilizado por vários peritos médicos no estado do Ceará.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL128

TL128 - QUEIMADURAS CAUSADAS PELO REABASTECIMENTO DO RÉCHAUD: UMA ATIVIDADE PERIGOSA QUE PODE CAUSAR SEQUELAS ESTÉTICAS GRAVES

Anisio Silvestre Pinheiro Santos Filho; Wanessa Fernandes Matias Regis; Crister Jose Ocadaque; Bruno Rocha Amando; Débora de Souza Collares Maia Castelo-Branco

Introdução: As queimaduras são responsáveis por mais de 250 mil mortes por ano em todo o mundo e no Brasil estima-se que um milhão de indivíduos sofram queimaduras de diferentes graduações, necessitando de hospitalização, podendo gerar debilidade importante, sobretudo, quando acomete regiões de articulações já que restringem movimentos, o que diminui a capacidade laboral. Objetivo: Foi demonstrar através de quatro casos o quão insegura e perigosa é a atividade que consiste no reabastecimento do réchaud, alertando a comunidade cientifica para o assunto. Método: As perícias foram realizadas na cidade de Fortaleza no Ceará entre o período de 2014 a 2018, sendo a indicação como perito feita aleatoriamente pelas varas através do banco de cadastro de peritos do TRT7. Resultado: No primeiro caso, foi utilizado álcool líquido para o reabastecimento, o que é proibido pela legislação vigente. Em todos os casos não houve treinamento, houve prejuízo estético e o réchaud estava apagado quando estava ocorrendo o reabastecimento. Dos quatro casos, três eram mulheres com idade inferior a 30 anos e um homem com idade superior a 40 anos. Conclusão: A atividade é perigosa, havendo a necessidade de ser substituída pelo o uso de cooktop por indução em que não há manipulação de material inflamável. Caso não haja a sua substituição se faz necessário o reconhecimento imediato da atividade como periculosa, portanto, todo trabalhador deverá receber o adicional de periculosidade, bem como a exigência de treinamento, uso de luvas antichamas e obrigatoriedade de extintor próximo ao local.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL129

TL129 - FIBROMIALGIA, SÍNDROME SILENCIOSA QUE AFETAM OS TRABALHADORES

Edson Pedroza dos Santos Junior; Victor Rodrigues Nepomuceno

Introdução: Fibromialgia (FM), condição clínica caracterizada por dor crônica generalizada, normalmente associada a fadiga, distúrbios do sono e sintomas cognitivos, é uma das causas de dor músculo-esquelética, que leva ao afastamento do trabalho, e a procura ao médico do trabalho e reumatologista. Apesar de poucos estudos, resultados tem apontado prevalência alta no Brasil, estimada em 2,5%. Mulheres têm uma maior prevalência se comparadas a homens e crianças Objetivo: avaliar o perfil em portadores de FM. Método: estudo longitudinal, sendo a população assistida, todos os pacientes encaminhados a um ambulatório de especialidades médicas em uma cidade no estado do Tocantins entre os meses de junho de 2018 a novembro de 2018 Resultado: 25 pacientes que submeteram a pesquisa, 100% do sexo feminino com faixa etária de 48 a 74 anos, um total de 16% dos pacientes declarou possuir o estado civil divorciado, 44% casados, 32% solteiro e 8% viúvo e com média de filhos por paciente de 2,24 filhos. Cerca de 44% dos pacientes empregados, enquanto a maioria, 56% afirmou estar desempregado ou aposentado Discussão: especialistas ainda não sabem precisar as causas, mas dizem que fatores emocionais e sedentarismo podem contribuir para o desenvolvimento da enfermidade. O médico do trabalho é fundamental para identificar os primeiros sintomas da síndrome e assim encaminhar para realizar o tratamento mais adequado promovendo bem-estar do paciente e evitando absenteísmo e ou desemprego. Conclusão: Novos estudos devem ser realizados para nortear ações e políticas públicas para tratamento e acompanhamento dos trabalhadores portadores de FM.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL130

TL130 - COMITÊ INTERDISCIPLINAR DEDICADO AOS EMPREGADOS COM RESTRIÇÕES LABORAIS EM EMPRESA DE GERAÇÃO DE ENERGIA

Fernanda Cabral Schveitzer; Grazieli Loise Pereira Hoppe; Carla Pinna Guimarães Svoboda; Werner Olinto Amorim Braga; Andréia Pereira Duarte Trevisan

Introdução: Manter a aptidão ocupacional e viabilizar acesso dos trabalhadores com restrições laborais à reabilitação profissional são desafios cotidianos das empresas. Objetivo: O objetivo deste estudo é descrever os resultados de um comitê interdisciplinar que dedicado aos trabalhadores com restrições laborais. Método: Estudo retrospectivo dos prontuários dos 69 funcionários com restrições laborais acompanhados pelo comitê interdisciplinar, entre 2009 e 2017, em empresa de geração de energia no Brasil. O comitê é composto por 2 médicos do trabalho, 1 enfermeiro do trabalho, 1 psicólogo organizacional e 1 assistente social. As informações analisadas foram: gênero, doença, afastamento, resultados e concordância entre a abordagem sugerida pelo comitê e a conduta adotada pelo INSS. Resultado: Dos 69 funcionários, 51 (73,9%) eram homens e 18 (26,1%) mulheres. O grupo mais frequente de doenças relacionou-se ao sistema osteomuscular (33,3%), seguido pelos transtornos mentais (28,9%), causas externas (10,1%) e neoplasias (8,7%). Os diagnósticos mais frequentes foram lombalgia (11,5%) e depressão (7,2%). Do total, 20,2% dos trabalhadores não se afastaram do trabalho durante o acompanhamento. Os resultados alcançados foram de 46,3% dos trabalhadores mantendo as mesmas atividades, 24,6% reabilitados para atividades diferentes das anteriores, e 20,2% aposentados por invalidez. Houve concordância do INSS para todas as 21 abordagens sugeridas pelo comitê, distribuídas entre aposentadoria por invalidez (14) e reabilitação profissional (7). Conclusão: O estabelecimento do comitê interdisciplinar levou a empresa a uma melhor gestão das restrições laborais dos trabalhadores, e apoiou o processo de reabilitação profissional, considerando o acordo do INSS em todos os casos.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL131

TL131 - USO DE KAIZEN PARA MELHORIA DE PROCESSOS DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO EM EMPRESA DE GERAÇÃO DE ENERGIA

Fernanda Cabral Schveitzer; Mery Cristiane Oliveira Reis Sanchez; Renata Aparecida Quirino Rocha

Introdução: A gestão eficiente de Saúde e Segurança do Trabalho (SST) exige processos estruturados, otimizados e conformes à legislação. Objetivo: descrever a aplicação da metodologia Kaizen, baseada na filosofia Lean, para melhoria contínua de processos de SST. Método: De 2013 até 2018, a metodologia Kaizen foi aplicada em 9 processos de SST: comunicação e registro de acidentes de trabalho; exame médico periódico; autorização para execução de atividades de risco (NR10, NR33, NR35); concessão do adicional de periculosidade por risco elétrico; acompanhamento de empregados afastados por doença; registro e análise de doença ocupacional; gestão de EPI; processo admissional; e gestão de SST de contratadas. O Kaizen foi conduzido por equipe multidisciplinar de especialistas, executores do processo e clientes. A investigação do processo, com identificação das causas-raízes dos problemas, suportaram as melhorias propostas e registradas em planos de ação e novos fluxos de trabalho. Resultado: As 14 edições de Kaizen realizadas produziram 131 ações planejadas de melhoria, resultando em processos mais estruturados e eficientes. Os principais ganhos promovidos pelo Kaizen foram: 22 novos fluxos de trabalho otimizados; criação de 52 indicadores e metas de desempenho; otimização da comunicação da equipe e com os clientes; aproximação e aumento da satisfação dos clientes; otimização de custos; conformidade com a legislação; e integração com outros processos. Conclusão: O uso da metodologia Kaizen contribuiu para a melhoria dos processos de SST e para uma mudança cultural, voltada para excelência e melhoria contínua, com impactos positivos na gestão de SST.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL132

TL132 - TEMPO DESTINADO AO ATENDIMENTO MÉDICO ADMISSIONAL DE TRABALHADORES DE ÁREA ADMINISTRATIVA EM QUATRO CLÍNICAS DE MEDICINA DO TRABALHO NO VALE DO ITAJAÍ/SC.

Guilherme Antonio Siementcoski; Vanessa Golfetto Uliano

Introdução: As clínicas e assessorias de medicina do trabalho existem por todo o território brasileiro e atendem a todos os tipos de empresas no país, mas não existe um parâmetro formal de tempo para o atendimento ocupacional dos trabalhadores. Objetivos: verificar quanto tempo era destinado para um exame médico admissional de trabalhadores de área administrativa em quatro clínicas de medicina ocupacional atuantes na região do Vale do Itajaí no estado de Santa Catarina e se esses exames seriam feitos necessariamente por médico do trabalho. Método: foi enviado e-mail padrão para as empresas dizendo que havia a necessidade de realizar 100 exames médicos admissionais para trabalhadores de área administrativa e que todos deveriam ser avaliados pelo mesmo médico. Resultados: os agendamentos foram feitos para ocorrerem em 4 minutos na empresa A, 4,8 minutos na empresa B, 6 minutos na empresa C e 7,5 minutos na empresa D. Nas empresas A, B e C o exame médico certamente não seria feito por médico do trabalho e na empresa D havia a possibilidade de um médico do trabalho atender desde que fosse marcado em um dia da semana específico. Conclusão: todas as empresas marcaram exames médicos admissionais para ocorrerem em menos de oito minutos por trabalhador e em 75% delas o exame clinico seria feito por médico sem formação em Medicina do Trabalho.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL133

TL133 - INVASÃO MULTIFORME DA VIDA PELO TRABALHO: UM ESTUDO COM PROFESSORES(AS) DO ENSINO REGULAR E INTEGRAL DE SÃO PAULO

