INTRODUÇÃO: Os profissionais de radiologia estão expostos a riscos ocupacionais no seu cotidiano profissional. Entre eles, temos os biológicos e os ergonômicos.
OBJETIVOS: Descrever os riscos biológicos e ergonômicos presentes no processo de trabalho dos profissionais de radiologia em um serviço de radiologia convencional.
MÉTODOS: Pesquisa qualitativa, descritiva e exploratória. Utilizou-se como técnica de coleta de dados entrevista semiestruturada com 12 profissionais de radiologia, observação participante e validação consensual com nove trabalhadores. A análise do conteúdo embasou-se nos pressupostos da análise temática.
RESULTADOS: Exposição a fluidos corporais, contaminação de instrumentos de trabalho por agentes biológicos, não realização de desinfecção e não uso de equipamentos de proteção individual foram evidenciados como riscos biológicos. Manipulação excessiva de peso, planta física inadequada, trabalho noturno e instrumentos de trabalho que não respeitam os princípios da mecânica corporal foram identificados como riscos ergonômicos.
CONCLUSÕES: Os riscos ocupacionais evidenciados estão relacionados às condições de trabalho do serviço de saúde e a posturas inadequadas dos profissionais de radiologia.

Palavras-chave: saúde do trabalhador; riscos ocupacionais; serviço hospitalar de radiologia; condições de trabalho.

INTRODUÇÃO: A exposição ao trabalho noturno (TN) vem sendo apontada como possível fator de risco para o aumento do peso corporal. Estudos recentes destacam a necessidade de avaliação da intensidade e da frequência da exposição ao TN (ou seja, anos de exposição e número de noites trabalhadas).
OBJETIVOS: Investigar a relação entre a dose de exposição ao TN (anos e número de noites trabalhadas) e o estado nutricional (excesso de peso, circunferência abdominal, obesidade abdominal e índice de massa corporal) em profissionais de enfermagem.
MÉTODOS: Foram analisados os dados referentes aos trabalhadores noturnos (n = 529) de um hospital público do Rio de Janeiro. Realizaram-se análises descritivas e modelos de regressão brutos e ajustados para testar as associações entre as exposições e os desfechos. As análises foram realizadas no programa R, versão 2.15.
RESULTADOS: Trabalhar à noite por 10 anos ou mais associou-se ao excesso de peso (odds ratio [OR] = 1,76; intervalo de confiança de 95% [IC95%] 1,14-2,72), à obesidade abdominal (OR = 1,76; IC95% 1,14-2,74), ao índice de massa corporal aumentado (ß = 2,28; IC95% 1,31-3,26) e à cintura abdominal aumentada (ß = 4,63; IC95% 2,38-6,88), comparado ao TN realizado há menos de 10 anos, após ajuste pelas covariáveis. No que se refere à dose atual de TN, foi observada apenas uma associação limítrofe entre mais de 5 noites/quinzena e a obesidade abdominal (OR = 1,55; IC95% 1,01-2,01).
CONCLUSÕES: O detalhamento da exposição ao TN pode contribuir para subsidiar as estratégias de organização dos horários de trabalho que considerem a possibilidade de limitação do tempo de exposição ao TN.

Palavras-chave: peso corporal; circunferência abdominal; trabalho noturno; saúde do trabalhador; estado nutricional.

