Resumo
INTRODUÇÃO: A qualidade de vida (QV) de trabalhadores do trânsito tem sido foco de atenção, sendo os motociclistas os mais susceptíveis a acidentes e exposição a poluentes. Esses fatores, somados à prática tabagista, podem gerar transtornos respiratórios e influenciar na QV do trabalhador.
OBJETIVO: Avaliar a qualidade de vida de mototaxistas tabagistas e não tabagistas.
MÉTODO: Estudo longitudinal e epidemiológico, de abordagem quantitativa, desenvolvido com 95 mototaxistas de Jataí, no sudoeste goiano, Brasil, realizado em duas etapas entre 2014 e 2015, utilizando um questionário para avaliar características sociodemográficas e ocupacionais e percepção da saúde dos mototaxistas e o questionário WHOQOL-Bref. Os dados foram analisados nos programas Statistical Package for Social Sciences® e STATA®, por meio de testes estatísticos, considerando os valores de p<0,05 significantes.
RESULTADOS: A maioria era do sexo masculino (98,9%), não fumava (89,5%), já havia se acidentado (67,4%); a idade média era de 39,1 anos, e 48,5% deles tinham boa percepção de saúde. O escore de domínio físico reduziu (86,07 versus 74,28; p=0,091) e o escore do domínio ambiental aumentou (58,43 versus 64,06; p=0,285) entre tabagistas. Entre os não tagagistas, o escore do do domínio físico reduziu (79,87 versus 76,38; p=0,014) e do domínio ambiental aumentou (58,27 versus 67,32; p<0,001). Houve associação entre a idade e o uso de tabaco com a QV no domínio físico (p=0,014; 0,027).
CONCLUSÃO: Os mototaxistas estão expostos a diversos fatores que podem influenciar sua condição de vida e seu trabalho, tornando necessária a adoção de novas políticas públicas de saúde com vistas a essa classe trabalhadora.
Palavras-chave: tabagismo; saúde do trabalhador; qualidade de vida; saúde pública; motocicletas.