Jefferson Peixoto da Silva; Frida Marina Fischer

Introdução: Sob o impulso da revolução tecnológica, o trabalho tem extrapolado cada vez mais seus espaços e tempos convencionais, avançando sobre a vida pessoal cotidiana. Diversos estudos têm apontado para um cenário de precarização e adoecimento entre os professores. O modo como o trabalho repercute sobre a vida pessoal cotidiana não tem recebido significativa atenção, mesmo considerando que levar trabalho para casa seja algo comum entre esses profissionais. Objetivo: Investigar a repercussão do trabalho dos professores sobre sua vida pessoal cotidiana e a implicação dessa dinâmica sobre o processo saúde-doença. Métodos: Pesquisa qualitativa de caráter exploratório realizada por meio de revisão sistemática de literatura, entrevistas individuais semiestruturadas, formulário para caracterização sociodemográfica dos participantes e protocolo de atividades diárias e escalas analógicas. O público entrevistado consistiu em 29 professores de educação básica atuantes em quatro escolas públicas, além dos diretores dessas referidas escolas. Duas delas se dedicavam ao ensino regular (uma municipal e outra estadual), enquanto as outras duas, ao ensino integral (ambas estaduais). Os dados foram analisados por meio de codificação temática com auxílio do software MAXQDA, versão 12. Resultados: Constatou-se que as agressões à saúde vivenciadas pelos professores no trabalho têm se projetado sobre a sua própria vida pessoal, invadindo-a de múltiplas formas. Conclusão: Dado o sofrimento de amplitude social e de tipo patogênico que essa invasão multiforme produz, tal fenômeno apresentou factibilidade de ser considerado como mais um dos elementos a explicar os recorrentes quadros de adoecimento desses profissionais.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL134

TL134 - ACIDENTES DE TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL: FATORES DE RISCO OCUPACIONAIS E MEDIDAS DE PREVENÇÃO

Júlio César Rocha Silva; Guilherme José de Paula Oliveira

Introdução: O mercado de trabalho na construção civil tem sido responsável por grande número de empregos, quase sempre com organização de trabalho pouco segura, e mínima condição para prevenção de acidentes e proteção do trabalhador contra riscos de adoecimento e morte. Os acidentes de trabalho já são considerados um problema de saúde pública e a indústria da construção civil é a que apresenta menores condições de segurança em todo o mundo, sendo que no Brasil é o setor com maior número de acidentes de trabalho, que podem causar incapacidade funcional, e acidentes seguidos de morte. Esse elevado índice de acidentes gera extensos gastos anuais, como pagamento de auxílio doença, auxílio acidente, tratamentos e serviços hospitalares. Objetivo: pesquisar na literatura científica os tipos de acidentes de trabalho, os fatores de riscos ocupacionais que colaboram para esses acidentes e quais as formas de prevenção dos mesmos. Método: Foi realizada uma revisão bibliográfica por meio da análise de artigos indexados nos últimos dez anos nas bases de dados Scielo, Lilacs, Medline e nos dados do DIEESE. Discussão: É necessário conhecer o contexto e os riscos aos quais estão expostos diariamente os trabalhadores da construção civil para prevenir a saúde destes, por meio do empenho do empregador e dos órgãos competentes como a CIPA e o SESMET. Conclusão: As práticas educativas, de treinamento, conscientização e alerta, e o planejamento e organização das atividades são caminhos para que esse setor seja seguro ao trabalhador, preservando sua saúde e qualidade de vida no trabalho.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL135

TL135 - PERDA AUDITIVIDA INDUZIDA POR RUÍDO – UM PROBLEMA DE SAÚDE OCUPACIONAL

Júlio César Rocha Silva; Guilherme José de Paula Oliveira

Introdução: O ruído é uma mistura de sons percebida mais não desejada, que pode causar complicações na saúde do ouvinte e prejudicar a ordem ambiental pública. No ambiente de trabalho, o ruído é um agente altamente nocivo, uma vez pode causar no trabalhador a perda auditiva e também estimular a ocorrência de acidentes de trabalho, pois dificulta a comunicação, prejudica a concentração, reduz a capacidade de memória por distrações, e aumenta consideravelmente o risco de estresse ocupacional e de cansaço excessivo. Objetivo: pesquisar na literatura científica o que dizem os estudos sobre a Perda Auditiva Induzida Por Ruído (PAIR) entre os trabalhadores, discutindo sobre as legislações vigentes e regulamentações acerca deste risco ocupacional,as conseqüências para o trabalhador exposto a ruídos acima do limite permitido e o papel do médico do trabalho juntamente com o empregador, frente à suspeita de PAIR. Método: Para isso, foi realizada busca de artigos científicos nas bases de dados Biblioteca Cochrane, Medline e Scielo, considerando as publicações dos últimos dez anos, em língua portuguesa e inglesa. Foram também utilizados livros, documentos do Ministério da Saúde e a Legislação Brasileira, a fim de auxiliar na composição deste trabalho. Conclusão: A PAIR é considerada uma das doenças profissionais mais prevalentes em todo o mundo, irreversível e de caráter crônico, que afeta profundamente a saúde e qualidade de vida do trabalhador. Assim, se faz necessário aplicação de programa de prevenção e controle de riscos pelas empresas, com cumprimento da legislação vigente e preservação da saúde do trabalhador.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL136

TL136 - DEMÊNCIA FRONTO-TEMPORAL DIAGNOSTICADA PELA EQUIPE DE MEDICINA DO TRABALHO

Paula Cristina Moreira Couras da Silva; Priscilla Vieira Coutinho Sabino Monforte; Luciana Fabíola Juliano Leite

Apresentação do Caso: MMDN, homem, 55 anos, ensino médio, bancário desde 2012, apresentou déficit cognitivo iniciando tratamento psiquiátrico e psicoterápico para Transtorno afetivo bipolar (TAB) com carbonato de lítio e quetiapina, obtendo pouca melhora. Em 2015 apresentou piora, diagnosticado além do TAB, depressão. Introduzido escitalopran 15mg, sem melhora, sendo, por vezes, afastado do posto de trabalho. O empregado foi convocado ao setor de saúde do trabalhador, para consulta. Apresentou Ressonância Magnética do Crânio: redução volumétrica de região temporal. Teste animais em 1 minuto: 5 animais (normal > 15), anomia associado ao déficit cognitivo. Mini exame do Estado mental 15 pontos (normal > 29). Diagnóstico: demência semântica, Diagnóstico diferencial: afasia fluente progressiva, Demências no espectro das Fronto-Temporais, que são mais comuns na população mais jovem. Encaminhado para aposentadoria por insuficiência mental. Demência Fronto-Temporal Degeneração progressiva dos lobos frontais e/ou temporais anteriores. A apresentação clínica é heterogênea levando à incerteza ou atraso diagnóstico. Pode ser tão comum quanto a doença de Alzheimer para quadros iniciais em jovens. Comentários Finais: É necessário mais estudos sobre défcit cognitivo na população mais jovem, fazendo diagnóstico diferencial com doenças ocupacionais, metabólicas e venéreas, estresse, TAB, hipovitaminoses e demências para iniciar prevenção, promoção e tratamento mais precocemente possível, melhorando assim a qualidade de vida do trabalhador e diminuindo os custos com saúde e previdência.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL137

TL137 - LEVANTAMENTO DO SOFRIMENTO MENTAL ENTRE O CORPO DE ENFERMAGEM EM UM PRONTOSOCORRO NA GRANDE SÃO PAULO

Pollyanna Aquino SIlva; Jefferson Benedito Pires de Freitas; Flavia Souza e Silva de Almeida

Introdução: O trabalho é uma atividade essencial para os seres humanos, ele deve gerar satisfação e prazer, no entanto pode também trazer sofrimento e estresse oferecendo risco à saúde do trabalhador. O profissional da área da saúde é uma das categorias acometidas, são diversos os fatores que podem estar envolvidos: carga horária elevada, mais de um vínculo, baixa remuneração, precariedade do vínculo empregatício, contato diário com pacientes doentes, com dor e sofrimento além de enfrentamento da morte. Objetivos: avaliar a prevalência de suspeitos de transtornos mentais comuns entre o corpo de enfermagem no Pronto-Socorro de um hospital particular na grande São Paulo. Método: Foi realizado estudo observacional, transversal descritivo, com análise qualitativa e quantitativa dos dados coletados, mediante entrevista e exame clínico. Utilizou-se o Questionário de Auto-Relato (SELF-REPORT-QUESTIONNARIE) para identificação de transtornos mentais comuns. Resultados: A população avaliada mostrou prevalência do sexo feminino (77,1%), com o vínculo empregatício de cooperados (65,7%), exercendo jornada única de trabalho (54,3%). Cerca de 34,3% da população analisada apresentou o Teste SRQ alterado, com prevalência de 87,5% para o sexo masculino e exercendo jornada dupla de trabalho (80%). A queixa mais referida foi cansaço/estressse com prevalência de 50% entre os homens. Conclusão: Concluiu-se que neste estudo o trabalho parece predispor ao desenvolvimento de sofrimento mental no trabalhador. Um programa de gestão de saúde e de valorização desses trabalhadores, aliado a percepção da necessidade do auto – cuidado, podem ser lançados como alternativa para evitar o surgimento de transtornos mentais comuns.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL138

TL138 - FATORES QUE INFLUENCIAM A TOMADA DE DECISÃO PARA A MELHORIA DA SEGURANÇA E SAÚDE DOS TRABALHADORES: A PERCEPÇÃO DE PROFISSIONAIS ESPECIALIZADOS

Rogério Galvão da Silva; Luis Fernando Salles Moraes; Alcides Barrichello; José Damásio de Aquino; Dalton Tria Cusciano; Diego Fernando Ferreira de Oliveira

Objetivo. Esta pesquisa visa identificar os fatores que influenciam a tomada de decisão dos membros da alta administração das empresas para promoverem melhorias na segurança e saúde dos trabalhadores (SST), a partir de levantamento bibliográfico e pesquisa de opinião com técnicos de segurança do trabalho. Método. Foram selecionados dez fatores comumente mencionados em publicações nacionais e internacionais para serem avaliados. A pesquisa ocorreu nos meses de outubro e novembro de 2018 com a realização de um survey utilizando um questionário online hospedado na plataforma Google Forms® divulgado pelo Sindicato dos Técnicos de Segurança do Trabalho no Estado de São Paulo – SINTESP. A pesquisa envolveu análise estatística descritiva e análise de regressão logística. Resultados. Foram colhidos 244 questionários com respostas válidas indicando que, dentre os dez fatores avaliados, os mais importantes para influenciarem a tomada de decisão dos membros da alta administração são o risco do empreendimento ser fiscalizado, multado ou interditado (25,4%) e o dever de cumprimento das leis e regulamentos pertinentes (23,8%). Em questão aberta para descrever outro(s) fator(es) mais importante(s), foram mencionadas a melhoria da produtividade, a preocupação genuína com os empregados, a manutenção de certificações de conformidade com normas ISO e a instituição do eSocial. Conclusão. Embora vários estudos nesta temática tenham sido realizados em países centrais, observa-se ainda um amplo campo a ser explorado no contexto brasileiro. Vislumbra-se a oportunidade da realização de pesquisas complementares para avaliar outros fatores não incluídos explorando diferentes públicos-alvos e aprofundar a avaliação dos fatores indicados como os mais importantes.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL139