INTRODUÇÃO: A autopercepção de saúde é um importante indicador de saúde na população; no entanto, em professores, as variáveis preditoras sociodemográficas, ocupacionais e de saúde, bem como o impacto da autopercepção de saúde no absenteísmo, presenteísmo e licenças médicas são desconhecidos.
OBJETIVOS: Determinar a prevalência e os fatores associados à autopercepção de saúde ruim em professores do ensino fundamental e investigar se é preditora de absenteísmo, presenteísmo e licenças médicas.
MÉTODOS: A amostra foi composta por 493 professores da cidade de Londrina, Paraná, Brasil. Um questionário de autorrelato foi utilizado para avaliar a autopercepção de saúde; os fatores sociodemográficos, ocupacionais e de estilo de vida; os indicadores de saúde; a presença de doenças crônicas e incapacidade; e as taxas de absenteísmo, presenteísmo e licenças médicas. Foi utilizada regressão de Poisson para estimar as razões de prevalência e as razões de taxa.
RESULTADOS: A prevalência da autopercepção de saúde ruim foi de 16,4%, tendo as seguintes variáveis apresentado associação positiva com o desfecho: plano de saúde (razão de prevalência = 2,35), infraestrutura escolar inadequada (razão de prevalência = 1,56), atividade física (razão de prevalência = 0,60), percepção de baixa aptidão física (razão de prevalência = 2,44), distúrbios vocais (razão de prevalência = 1,46), transtornos mentais comuns (razão de prevalência = 1,74), exaustão emocional (razão de prevalência = 1,61), baixa realização profissional (razão de prevalência = 1,64), doença crônica (razão de prevalência = 2,39) e incapacidade (razão de prevalência = 1,57). A autopercepção de saúde ruim apresentou associação positiva com o absenteísmo (razão de taxas = 1,71) e presenteísmo (razão de taxas =1,74).
CONCLUSÕES: Características ocupacionais e individuais associadas à deterioração da saúde física e mental devem ser foco de ações de prevenção, a fim de melhorar a autopercepção de saúde docente. Uma única pergunta sobre a autopercepção de saúde é uma ferramenta útil para monitorar e prevenir o absenteísmo e presenteísmo docente.

Palavras-chave: autoavaliação; estado de saúde; exposição ocupacional; estilo de vida; saúde.

INTRODUÇÃO: Agentes comunitários de saúde são profissionais habilitados que fornecem serviços de saúde culturalmente adequados a uma região. Em suas rotinas laborais, esses profissionais enfrentam diversas e arriscadas situações, que podem ocasionar vulnerabilidade frente ao processo de adoecimento e, até mesmo, comprometer o atendimento dos usuários do Sistema Único de Saúde. Por isso, compreender os fatores associados ao processo de trabalho que implicam o adoecimento dos agentes comunitários de saúde auxilia no aumento da segurança para a prestação de serviços desses trabalhadores.
OBJETIVOS: Analisar as implicações para o adoecimento decorrentes do processo de trabalho dos agentes comunitários de saúde.
MÉTODOS: Foi realizado um estudo transversal, descritivo e quantitativo com a participação de todos os agentes comunitários de saúde do município de Baixio, Ceará. As entrevistas foram realizadas por meio de questionário contendo questões de avaliação do contexto de trabalho, com respostas quantitativas, entre os meses de fevereiro e abril de 2019. Os dados foram analisados pelo teste de normalidade Shapiro-Wilk, seguido pelo teste de correlação de Spearman. As diferenças foram consideradas significativas com valor de p < 0,05.
RESULTADOS: A forte cobrança por resultados no ambiente de trabalho e os instrumentos insuficientes de trabalho demonstraram uma correlação diretamente proporcional com dor de cabeça, dor no corpo, dor nas costas e distúrbios da visão (p < 0,05).
CONCLUSÕES: As condições de trabalho podem afetar diretamente a saúde dos agentes comunitários de saúde. Assim, são fundamentais estratégias públicas que garantam a segurança do trabalhador e a qualidade do atendimento dos usuários dos serviços do Sistema Único de Saúde.

Palavras-chave: agentes comunitários de saúde; saúde do trabalhador; saúde ocupacional.

