Resumo
INTRODUÇÃO: Acidentes de trabalho representam um grave e complexo problema de saúde pública.
OBJETIVOS: Analisar a tendência temporal da mortalidade por acidentes de trabalho no Brasil no período de 2010 a 2019.
MÉTODOS: Estudo ecológico de séries temporais, com dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade. Calculou-se a taxa de mortalidade utilizando regressão de Prais-Winsten.
RESULTADOS: Foram registrados 34.683 óbitos decorrentes de acidentes de trabalho no país, com maior ocorrência no sexo masculino (94,3%), na faixa etária de 20 a 39 anos (44,8%) e na raça branca (51,0%). A maior proporção de óbitos foi identificada no estado de São Paulo (16,5%). A tendência temporal apresentou estabilidade no sexo masculino (variação percentual anual (VPA) = -1,7; IC95% -3,9 a 0,7) e feminino (VPA = -0,8; IC95% -1,8 a 0,2). A tendência revelou decréscimo nas faixas etárias de até 19 anos (VPA = -5,1; IC95% -9,0 a 1,1) e de 20 a 39 anos (VPA = -3,3; IC95% -6,0 a -0,5), enquanto as demais faixas apresentaram estabilidade. A raça preta apresentou decréscimo (VPA = -8,1; IC95% -10,7 a -5,5), enquanto a branca (VPA = -2,3; IC95% -38,0 a 0,2) e a parda (VPA = -1,2; IC95% -5,2 a 2,9) apresentaram estabilidade. Oito unidades da federação apresentaram decréscimo; apenas o estado do Pará (VPA = 2,1; IC95% 0,8 a 3,4) apresentou acréscimo, enquanto as demais unidades registraram estabilidade.
CONCLUSÕES: A tendência temporal da taxa de mortalidade apresentou estabilidade na maior parte dos indicadores avaliados. Percebe-se a carência de discussões que possam contribuir com ações no campo da segurança e saúde no trabalho.
Palavras-chave: mortalidade por acidentes de trabalho; estudos de séries temporais; sistemas de informação em saúde.