TL139 - EFICÁCIA DE UM PROGRAMA DE ERGONOMIA NA ASSISTÊNCIA HOSPITALAR DE UMA INSTITUIÇÃO PRIVADA DE BELÉM – PARÁ

Tais Braga Silva; Lorena Silva

Introdução: O setor hospitalar possui profissionais de saúde que, comumente, prestam cuidados diretos a pacientes não - autossuficientes que, neste contexto, compõem a categoria mais afetada por doenças do sistema osteomuscular e, em particular, da coluna vertebral. Desta forma, a atividade de movimentação manual de pacientes é condição de risco ergonômico para o agravamento destas doenças, o que justifica a adoção de medidas de melhoria ergonômica no meio ambiente de trabalho. Objetivo: realizar a análise ergonômica dos postos de trabalho da equipe de assistência de enfermagem hospitalar. Método: utilizou como ferramenta ergonômica o Método MAPHO em uma instituição de saúde privada do município de Belém – Pará. Conclusão: A utilização do Método MAPHO possibilitou o mapeamento dos postos de trabalho nos setores de internação, centro cirúrgico e pronto atendimento, sendo identificados os riscos ergonômicos na movimentação manual de pacientes e implementadas melhorias ergonômicas nos setores recomendados, permitindo ainda, a previsão de ocorrências de distúrbios osteomusculares antes e após a implementação das melhorias ergonômicas, além de diminuição do esforço físico executado pelos trabalhadores e, consequente redução do risco de agravamento de doenças ocupacionais originadas pela movimentação manual de pacientes.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL140

TL140 - PREVENÇÃO EM SAÚDE ESTRATIFICAÇÃO DA POPULAÇÃO PARA ATUAÇÃO EM EIXOS DE CUIDADO

Renata Simioni; Luiz Antonio Setti Barbosa; Carlos Eduardo Reis de Souza; Cintia Natel Baer; Lutiano Castro Pacheco; Elísio dos Reis Neto; Lucélia Maria de Freitas; Mariana Gomes Conceição; Caroline Estrela da Costa; Marluci Cristine Domingues da Silva; Simoni Paim Borges; Magaly de Oliveira Soares

Introdução: O Programa de Classificação de Faróis de Saúde foi criado em 2018, com o alvo de qualificar os funcionários em três categorias de saúde: verde, amarelo e vermelho, possibilitando estudo do perfil dos trabalhadores e atuação em saúde nos quatro níveis de prevenção (primária, secundária e terciária (Leavell e Clark, 1965) e quaternária ( Jamoulle e Roland, 1995). Os casos vermelhos incluem doenças com alto risco de complicação e/ou afastamento. Os amarelos incluem doenças crônicas estabilizadas. Os verdes incluem funcionários clinicamente hígidos. Objetivo: Avaliação e classificação do colaborador no exame clínico ocupacional. Abordagem mensal dos dados com direcionamento dos casos vermelhos para acompanhamento dos médicos do trabalho e amarelos encaminhados para acompanhamento clínico semestral. Já os verdes, como os demais, participam dos programas de prevenção primária e secundária. Método: Classificação do paciente, no final do exame médico ocupacional em prontuário eletrônico. Extração mensal desses dados, com análise e condução. Resultados: 2631 funcionários foram classificados: 34 como vermelhos (1,2%), sendo as principais patologias (descompensadas): hipertensão e síndrome metabólica. 488 foram classificados como amarelos (18,5%), incluindo patologias como hipotireoidismo e hipertensão essencial compensada. Conclusão: Há necessidade evoluir o projeto definindo critérios da padronização das classificações e abordagem dos casos, pois nesse visualizamos parte do panorama. Uma maior amostragem será classificada conforme os exames bianuais aconteçam. A atenção longitudinal e multiprofissional aos casos vermelhos e amarelos é imprescindível, garantindo aderência ao tratamento, acompanhamento efetivo e atuação com foco no desfecho positivo, com maior engajamento e efetivo cuidado com a saúde.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL141

TL141 - ATUAÇÃO DA EQUIPE INTERNA NOS GRANDES DESAFIOS DE SAÚDE DA ORGANIZAÇÃO: FOCO NO DESFECHO POSITIVO

Renata Simioni; Luiz Antonio Setti Barbosa; Losangela Maria da Silva Sura; Lutiano Castro Pacheco; Elisio dos Reis Neto; Lucelia Maria de Freitas; Mariana Gomes Conceição; Caroline Estrela da Costa; Marluci Cristine Domingues da Silva; Magaly de Oliveira Soares; Simoni Paim Borges; Suelen Costa dos Santos; Adriana Aparecida Riuzim

Introdução: Após análise do sinistro do plano médico e avaliando as características demográficas da população da empresa (70% da população são mulheres em idade fértil), identificou-se como oportunidades de atuação de saúde a ampliação do acompanhamento gestantes e a prevenção do câncer de mama. Na base do plano de saúde, os indicadores mostraram que apenas 48% das mulheres haviam realizado a mamografia e 69 % das gestantes foram acompanhadas pelo programa específico. Método: Para o câncer de mama, foi desenvolvida campanha interna com relatos de colaboradoras que tiveram a doença e suas vivências durante o tratamento da doença, além de realização de mamografias dentro da empresa e palestras de sensibilização com especialistas. Para gestantes, foi realizada busca ativa e acompanhamento por tele monitoramento, além dos cursos presenciais. Resultados: Ao final da ação, 92% de um total de 425 mulheres definidas como público alvo realizaram seus exames de prevenção de câncer de mama, com 3 casos diagnosticados em fase inicial. De modo surpreendente, a campanha extrapolou os muros da empresa, com mais de 2 milhões de impressões e mais de 400 mil ações de envolvimento nas redes sociais. Quanto às gestantes, 91% (de um total de 275 partos liberados) foram acompanhadas pelo programa preventivo. Conclusão: A ampliação da cobertura do programa de gestantes permitiu identificar e direcionar gestantes consideradas como de risco. A mobilização do câncer de mama reforçou a cultura de prevenção e resultou no diagnóstico precoce de 3 casos, com redução dos impactos na sinistralidade do plano médico.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL142

TL142 - AVALIAÇÃO DA SAÚDE DOS VIGILANTES PATRIMONIAIS E DE TRANSPORTE DE VALORES: ASPECTOS DA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO RELACIONADOS À SOBRECARGA MENTAL

Fabiano Ribeiro Soares; Edgard Thomas Martins

Objetivo: avaliar o estresse como mecanismo causador de sobrecarga mental em vigilantes patrimoniais e de trans-porte de valores de empresa privada localizada na cidade de Teresina – PI, correlacionando o estresse mental à hipertensão arterial, com destaque para a avaliação de quais fatores da organização do trabalho possam estar afetando a saúde dos trabalhadores. Método: foram utilizados os Questionários de estresse de Pereira e Couto (itens I e II), o Questionário de sofrimento mental(SRQ-20) e o roteiro de entrevista da organização do trabalho. Logo após, foi realizado o exame do MAPA em todos os trabalhadores, como instrumento para avaliar o aumento dos níveis pressóricos arteriais durante a jornada de trabalho. Resultados: O estudo ao correlacionar as ferramentas de avaliação do estresse mental com a realização do MAPA, facilita a identificação precoce de alterações da saúde laboral dos vigilantes. Resultados: 93,3% dos vigilantes patrimoniais referem estar em boas condições de saúde atualmente. Desses, 20% referem associar afastamento do trabalho por transtorno mental, enquanto que entre os vigilantes de transporte de valores, 6,6% referem associar afastamento por transtorno mental a algum fator da empresa. Conclusão: a relevância da associação entre os questionários e a realização do MAPA, como ferramentas úteis para o diagnóstico precoce de estresse ocupacional, e como instrumento para as empresas poderem intervir precocemente e evitar danos maiores sobretudo à saúde mental dos trabalhadores.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL143

TL143 - A ABORDAGEM DA SAÚDE DO TRABALHADOR NOS CURSOS DE MEDICINA NO BRASIL

Fabíola Tatiana de Souza; Beatriz Santos Cordeiro; Francilu Rodrigues Beloti; Angélica Gomides dos Reis Gomes

Introdução: A atuação em clínicas de Medicina do Trabalho na maioria das vezes é a porta de entrada para o trabalho entre médicos recém-formados. Grande parte desses profissionais iniciam esses atendimentos com pouca ou nenhuma experiência em Saúde Ocupacional, uma vez que o tema é pouco abordado. Além desses que se iniciam na área ocupacional, os que optam pela carreira assistencial devem estar preparados para abordar doenças relacionadas ao trabalho para adequada condução dos casos. Objetivo: analisar os currículos dos cursos de Medicina no Brasil a fim de levantar o percentual de escolas que disponibilizam disciplinas que abordam o tema. Métodos: Foi feito o levantamento de cursos de Medicina no site do Ministério da Educação, desta análise foram excluídos cursos repetidos com mais de um campus no mesmo Estado. Foram obtidos 277 cursos, desses foram avaliadas as grades curriculares de 120 escolas médicas nesta fase inicial de pesquisa. As matrizes curriculares foram obtidas dos sites das instituições. Resultados: Entre os currículos avaliados, apenas 40% apresentaram disciplinas voltadas para Medicina do Trabalho/Saúde do Trabalhador/Saúde Ocupacional ou citaram em seu plano pedagógico inserido em outras disciplinas como "Saúde Coletiva", "Interação Comunitária", dentre outros. Nove escolas (7,5%) não disponibilizaram a matriz ou plano pedagógico em seu site. A carga horária variou de 20 a 150 horas. Conclusão: Tratando-se de saúde do adulto e do Idoso todos os pacientes são/foram trabalhadores em potencial. A história ocupacional é importante no raciocínio clínico para definição diagnóstica e deve ser dada devida atenção ao tema na formação médica.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL144