INTRODUÇÃO: As tecnologias da informação tornaram-se indispensáveis no ambiente de escritório, resultando no aumento considerável do uso do computador. As queixas musculoesqueléticas em trabalhadores usuários de computador possuem etiologia multifatorial; assim, no campo da ergonomia, a investigação deve ser baseada em relato de sintomas e por métodos observacionais quantificáveis.
OBJETIVOS: Avaliar aspectos ergonômicos e biomecânicos de trabalhadores de escritório usuários de computador, identificar a presença de sintomas e verificar a existência de correlação entre a avaliação observacional e a percepção dos colaboradores.
MÉTODOS: Os participantes foram abordados por um avaliador responsável pela triagem, que incluiu sintomas e características demográficas. Em seguida, o voluntário foi avaliado simultaneamente por dois avaliadores cegados entre si e para as características dos participantes.
RESULTADOS: Participaram 71 trabalhadores, não sendo observadas diferenças significativas para tempo de trabalho entre os indivíduos com e sem dor. A confiabilidade interavaliador foi considerada forte (0,93; IC95% 0,88-0,96). Não foi encontrada correlação entre o Maastricht Upper Extremity Questionnaire e o Rapid Office Strain Assessment (p = 0,054/r = 0,230). Não foi observada diferença entre os indivíduos com e sem dor no Rapid Office Strain Assessment (p = 0,931). Já na análise do Maastricht Upper Extremity Questionnaire, houve diferença nos domínios demanda (p = 0,004), queixas (p = 0,034) e total (p = 0,044), com maior pontuação para os assintomáticos.
CONCLUSÕES: Os resultados sugerem que os indivíduos assintomáticos se submetem a uma maior demanda de trabalho, provavelmente devido à ausência de experiências prévias significativas de dor. Entretanto, apresentam outras queixas, com ênfase em rigidez, incapacidade, fraqueza, edema e parestesia. Já os sintomáticos apresentam maior dificuldade em questões como tempo dedicado ao trabalho e execução do tempo de trabalho, necessitando realizar esforços extras.

Palavras-chave: ergonomia; lista de checagem; saúde do trabalhador; computador; dor.

INTRODUÇÃO: As doenças musculoesqueléticas representam um importante agravo na saúde dos trabalhadores devido ao grau de sofrimento gerado pelos quadros de dor e às elevadas frequências de absenteísmo.
OBJETIVOS: Identificar os fatores de risco para o absenteísmo por doença musculoesquelética em trabalhadores de um tribunal do setor judiciário e descrever a incidência, os indicadores de frequência e a duração das licenças médicas.
MÉTODOS: Estudo com seguimento de 6 anos, conduzido na Bahia. A variável dependente foi absenteísmo, medida através do tempo até a primeira licença médica no período. Utilizou-se o método de Kaplan-Meier para estimar as funções de sobrevida, enquanto os fatores de risco para o absenteísmo foram obtidos pela regressão de Cox.
RESULTADOS: Um total de 594 trabalhadores apresentaram licenças médicas, sendo a incidência ao final do período igual a 23%. Observou-se maior frequência de diagnósticos de dorsalgia (38,5%), lesões no ombro (11,7%) e sinovite e tenossinovite (8,8%). Predominaram casos de episódio único de licença médica por trabalhador ao longo dos 6 anos (42,8%). A análise múltipla com regressão de Cox identificou as seguintes variáveis como de maior risco para o afastamento do trabalho: sexo feminino (hazard ratio 1,39), idade acima de 40 anos (hazard ratio 2,57), cargo de técnico judiciário (hazard ratio 1,48) e atuantes na área administrativa (hazard ratio 1,30).
CONCLUSÕES: Mulheres, pessoas com maioridade e indivíduos que ocupam cargo técnico devem receber atenção da gestão do tribunal, visto que apresentaram a maior incapacidade para o trabalho no período estudado. As dorsalgias figuraram como o principal motivo da incapacidade musculoesquelética.

Palavras-chave: absenteísmo; licença médica; doenças musculoesqueléticas; saúde do trabalhador; poder judiciário.