TL144 - IDENTIFICAÇÃO DE PROBLEMAS ERGONÔMICOS EM UMA COZINHA INDUSTRIAL ATRAVÉS DA APLICAÇÃO DO CENSO DE ERGONOMIA SIMPLIFICADO

Fabíola Tatiana de Souza; Beatriz Santos Cordeiro; Francilu Rodrigues Beloti; Angélica Gomides dos Reis Gomes

Introdução: As cozinhas industriais apresentam grande demanda aos trabalhadores, levando a exigências físicas que podem levar ao desenvolvimento de distúrbios osteomusculares. Objetivo: avaliar as condições de trabalho de uma unidade de cozinha industrial em que houve três afastamentos no primeiro semestre de 2018 com nexo causal. Método: Aplicação do Censo de Ergonomia Simplificado (Existe em seu trabalho alguma atividade que lhe causa desconforto, dificuldade, fadiga, dor ou dolorimento?; Qual? – detalhar a atividade; Qual a parte do corpo que sente mais a exigência? O que você acha que deve ser feito para melhorar essa condição de trabalho?). Resultados: n=35, média de idade 40 anos (±10DP), 68,57% mulheres, 31,43% homens, tempo médio na função 2 anos (±2DP). Composição: 1 açougueiro, 21 auxiliares de cozinha, 2 auxiliares de estoque, 3 serviços gerais, 1 chefe de cozinha, 4 cozinheiros, 1 meio oficial, 2 saladeiros. Apresentaram alguma queixa 25 (71,43%), desses 40% apresentaram dor em mais de um seguimento. Os geradores de desconforto foram carregamento de peso >20kg (32%), ortostatismo prolongado (32%), movimentos repetitivos com braços (20%) e 28% citaram mais de uma atividade. Entre as queixas, 24% dor lombar, 40% dor em membros inferiores, 56% dor em membros superiores. As soluções ergonômicas sugeridas pelos colaboradores foram troca das botas, contratação de pessoal, rotatividade das tarefas, manutenção de equipamentos. Conclusão: A participação do trabalhador é fundamental nos estudos ergonômicos. O acréscimo das quatro perguntas nas avaliações periódicas, associado a investigação dessas queixas e observação das sugestões podem contribuir para a melhoria do ambiente de trabalho.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL145

TL145 - ANÁLISE E INTERVENÇÃO NOS CASOS DE TRABALHADORES EXPOSTOS AO CHUMBO: REVISÃO INTEGRATIVA

Horst Naconecy de Souza; Helen Maria Filgueiras Costa; Hérika Maria Filgueira Costa; Dayanne Chrystina Ferreira Pinto; Gilberto Santos Cerqueira; Katarina Maria Brasileiro Leal; Ana Paula Fragoso de Freitas

Introdução: O chumbo é um elemento tóxico muito utilizado nas atividades industriais. Um número considerável de trabalhadores é exposto a este metal frequentemente, podendo levar a uma intoxicação grave, o que traz prejuízos à saúde do indivíduo, uma vez que pode danificar toda e qualquer atividade biológica. Objetivos: Analisar e intervir nos casos relacionados aos trabalhadores expostos ao chumbo. Método: Revisão integrativa a partir de base de dados como SCIELO e LILACS. O processo de elaboração da revisão se deu através de seis passos: elaboração da pergunta norteadora, busca ou amostragem na literatura, coleta de dados, análise crítica dos estudos incluídos, discussão dos resultados e apresentação da revisão integrativa. Resultados: Foram desenvolvidas duas tabelas no intuito de fazer uma síntese relacionada ao perfil sistêmico referente à exposição de trabalhadores ao chumbo. Foram então selecionados cinco artigos para discussão sistemática e criteriosa, afim de desenvolver um resultado concludente quanto ao objetivo desta pesquisa. Conclusão: Uma intoxicação por chumbo ou compostos que contenham este metal pode gerar graves danos à saúde e até mesmo causar a morte. A cronicidade da exposição ao chumbo pode gerar distúrbios gastrointestinais, neuromusculares e sobre o Sistema Nervoso Central, além de alterar a pressão arterial e afetar negativamente o fígado. É necessário intervir nos casos de intoxicação por chumbo com tratamento medicamentoso adequado e monitoramento da evolução do caso, com ênfase especialmente no afastamento da exposição ao chumbo.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL146

TL146 - ANÁLISE DOS MOTIVOS DOS ATENDIMENTOS MÉDICOS REALIZADOS EM UM SERVIÇO DE SAÚDE OCUPACIONAL EM UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA DO RIO DE JANEIRO

Márcio Matheus Rosas de Souza; Nadia Tavares El Kadi Monteiro Paiva; Rosane Todeschini Borges; Ana Carolina Bittencourt Ferreira; João Luiz Clara André

Introdução: Os serviços de saúde ocupacional são oportunidades riquíssimas para a vigilância da saúde do trabalhador. Através dos exames médicos ocupacionais, das perícias médicas e até mesmo dos atendimentos assistenciais e de urgência e emergência é possível conhecer cada trabalhador, sua história patológica pregressa, realizar diagnósticos precoces de doenças, identificar a presença de fatores de risco para a saúde, estabelecer relações causa/efeito entre exposição e aparecimento de sinais, sintomas ou doenças causadas pelo trabalho. Objetivo: Identificar o perfil das demandas de atendimento em um serviço de saúde ocupacional uma universidade pública do Rio de Janeiro. Método: Realizado estudo do tipo observacional descritivo através da revisão da agenda dos atendimentos realizados no serviço de saúde ocupacional da Universidade, no período de janeiro a novembro de 2018. Resultado: Foram realizadas 7.737 atendimentos, destes 3.754 (50,5%) foram perícias médicas por adoecimento, 1.826 (24,6%) consultas médicas não ocupacionais, 1.334 (17,9%) homologações de atestados médicos, 261 (3,5%) exames ocupacionais periódicos, 129 (1,7%) atendimentos para readaptação profissional, 120 (1,6%) exames ocupacionais admissionais, e 13 (0,2%) sem motivo especificado. Conclusão: A análise dos resultados reforça a importância dos serviços de saúde ocupacional para o entendimento das causas do adoecimento dos trabalhadores, e para acesso dos trabalhadores aos serviços de saúde.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL147

TL147 - PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS SERVIDORES LICENCIADOS POR TRANSTORNOS MENTAIS EM UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA DO RIO DE JANEIRO

Márcio Matheus Rosas de Souza; Nadia Tavares El Kadi Monteiro Paiva; Rosane Todeschini Borges; Ana Carolina Bittencourt Ferreira; André Youssef Abrão Blal; João Luiz Clara André

Introdução: No Brasil, os transtornos mentais e comportamentais (TMC) representam a terceira causa de incapacidade para o trabalho, totalizando 668.927 casos no período entre 2012 e 2016. São poucos os estudos sobre o perfil epidemiológico do servidor público quanto absenteísmo, no entanto, os TMC aparecem como fator contributivo para os licenciamentos. Objetivo: Identificar o perfil epidemiológico dos licenciamentos por TMC em servidores de uma universidade pública do Rio de Janeiro. Método: Realizado estudo do tipo observacional descritivo através da revisão de prontuários dos servidores avaliados no serviço de saúde ocupacional da Universidade, no período de janeiro a novembro de 2018. Resultado: Foram realizadas 3.937 perícias, sendo que 667 (16,94%) tiveram como motivo os TMC. Nestas, prevaleceram as perícias realizadas em servidores com idade entre 31 a 50 anos (53,22%) e do sexo feminino (73,16%). Quando analisado os cargos, temos como destaque os cargos de Técnico de Enfermagem (35,53%), Assistente Administrativos (20,53%) e Enfermeiros (20,53%). Episódios Depressivos (CID F32), Outros Transtornos Ansiosos (CID F41), Reações as Stress Grave e Transtorno de Adaptação (CID F43), Transtorno Depressivo Recorrente (CID F33) e Transtorno Afetivo Bipolar (CID F31) se destacaram como os Transtornos Mentais e Comportamentais mais prevalentes nos servidores periciados, correspondendo a 43,62%, 17,99%, 8,84%, 7,49% e 6,44%, respectivamente. Conclusão: A identificação do perfil epidemiológico dos licenciamentos por TMC se faz necessária para que possa servir de base para implantação de medidas de gestão das condições de trabalho, com objetivo de prevenir as doenças ocupacionais, promover e preservar a saúde mental do trabalhador.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL148

TL148 - INOVAÇÃO NA GESTÃO DA SAÚDE INTEGRADA

Monica Mendonça Lavigne Rogério de Souza; Andrea Medici Bastos; Fernanda Veloso Magalhaes; Juliana Ferracini de Souza; Klebson Alessandro Rodrigues de Oliveira; Renata Danieli

Introdução: Motivados pela dificuldade de consolidação das informações de saúde dos Integrantes de diferentes Empresas do Grupo Odebrecht, em 2015 demos início a um projeto para a criação de uma solução específica para a automação dos processos ocupacionais, integração dos dados de saúde ocupacional, assistencial e supletiva, com vistas a melhoria da gestão de saúde e otimização dos recursos financeiros e humanos. Resultados e Conclusão: Como resultado, alcançamos a automação de diversos processos entre eles: eficácia e agilidade na convocação para realização de Exame Periódico, agilidade no processo de atendimento ao Integrante, gestão da população por meio dos indicadores de saúde, estruturação de campanhas e/ou ações para a promoção da saúde baseadas nos indicadores, satisfação por parte do Integrante pela facilidade com o autoatendimento, diminuição do tempo de permanência para atendimento na área de Apoio à Saúde, gestão do rateio dos custos da estrutura de saúde, acompanhamento da agenda médica assistencial e ocupacional, diminuição do número de Integrantes da equipe de saúde, redução de falhas humanas e reconhecimento por parte da equipe de Apoio à Saúde quanto a facilidade da operacionalização e controle dos processos internos.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL149

TL149 - DOENÇA OCUPACIONAL RELACIONADA A EXPOSIÇÃO DOS TRABALHADORES DE POSTOS REVENDEDORES DE COMBUSTÍVEIS AO BENZENO.

Cleber Oliveira de Souza Junior; Cleber Oliveira de Souza Junior

Introdução: O Benzeno, importante solvente industrial para finalidades diversas, é um dos componentes fundamentais para ganhos de potência e redução de consumo de gasolina para carros e, concomitantemente, um poderoso agente cancerígeno, o qual ainda não se possui valores mínimos de segurança para sua exposição. Objetivo: identificar a correlação entre o benzeno e doenças ocupacionais em trabalhadores de postos revendedores de combustíveis (PRC). Método: O método desenvolvido para a consecução de parâmetros de análise foi construído mediante ampla revisão de literatura especializada, tendo por base conceituação, aspectos toxicológicos, prevenção de riscos, promoção de saúde entre outros. Resultados: Os resultados puderam evidenciar que uma série de comprometimentos podem ser evidenciados como desfecho patológico aos trabalhadores expostos, não havendo uma margem segura para tal exposição, por outro lado, diversas regulamentações dispõem sobre obrigações legais de empregadores quanto às atividades desenvolvidas com fins de prevenção de riscos e promoção da saúde. Conclusão: o presente estudo leva a concluir que ainda que algumas normativas tenham se consolidado no meio social, há a necessidade de que as práticas se alinhem ao que rege a legislação vigente, incorrendo em maior fiscalização do cumprimento de suas orientações legais.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL150

TL150 - RESILIÊNCIA E O UNIVERSO DAS DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO APÓS AS RESCISÕES CONTRATUAIS

Ana Paula de Oliveira Teixeira

Objetivo: Discutir sobre as doenças relacionadas ao trabalho vinculadas ao fim do contrato de trabalho e que não são identificadas e/ou notificadas para fins epidemiológicos. Metodologia: A partir do relato de caso, acompanhou-se o adoecimento iniciado com o assédio moral, formalizado pelo trabalhador (em uma empresa que já respondia a um processo de investigação no Ministério Público local por assédio institucional) a decisão de rompimento do contrato de trabalho e adoecimento mental. Esse cenário demandou suporte psiquiátrico (desencadeou transtorno de ansiedade anteriormente estabilizado) sendo prescrito Brintelix associando nova droga, Topiramato, usado na prevenção do Transtorno do stress pós traumático (para reduzir sintomas de revivescência: memórias intrusivas, flashbacks, sintomas de evitação e entorpecimento emocional relacionadas a experiência do assédio sofrido). O acompanhamento psicoterapêutico, obrigatório. Discussão e conclusão: Em empresas em constante transformação, com quadros enxutos e competitividade crescente, a violência no ambiente de trabalho é realidade e tem se tornado alarmante em todo o mundo; certamente suas consequências se perpetuam além vínculo e desconhecemos essa realidade e o impacto sobre o trabalhador. Se ainda há uma lacuna sobre como gerir os riscos psicossociais dos trabalhadores ativos, como cuidar ou orientar aqueles que estão em transição e sob alto risco de adoecimento? Qual a responsabilidade do médico do trabalho nesse processo? Pesquisas sobre o tema precisam ser feitas visando minimizar dano para todos os envolvidos através de uma assistência baseada em protocolos clínicos e direcionamento efetivo à rede qualificada de apoio.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL151

TL151 - DETERMINANTES SOCIAIS E ASPECTOS COMPORTAMENTAIS EM ACIDENTES COM MOTOCICLETA

Filipe Frans Holanda Terzis; Marco Akerman; Lys Esther Rocha (in memorian); Maria José Fernandes Gimenes; Sergio Roberto de Lucca; Marcia Bandini

Introdução: Segundo a OMS(1), motociclistas tem risco 34% maior de mortalidade em acidentes de trânsito comparados a outros veículos, representando 1,2 milhões de mortes anuais no mundo. A demanda por serviços mais ágeis leva a um aumento de motociclistas nos centros urbanos e o baixo custo do veículo favorece o aumento dessa frota(2,3,4). Determinantes sociais influenciam o uso de motocicletas. Objetivo: Avaliar aspectos comportamentais e determinantes sociais entre diferentes perfis de motociclistas. Método: Estudo transversal desenvolvido a partir de instrumento preliminar da OPAS/OMS e aplicado em grupos focais. O questionário final considerou aspectos sócio-ambientais e comportamentais em nove dimensões e foi aplicado por entrevista entre acidentados atendidos em hospitais na região do ABC/SP. As variáveis foram analisadas em três grupos: motofretistas, uso para deslocamento ao trabalho e motociclistas de passeio. Resultados: Entre 82 entrevistados, 97,6% eram homens. A média etária foi 27,4 anos, com diferença significativa entre os grupos (23,2 anos para motociclistas de passeio). Neste grupo, 54,5% não eram habilitados para motocicleta. Concluíram até ensino fundamental ou médio 81,3%. Comportamento compatível com alta busca por emoções esteve presente em 47,6% dos motociclistas de passeio, incluindo referência de velocidade excessiva no momento do acidente (21,8%). Conclusão: Diferenças sociodemográficas e comportamentais foram observados entre os três grupos estudados. O perfil dos motociclistas de passeio foi avaliado como de menor pressão, mas maior busca de emoções, incluindo pilotar sem habilitação. Motofretistas não apresentaram perfil de pilotagem mais imprudente e arriscado, mesmo expostos a maior tempo no trânsito, contradizendo o senso comum.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL152

TL152 - MODELO DE GESTÃO DO ABSENTEÍSMO E DOS ACIDENTES DE TRABALHO EM UMA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA NACIONAL, NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.

Sheila de Castro Cardoso Toniasso; Ana Luiza Santos de Souza; Liziane da Silva Matte; Renata Pavão Moreira;

Introdução: A criação de indicadores de Segurança e Saúde no Trabalho são importantes porque possibilita o monitoramento dos objetivos estabelecidos, proporcionando o desenvolvimento de métodos de gestão. Objetivo: Criar um modelo de gestão dos afastamentos e dos acidentes de trabalho de forma a auxiliar o planejamento das ações em saúde e segurança ocupacional. Método: A empresa disponibiliza uma planilha, que é preenchida e analisada pela auxiliar de enfermagem do trabalho da equipe de saúde ocupacional a qual apresenta os dados para os demais profissionais da equipe. São avaliados os dados do absenteísmo geral, mensalmente, calculados a partir da divisão do número total dias úteis perdidos no mês/ pelo número total de funcionários no RS X dias úteis mês, com análise das causas destes afastamentos. As comunicações de acidentes de trabalho são quantificadas e analisadas quanto ao seu tipo (acidente típico, de trajeto e doença ocupacional). Resultados: No ano de 2018, a taxa do absenteísmo, no RS, ficou entre 2,1% a 2,7%, sendo os afastamentos causados principalmente por patologias psiquiátricas, osteomusculares e respiratórias. 42 comunicações de acidentes de trabalho foram notificadas, sendo 33 por acidentes típicos. A partir desta análise são programadas ações de saúde. Conclusão: O modelo de gestão desenvolvido pela empresa demonstra a preocupação da instituição com a identificação das principais causas de afastamentos de seus trabalhadores, assim como reforça a importância do gerenciamento dos dados do absenteísmo e dos acidentes de trabalho, para que se possa planejar ações em saúde que visem evitar o adoecimento.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL153

TL153 - GESTÃO DO TEMPO NO COTIDIANO DE MÉDICOS RESIDENTES DE CLÍNICA MÉDICA EM UM HOSPITAL PÚBLICO UNIVERSITÁRIO DE SÃO PAULO, BRASIL.

Rafael Augusto Tamasauskas Torres; Frida Marina Fischer

Introdução: A residência médica consolida um processo de aprendizagem que se inicia durante a graduação. Embora reconhecida como uma forma eficiente de capacitação, críticas são feitas com relação à carga horária excessiva e sobrecarga de trabalho e privação de sono. Objetivo: Identificar estratégias de gestão do tempo de médicos residentes de Clínica Médica em um hospital universitário de São Paulo, Brasil. Métodos: Realizadas 8 entrevistas com residentes do segundo ano sendo abordados aspectos da vida pessoal, empregos, estudo teórico e atividades práticas. Realizada análise de conteúdo com auxílio do programa MaxQda. Resultados: Seis categorias temáticas emergiram dos relatos: organização do trabalho; atividade para aprendizado ou profissional?; moradia, planejamento financeiro e atividades domésticas; tempo para lazer e relacionamentos interpessoais; planejamento familiar; repouso ∕ sono. Discussão: Os residentes vivenciam um período de aprendizado intenso, mas que exige uma carga horária de atividades elevada e complexas, com períodos de plantões noturnos e em fins de semana. A duração da jornada é frequentemente superior ao previsto devido intercorrências em plantões e atividades em enfermarias. Há relatos de interpretação errônea de exames, erros de prescrição médica e piora do convívio social e familiar, principalmente nos períodos de atividades noturnas. Por vezes, os residentes exercem outras atividades remuneradas diminuindo o tempo para repouso, estudo, lazer. Conclusão: Há diversas estratégias adotadas para gestão do tempo: residir próximo ao hospital; auxílio das atividades domésticas por diaristas; realizar refeições nos restaurantes do hospital; adiamento da maternidade; apoio social centrado no convívio com outros residentes e supervisores do programa.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL154

TL154 - RELATO DE EXPERIÊNCIA DO PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA A VÍTIMAS DE ASSALTO E SEQUESTRO DE UMA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA NO INTERIOR PAULISTA

Fernanda Aparecida Valeretto

Introdução: A ocorrência de roubo a banco e de extorsão mediante sequestro têm se tornado recorrente no Brasil. Neste contexto os funcionários que atuam nessas organizações tornam-se vítimas potenciais desses eventos adversos que podem gerar o adoecimento e culminar em transtornos psicológicos. Diante do exposto, a instituição criou o "Programa de Assistência a Vítima de Assalto e Sequestro" com a finalidade de minimizar o impacto negativo da ocorrência na rotina da população vitimada. O programa que é considerado um paradigma no mercado financeiro, prevê assistência médica, psicológica, jurídica e de segurança de caráter emergencial, psicoterapia e atendimento médico custeado pela empresa e possibilidade de realocação de local de trabalho. Objetivo: relatar a experiência do programa realizado pelo SESMT do interior paulista. Método: Trata-se de um estudo transversal, descritivo com análise quantitativa dos dados. O cenário do estudo foi uma instituição bancária de economia mista. Resultados: A população foi constituída por 247 funcionários, 54 familiares e 83 terceirizados que vivenciaram assalto (60,60%) ou sequestro (39,40%) no período compreendido de 2013 a 2018. Todos os funcionário foram acompanhados pelo SESMT durante 6 meses para investigar a presença de sintomatologia do Transtorno de Estresse Pós Traumático. Em todos os casos houve a emissão do Comunicado de Acidente de Trabalho com apenas 1 reabertura após 32 dias do evento. Conclusão: Destarte, podemos concluir que o programa desenvolvido demonstra a preocupação da instituição em preservar a saúde do seu trabalhador e amenizar o sofrimento psíquico gerado a partir da vivência traumática.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL155

TL155 - INCLUSÃO ACESSIBILIDADE E ADEQUAÇÃO DOS POSTOS DE TRABALHO DE BANCÁRIOS COM DEFICIÊNCIA

Fernanda Aparecida VALERETTO; Camila Inês Silva Mio

Introdução: A inclusão da Pessoa Com Deficiência no mercado de trabalho é uma exigência legal e uma questão social. Porém, para que ela seja efetiva, faz-se necessário que o ambiente esteja preparado para oferecer conforto, segurança e evitar a incapacidade ou agravamento da limitação. Objetivo: analisar as condições de acessibilidade e ergonomia dos espaços, postos e ferramentas de trabalho dos funcionários com deficiência de uma instituição bancária e propor as recomendações necessárias. Método: Trata-se de um estudo quantitativo, transversal e descritivo. O universo desta pesquisa correspondeu a 29 trabalhadores que foram enquadrados pela Lei de Cotas na admissão ou que foram transferidos para outros locais de trabalho durante o ano de 2018. Buscando-se o diagnóstico das condições laborais foram realizadas Análises Ergonômicas do Trabalho. Resultados: Dos resultados emergiram os núcleos temáticos: "Ambiente não acessível para PcD", "Ambiente adaptável para PcD" e "Ambiente adequado para PcD". Por fim, foram propostas as adaptações nos postos de trabalho, disponibilizado equipamentos especiais e softwares específicos e alterado o local de trabalho dos funcionários lotados em dependências sem acessibilidade.Em todas as agências foram realizadas reuniões de sensibilização com a equipe. Conclusão: Pode-se concluir que as ações realizadas contribuíram para a prevenção de situações de risco à saúde e a integridade física dos trabalhadores e promoveram o bem estar e uma inclusão livre de barreiras arquitetônicas, comunicacionais e atitudinais.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL156

TL156 - CRITÉRIOS UTILIZADOS PELOS PERITOS TRABALHISTAS DO RIO GRANDE DO SUL: ESTABELECIMENTO DE NEXO CAUSAL EM BANCÁRIOS DE MARÇO DE 2016 A MARÇO DE 2017.

Franciene Scapin Duarte Vasconcelos; Valmir Dorn Vasconcelos;

Introdução: As doenças osteomusculares e psiquiátricas estão entre as principais doenças alegadas nas reclamatórias trabalhistas. Diante da necessidade da prova pericial executada pelo médico, é necessário ao perito adotar critérios técnico-científicos para adoção de nexo causal. Objetivo: Esta pesquisa buscou investigar os critérios adotados por peritos em uma amostra de 41 laudos de processos trabalhistas de bancários de uma instituição no Rio Grande do Sul. Método: Estudo quantitativo descritivo de dados secundários retirados dos laudos periciais. Resultados: Os resultados indicaram associação significativa (X²) entre NTEP e Tipo de Perícia (Psiquiátrica ou Ortopédica) com nexo do trabalho. As doenças mais prevalentes foram Síndrome do Manguito Rotador e Síndrome do Túnel do Carpo. Em 63,4% dos laudos pericias não foram atribuídos o nexo causal. 53,7% dos peritos não colocaram referências bibliográficas em seus laudos. Conclusões: Os critérios utilizados pelos peritos oficias na esfera trabalhista em bancários para o estabelecimento de nexo causal não foram padronizados, e a maioria das variáveis encontradas na literatura para explicação de nexo causal não obtiveram associação estatística significativa com o resultado.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL157

TL157 - PRÁTICAS DE AVALIAÇÃO PSICOSSOCIAL (NR 33 E NR35) REALIZADAS POR PSICÓLOGOS E MÉDICOS BRASILEIROS

Valmir Dorn Vasconcelos; Clarissa Marceli Trentini; Franciene Scapin Duarte Vasconcelos

Introdução: Avaliação de fatores Psicossociais no trabalho são um dos componentes na estratégia de prevenção a saúde do trabalhador que atue em altura e em espaço confiado. Essa prática vem sendo realizada por profissionais de medicina e psicologia no cenário nacional. Busca-se com essa pesquisa produzir subsídios para a prática com base na experiência dos profissionais de saúde. Objetivo: (1)Levantar e Sistematizar as práticas de avaliação psicossocial realizada por profissionais de saúde com trabalhadores que atuem em risco de altura e/ou espaço confinado. (2) Confrontar os achados com a literatura acadêmica, buscando conhecer quais critérios, dimensões e instrumentos são incluidos nas medidas de risco psicológico/psicossocial Método: Estudo transversal descritivo de levantamento online (surveymonkey) com psicólogos e médicos. O cálculo amostral pelo uso do GPOWER 3.1.9.2 indicou a necessidade de 200 participantes, 100 médicos e 100 psicólogos. Resultados: Trata-se de uma pesquisa em desenvolvimento com conclusão prevista para março de 2019. Serão investigados perfil dos trabalhadores avaliados, metodologia empregada, modelos teóricos utilizados e critérios utilizados para inaptidão. Serão fornecidas estatísticas descritivas de cada grupo profissional. Serão demonstrados quais instrumentos são os mais empregados e para que motivo esses profissionais os utilizam. Conclusões: Revisões de literatura indicaram que as avaliações psicossociais seguem modelos teóricos ligados as teorias do estresse ( Job Demand-Control/Effort Reward Imbalance) e teorias relacionadas a psicodinâmica do trabalho. Não é conhecido em que medida essas evidências chegam aos profissionais de saúde. É conhecido, entretanto, que médicos e psicólogos fazem uso de modelos de entrevistas psicossociais e/ou uso de algum instrumento psicológico.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL158

TL158 - TRABALHO COM EXPOSIÇÃO SOLAR E CÂNCER DE PELE

Juliana Cristina de Oliveira Vedovato; Juliana Yumi Massuda; Sérgio Roberto de Lucca

Introdução: O câncer de pele é o mais frequente no Brasil, correspondendo a 30% dos tumores malignos registrados no país, dentre os quais o tipo não melanoma é o de maior incidência. Segundo a IARC, cerca de 90% dos cânceres de pele são evitáveis, uma vez que o principal fator de risco é a exposição solar sem proteção adequada. Trabalhadores expostos ao sol durante sua jornada laboral estão mais susceptíveis do que os demais grupos, porém não recebem os equipamentos de proteção individual (EPI) adequados. Objetivo: Identificar a relação entre a exposição ocupacional, sem proteção adequada, à radiação solar e a incidência de câncer de pele não melanoma. Método: Foi aplicado, a pacientes de um ambulatório especializado, questionário direcionado para a história ocupacional e a utilização ou não de EPI durante o trabalho. Resultado: Foram entrevistados 53 trabalhadores, dos quais cerca de 80% não foi perguntado anteriormente sobre a ocupação exercida, apesar de expostos à radiação solar (média: 25 anos de trabalho, 44 horas semanais, exposição de 8 horas por dia); desses, 76% eram agricultores, 69% utilizavam EPI, como chapéu, e somente 4,7% utilizavam o protetor solar regularmente. Conclusão: O conhecimento da ocupação é de fundamental importância para a prevenção; neste caso, a não utilização do protetor solar contribui decisivamente no desenvolvimento de neoplasias cutâneas. Desta forma, a regulamentação do protetor solar como EPI é imperiosa, para os trabalhadores agrícolas e demais ocupações com exposição solar, bem como o treinamento e informação acerca da importância do mesmo.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL159

TL159 - RELAÇÃO ENTRE A EXPOSIÇÃO DE RISCOS RESPIRATÓRIOS E O USO DO EPI EM TRABALHADORES DA OLARIA: UMA REVISÃO DE LITERATURA.

Gabriel Henrique da Silva Vieira; Laryssa de Souza Paulino; Mabel de Sousa Araújo; Elisa Sonehara de Morais; Leiliane Duarte de Almeida

Introdução: A oficina de oleiro é considerada uma das mais antigas indústrias. No setor de cerâmica estrutural, são produzidos tijolos furados e maciços, telhas, blocos de vedação e estruturais. Devido à grande demanda de serviços que as indústrias de cerâmicas recebem, fazem com que as classes trabalhadoras excedam suas limitações de produção de trabalho. Os trabalhadores são expostos a altas temperaturas e por longos períodos, durante o processo de produção inalam fumaça e partículas de poeira do ambiente. Objetivo: identificar, através de artigos em bases de dados, os principais riscos respiratórios correlacionando-os com a exposição a fumaça e a conscientização do uso do EPI em trabalhadores da olaria. Método: O estudo foi caracterizado por revisão bibliográfica com utilização de 13 bases científicas. Resultados: Os resultados demonstraram que apesar de poucos estudos na área abordada, ainda existe pouco conhecimento e conscientização por parte dos trabalhadores acerca do uso do EPI, contudo os riscos respiratórios estão relacionados tanto com a exposição direta aos resíduos e fumaças quanto ao tempo da jornada de trabalho diária e aos anos trabalhados nessa área. Conclusão: Portanto, é necessário mais estudo voltado ao tema proposto como também que existam mais políticas de promoção a saúde dos trabalhadores das Olarias.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL160

TL160 - AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE DE TRABALHADORES COM DIABETES MELLITUS

Daniela Vieira Silva VITOR; Luciano Resende Ferreira; Victor Rabelo Silva; Cristiano Machado Galhardi; Nathalia Campos; Laura Cristina Rios Ferreira; Gustavo Henrique Ventali

Introdução: A maior prevalência de doenças crônicas não transmissíveis na população estão associadas ao aumento da incidência de Diabetes Mellitus (DM). As complicações crônicas da DM podem comprometer a qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) no trabalho. Objetivos: avaliar a QVRS de trabalhadores diabéticos e analisar a existência de fatores associados que interfiram na percepção de qualidade de vida no trabalho. Método: Este foi um estudo transversal em que foram aplicados o SF-36 e um questionário sóciodemográfico em 75 trabalhadores com DM. A QVRS foiavaliadautilizando8domínios:capacidadefuncional,limitação por aspectos físicos, dor corporal, estado geral da saúde, vitalidade, aspectos sociais, aspectos emocionais e saúde mental. O questionário sóciodemográfico incluiu os aspectos: sexo, idade, subtipo de DM, tempo de doença, hipoglicemia, e aspectos emocionais como medo de ser discriminado no trabalho, medo do absenteísmo por causa do DM entre outros. Resultados: Observou-se que a maioria era do sexo feminino (54%), com uma correlação negativa entre a vitalidade e esse gênero, e também com o subtipo de DM tipo II e saúde geral. Discussão: Houve correlação positiva entre os sintomas de hipoglicemia e todos domínios associados à QVRS, entre a limitação por aspectos físicos e o absenteísmo pelo DM. Verificou-se uma correlação positiva entre o medo do absenteísmo e os domínios capacidade funcional, dor corporal e vitalidade. Conclusão: Foi possível observar um comprometimento geral da QVRS dos trabalhadores diabéticos, especialmente mulheres com DM tipo II em relação à dor corporal, vitalidade, aspectos físicos e emocionais devido ao DM.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL161

TL161 - AVALIAÇÃO AMBIENTAL E ESTUDO DOS EFEITOS TÓXICOS AGUDOS DO FORMALDEÍDO EM LABORATÓRIOS DE ANATOMIA E PATOLOGIA

Debora Tomita Watanabe; José Tarcísio Penteado Buschinelli; Flávia Souza e Silva de Almeida

Introdução: a conservação de cadáveres e tecidos humanos tem como objetivo preservar da maneira mais próxima possível, a morfologia e características das peças como são nos animais vivos. Nos dias de hoje podemos contar com uma variedade de técnicas que auxiliam na preservação de tecidos para estudo. O formaldeído tem sido muito utilizado como agente conservante nessa prática. O presente estudo traz uma avaliação ambiental e dos efeitos tóxicos agudos do formaldeído em laboratórios de Anatomia e Patologia, utilizando uma ferramenta de análise avançada (ART 1.5) na previsão de níveis de exposição do formaldeído. Objetivo: realizar a avaliação ambiental e estudo dos efeitos tóxicos agudos do formaldeído nos Laboratórios de Anatomia e Ciências Patológicas de uma faculdade no município de São Paulo. Métodos: Foi realizado estudo transversal com visita em local de trabalho para avaliação de riscos, análise da exposição através da ferramenta ART e exame médico dos trabalhadores. Resultados: O nível de exposição ao formaldeído previsto pelo ART 1.5 para a atividade exercida pelos técnicos de laboratório mostrou-se quase quatro vezes acima os limites estabelecidos pela ACGIH e 22 vezes o da NIOSH. 61,5% relataram pelo menos uma queixa de secura ou irritação ocular. Conclusão: Considerando os efeitos irritativos observados e o potencial efeito carcinogênico do formaldeído, é necessário manter os níveis de concentração dessa substância o mais baixo possíveis, por meio da adoção de técnicas alternativas na preservação das peças. Com essa substituição, espera-se, portanto, reduzir a exposição a agentes altamente tóxicos, melhorando assim a saúde do trabalhador.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL162

TL162 - AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DE UM EXOESQUELETO PASSIVO DE OMBROS NA REDUÇÃO DE ESFORÇOS EM DETERMINADO TRABALHO EM LINHA DE MONTAGEM DE AUTOMÓVEIS

Paulo R. Zetola; Hudson Couto; Dennis Couto; Karina Straub; Manuela Pucci; Vanessa Martins

Introdução: Exoesqueletos passivos têm sido cada vez mais usados nas indústrias com o objetivo de diminuir a intensidade de esforços, especialmente os estáticos, nos quais o acúmulo de ácido láctico causa dor muscular. Um exoesqueleto passivo de ombros da marca Ekso foi introduzido como alternativa de redução do esforço muscular em posto de trabalho de inserção do conjunto de mangueiras de freio em baixo do veículo. O ciclo durava 60 segundos e a porcentagem do ciclo com os braços acima do nível dos ombros era de 66%. O esforço com as mãos era pouco significativo. Objetivo: Testar a eficácia de um exoesqueleto passivo na redução do esforço estático em posição de trabalho em baixo do veículo, onde se tem que trabalhar com os braços em posição de abdução. Método: Um trabalhador experiente nessa tarefa com e sem exoesqueleto executou 15 ciclos sem o dispositivo e 13 com o exoesqueleto. A intensidade do esforço foi medida com eletromiógrafo de superfície de 6 canais, com medida dinâmica dos esforços do deltoide anterior direito e esquerdo, deltoide lateral direito e esquerdo e paravertebral direito e esquerdo. Resultado: O exoesqueleto avaliado atendeu bem ao trabalho executado nesse posto, reduzindo entre 29% (média) a 42% (pico) o esforço do músculo deltoide lateral direito e um pouco menos do deltoide lateral esquerdo (8,3 a 10%). A avaliação positiva também foi referida pelo trabalhador.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL163

TL163 - CAPACIDADE DE REDUÇÃO DE ESFORÇO ESTÁTICO DE UM EXOESQUELETO PASSIVO DE OMBROS

Paulo R. Zetola; Hudson Couto; Dennis Couto; Karina Straub; Manuela Pucci; Vanessa Martins

Introdução: Esforços estáticos são sempre um desafio em ergonomia devido à sua alta frequência no mundo do trabalho e um dos esforços mais críticos é aquele em que os braços têm que trabalhar acima do nível dos ombros, onde ocorre fadiga por dois mecanismos: redução da circulação do sangue devido ao fluxo antigravitacional e esforços dos músculos deltoides e outros com acúmulo de ácido láctico, tendo como consequência, dor. Objetivo: Testar a capacidade de redução de esforços estáticos de um exoesqueleto passivo de ombros da marca Ekso. Método: Foi utilizada eletromiografia dinâmica com monitoramento de 6 grupamentos musculares: deltoide anterior direito e esquerdo, deltoide lateral direito e esquerdo, paravertebral direito esquerdo. O potencial elétrico evocado nos músculos foi medido comparando posições pré-determinadas de esforço sem e com o exoesqueleto. Em cada situação foi obtido o valor do pico de esforço e da média ajustada. O trabalhador em teste tinha boa experiência com exoesqueleto, tendo feito o ajuste segundo seu ponto de conforto. Resultado e Conclusão: O exoesqueleto analisado mostrou-se altamente eficiente em reduzir entre 50 e 58% os esforços estáticos isolados dos membros superiores em posições de abdução horizontal e 135 graus. Pelo fato de apoiar bem os braços nessa posição, houve também o impacto sobre a musculatura da coluna, reduzindo seu esforço em 38%, isso apesar do peso do equipamento (4,6 kg), a análise mostrou pouca vantagem com o uso desse equipamento em posicionamentos em flexão dos braços.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL164

TL164 - ANÁLISE DOS MAPAS DE RISCOS EM SETORES CIRÚRGICOS DE UM HOSPITAL TERCIÁRIO

Paulo Roberto Zétola; Mayra Coimbra Gonçalves; Emanuelle Leonel Ferreira; Michely Mika Hirota; Fernanda Yuki Ito; Aline Tatiane Rampim

Introdução: O Centro Cirúrgico (CC) é um ambiente complexo que envolve a circulação constante de profissionais, pacientes e materiais. Devido à dinâmica presente no CC, há necessidade de atenção direcionada aos riscos (físicos, químicos, biológicos, ergonômicos/mecânicos) aos quais os profissionais estão submetidos. Os mapas de riscos são um meio para evidenciar e prevenir situações que possam prejudicar a saúde do trabalhador. Objetivo: Destacar os principais riscos ocupacionais que os trabalhadores do setor cirúrgico estão expostos por meio dos mapas de risco. Métodos: Estudo transversal observacional realizado em setor cirúrgico de hospital terciário. Foram coletados, por meio de registro fotográfico, mapas de risco de todos os setores envolvidos com o serviço de cirurgia do hospital e aqueles que não estavam disponíveis no setor de origem foram obtidos no Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho. Após coleta, foi feita análise descritiva dos dados. Resultados: De todos os riscos ocupacionais que os profissionais do CC estão expostos, os riscos com gravidade média ou grande estiveram mais frequentes nos tipos: físico (9/19), biológico (8/19) e ergonômico (15/19). Na totalidade dos 19 ambientes analisados, observou-se que mais da metade (60%) dos riscos foram considerados de grau leve. O grau médio correspondeu a 36,8% dos riscos enquanto que os altos riscos a 3,15% da análise. Conclusão: Conhecendo os riscos do local de trabalho e suas consequências para a saúde, a conscientização e o treinamento tornam-se essenciais para a organização dos funcionários.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL165

TL165 - REPERCUSSÕES E ABRANGÊNCIA DO MOVIMENTO ABRIL VERDE

Paulo Roberto Zétola; Aline Tatiane Rampim; Michely Mika Hirota; Fernanda Yuki Ito; Emanuelle Leonel Ferreira; Mayra Coimbra Gonçalves

Introdução: Em resposta a altos níveis de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais o Movimento Abril Verde foi criado em 2014, com objetivo de mobilizar a sociedade para a questão da segurança e saúde do trabalhador brasileiro. Objetivos: Avaliar a abrangência de ações de conscientização a respeito de acidentes de trabalho e saúde do trabalhador vinculadas ao Movimento Abril Verde, assim como seu impacto direto no trabalhador. Métodos: Relato de experiência de atividade realizada pela Liga Acadêmica de Medicina do Trabalho da Universidade Federal do Paraná no contexto do Abril Verde, associado a levantamentos das principais ações realizadas em âmbito nacional relacionadas ao Movimento Abril Verde e divulgadas em meios digitais. Resultados: O Movimento Abril Verde tem crescido a cada ano, em 2018 esteve presente em todos os estados brasileiros, com diversidade de atividades, como simpósios, exposições fotográficas, caminhadas, iluminação de prédios e monumentos com a cor verde, entre outras. A abordagem por meio das mídias sociais também teve destaque. A mobilização do movimento envolveu tanto discussão e planejamento por parte de empresas, associações e órgãos de governo quanto abordagem direta aos trabalhadores. Em relação a atividades abordando diretamente o trabalhador, a presente experiência mostrou receptividade e interesse por parte dos trabalhadores e empresas para ações de conscientização sobre acidentes de trabalho e saúde ocupacional. Conclusões: A maior sensibilização da sociedade por meio de movimentos como o Abril Verde, estimula a conscientização, o debate e a criação de mais medidas de proteção e prevenção de acidentes de trabalho.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL166

TL166 - PREVALÊNCIA DA SÍNDROME DE BURNOUT EM MÉDICOS DO TRABALHO DO PARANÁ: HÁ DIFERENÇA ENTRE OS PROFISSIONAIS GESTORES E OS QUE FAZEM ATENDIMENTO E/OU PERÍCIA?

Paulo Roberto Zetola; Viviane Flumignan Zétola; Giovana Memari Pavanelli; Gabriella Ueharo Pereira; Edevar Daniel

Introdução: A Síndrome de Burnout (SB) é uma doença psicológica que decorre do estresse causado pelo trabalho, sendo caracterizada por esgotamento emocional (EE), despersonalização (DE) e redução da realização pessoal (RP). Objetivos: Determinar a prevalência da SB em médicos do trabalho, bem como comparar tais níveis entre áreas de atuação: gestão e atendimento e/ou perícia. Métodos: Estudo observacional, transversal, com abordagem quantitativa, realizado com 96 médicos do trabalho do Paraná. Utilizou-se o questionário validado on-line autoaplicável Maslach Burnout Inventory Human Services Survey, associado a questões demográficas. Resultados: A amostra foi composta por 96 profissionais e 39,6% apresentava critérios para SB, sendo 52,6% do gênero feminino e 76,7% MAP. Dos MG, 32,3% apresentavam critérios para SB, enquanto que nos MAP, 43,1% (p>0,05). O grupo dos MG apresentou menores índices de EE e DE e maiores de RP (p>0,05). Houve relação diretamente proporcional entre os níveis de RP e a idade na amostra total (p<0,05). Conclusões: Os profissionais respondentes apresentam baixos níveis de SB, o que vai de encontro aos dados da literatura. Observamos que médicos de maior idade apresentam maiores níveis de realização pessoal, corroborando com outros estudos. Trouxemos a hipótese de haver diferenças entre níveis de SB de acordo com a área de atuação, mas não podemos corroborar essa hipótese. A medicina do trabalho é uma especialidade nova e grande crescimento, o que torna essencial uma avaliação mais ampla em relação à SB nesses profissionais.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL167

TL167 - CONDIÇÕES DE TRABALHO DO MOTOTAXISTA NA CIDADE DE MANAUS-AM

Anderson Lincoln Vital da Silva

Objetivo: O presente estudo teve por objetivo investigar as condições de trabalho dos mototaxistas na cidade de Manaus-AM em relação à saúde ambiental e aos riscos a partir do seu trabalho de exposição constante às intempéries ambientais. Métodos: A pesquisa buscou delinear o perfil socioeconômico desses trabalhadores, possibilitando discutir a relação cidade e trabalho, enquanto condicionantes à renda e condições laborais além de evidenciar as subjetivações em relação à saúde ambiental a partir das atividades cotidianas. Os dados foram obtidos a partir de entrevista semiestruturada que foi aplicada a 25 trabalhadores (todos homens) em suas bases de atuação (locais de espera dos usuários). Os dados foram analisados segundo a técnica da análise de conteúdo proposta por Bardin (1997). Resultados: Os resultados obtidos demonstram que os participantes são adultos jovens, em sua maioria, na faixa etária de 20 a 40 anos de idade, com ensino médio completo, solteiros, porém com filhos. Quanto à jornada de trabalho, 64% destes têm uma jornada de até doze horas diárias, para obter um ganho na faixa de R$ 2.000,00 mensais, e apesar da exigência legal de sua contribuição para o INSS, apenas 20% destes o fazem. No exercício de sua profissão, são exigidos equipamentos obrigatórios, porém o único que todos eles possuem é o capacete. Conclusão: Devido às condições de seu trabalho, as ruas e o trânsito, são expostos a uma extensa jornada de trabalho, alternância climática, fadiga e violência do trânsito.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL168

TL168 - A EXPOSIÇÃO AO RISCO DE ASSALTO E SUAS REPERCUSSÕES NA SAÚDE DOS TRABALHADORES RODOVIÁRIOS DA REGIÃO METROPOLITANA DE SALVADOR

Cristiane Maria Galvão Barbosa; André Luis Santiago Maia; Gecynalda Soares da S. Gomes; Marcos Paiva Matos; Suerda Fortaleza de Souza

Introdução: Motoristas e cobradores de ônibus estão expostos a riscos adversos inerentes à própria atividade laboral. Ainda, por exercerem seu trabalho em vias públicas ficam expostos a situações de violência urbana. Objetivo: Analisar a exposição ao risco de assalto nos rodoviários e o impacto na sua saúde em Salvador. Métodos: Através de amostragem probabilística, selecionou-se 1.297 rodoviários (795 motoristas, 502 cobradores). Foi desenvolvido e aplicado um questionário sobre exposição à violência e queixas à saúde. Resultados: 99,6% dos motoristas e 86,5% dos cobradores eram do sexo masculino. A média de idade foi 41,8 anos (desvio padrão - dp ± 8,8 anos) para motoristas e 39,8 anos (dp ± 9,5 anos) para cobradores. A maioria dos motoristas (96%) e cobradores (95,2%) consideraram estar expostos a assalto e situações de estresse. 30,2% dos motoristas e 28,7% dos cobradores afirmaram ter sofrido assalto no trabalho no último ano. Destes, menos de 1% realizaram avaliação médica e/ou psicológica. Nos últimos seis meses motoristas e cobradores relataram problemas de saúde relativos a estresse (93,7% e 90,8%, respectivamente) e insônia (34,5% e 31,5%, respectivamente). Conclusões: O medo de sofrer assalto, bem como a ocorrência do assalto em si, é uma vivência rotineira dos rodoviários em Salvador. Esta situação aumenta a pressão psicológica destes trabalhadores e reflete nas queixas de saúde relatadas. Atuar no controle da sensação de medo gerada pelo risco de assalto, bem como individualmente naqueles que sofreram o evento, é um desafio para a gestão de saúde ocupacional nesta categoria.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL169

TL169 - O IMPACTO DO ADOECIMENTO RELACIONADO AO AMBIENTE DE TRABALHO NO NÍVEL DE COMPROMETIMENTO DO SERVIDOR PÚBLICO DE UMA INSTITUIÇÃO FEDERAL DE ENSINO

Tirze Barbalho Krolls; Diego Guedes R. dos Santos

Objetivos: Este artigo tem por objetivo realizar uma reflexão à luz da teoria, buscando elementos na literatura para entender o adoecimento do servidor relacionado ao trabalho e os impactos sobre seu comprometimento com as atividades laborais, a fim de levantar hipóteses sobre as causas existentes dentro do ambiente institucional da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) que podem estar contribuindo para esse adoecimento. Método: Além da revisão da literatura, foi realizada pesquisa de dados secundários de afastamento do trabalho por motivo de saúde, obtidos na plataforma informatizada do Sistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor Público Federal (SIASS), especificamente dos registros de atestados homologados pela perícia médica oficial em saúde da UFRPE, a partir de 2016. Foram analisados ainda dados obtidos dos prontuários médicos do ambulatório de medicina do trabalho da Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE (de 2016 até 2018). Conclusão: Na análise verificou-se que os indicadores de adoecimento psíquico e osteomuscular podem ser tomados como pistas sobre situações que merecem maior aprofundamento e poderão ser objeto de futuros estudos mais aprofundados.

 


 

DOI: 10.5327/Z16794435201917S1TL170

TL170 - COMITÊ DE ANÁLISE DE ÓBITOS E ACIDENTES DECORRENTES DO TRABALHO: UMA ESTRATÉGIA DE ENFRENTAMENTO

Paulo Roberto R. W. de Negreiros Filho; Andrea Figueiredo Saporiti; Liliane Graça Santana

Introdução: No Espírito Santo, a cada três dias um trabalhador morre por acidente de trabalho, aproximadamente 37 acidentes/dia. Considerando esses números alarmantes, surgiu a necessidade da formação de um Comitê, reunindo diversas instituições e sindicatos que atuam isoladamente na análise de acidentes de trabalho. Objetivo: Criar um Comitê interinstitucional e multiprofissional, tendo caráter ético, técnico, científico, educativo e de assessoria, visando à prevenção dos condicionantes dos óbitos e amputações relacionados ao trabalho. Métodos: As reuniões do Comitê inicialmente foram realizadas pelo Núcleo de Vigilância em Saúde do Trabalhador (NEVISAT) em parceria com a Saúde do Trabalhador da Prefeitura Municipal de Vitória. Posteriormente, a parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT) permitiu agregar cerca de 20 parceiros e aprovar o regimento. Resultados: Como fruto do trabalho do Comitê institui-se um fluxo de informações para análise dos óbitos e acidentes relacionados ao trabalho, criou-se um roteiro de investigação destes acidentes, bem como a realização de dois cursos de capacitação para investigação de óbitos. O Comitê tem permitido o compartilhamento de informações de acidentes de trabalho e a discussão de ações de promoção e prevenção, que se fazem tão necessárias atualmente, a partir de diferentes olhares, podendo tornar mais efetivas as ações em saúde do trabalhador. Conclusão: A criação de um espaço de discussão interinstitucional, agregando diversas instituições e sindicatos, parece ser um caminho viável e necessário para o enfrentamento de problemas tão graves de saúde pública, como são os óbitos e acidentes resultantes dos processos de trabalho.


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