INTRODUÇÃO: Sintomas osteomioarticulares podem afetar a qualidade de vida do indivíduo e a produtividade no trabalho, podendo levar ao afastamento e a prejuízos à empresa.
OBJETIVOS: Conhecer a prevalência dos sintomas osteomioarticulares em trabalhadores do setor administrativo de um hospital do Espírito Santo, bem como as queixas mais frequentes e os fatores pessoais e profissionais associados.
MÉTODOS: Tratou-se de um estudo transversal, observacional. Para a coleta de dados, foi utilizado um formulário de avaliação que continha dados pessoais e perguntas relacionadas à condição de trabalho, além do Questionário Nórdico Musculoesquelético, que tem como objetivo identificar queixas osteomioarticulares em nove partes do corpo, e da Escala Visual Analógica.
RESULTADOS: Foram avaliados 50 voluntários, 52% do sexo feminino, sendo a maior parte com idade entre 31 e 40 anos. Cerca de 92% dos trabalhadores apresentaram alguma queixa de sintomas osteomioarticulares, e 6% já precisaram se afastar do trabalho. Com relação ao local de dor, a principal região citada foi a coluna, sendo a lombar a mais afetada, seguida da região dos membros superiores, principalmente ombros e punhos/mãos. Apenas 40% dos trabalhadores receberam orientação sobre ergonomia, e 54% realizavam ginástica laboral no trabalho. Ainda, 85% daqueles que realizaram fisioterapia obtiveram melhora das queixas.
CONCLUSÕES: Foi evidenciado que uma grande parte (92%) dos trabalhadores do setor administrativo apresentavam queixas de sintomas osteomioarticulares, sendo a coluna lombar a mais afetada.

Palavras-chave: epidemiologia; transtornos traumáticos cumulativos; saúde do trabalhador; ergonomia.

INTRODUÇÃO: As condições ambientais e o processo de trabalho no Centro de Material e Esterilização expõem os trabalhadores a diversos riscos.
OBJETIVOS: Analisar as condições de trabalho que influenciam a saúde global dos trabalhadores do Centro de Material e Esterilização de um hospital do norte do Brasil.
MÉTODOS: Utilizou-se a metodologia de análise ergonômica do trabalho. Foram aplicados três instrumentos de coleta de dados para caracterizar os perfis sociodemográfico e ocupacional. Além disso, foram analisados os riscos físico-ambientais utilizando equipamentos específicos. As análises descritiva e bivariada foram realizadas no software Stata^®13.
RESULTADOS: Participaram do estudo 35 trabalhadores, sendo a maioria mulheres, com idade acima de 40 anos e técnicos de enfermagem. Evidenciou-se que os trabalhadores eram expostos a iluminância inadequada e ruídos originados das autoclaves, da central do ar-condicionado e do uso do gás medicinal. Os riscos para lesões musculoesqueléticas na coluna, no ombro e nos membros inferiores especificamente se relacionam à sobrecarga exigida pelas posturas assumidas por longos períodos. O sexo feminino foi associado com dor do tipo “bastante ou extrema” (p = 0,04).
CONCLUSÕES: Foram encontrados riscos sonoros, mecânicos e visuais. A maioria dos participantes apresentou queixas de dores musculoesqueléticas, sendo a coluna cervical o local de maior frequência de dor do tipo extrema. Esses resultados apontam para a necessidade de uma política de melhorias da qualidade do trabalho na unidade estudada; porém, esses achados também podem trazer luz à problemática em outras instituições que possuam estrutura física semelhante à encontrada nesta pesquisa.

Palavras-chave: condições de trabalho; esterilização; saúde do trabalhador; ergonomia.

INTRODUÇÃO: Lombalgias são queixas ocupacionais frequentes, correspondentes a uma parte considerável de afastamentos laborais que implicam, consequentemente, em prejuízo econômico. Esse sintoma é frequentemente observado nos policiais militares, que carregam consigo equipamentos obrigatórios atrelados ao corpo, os quais aumentam a sobrecarga sobre a coluna lombar.
OBJETIVOS: Este estudo objetivou avaliar a prevalência de dor lombar em policiais militares, identificar os fatores associados e avaliar os riscos ergonômicos.
MÉTODOS: Estudo transversal que avaliou a presença de dor lombar, o grau de incapacidade da dor através do índice de incapacidade de Oswestry e possíveis fatores associados em dois subgrupos de policiais militares do Sul do estado de Santa Catarina.
RESULTADOS: A amostra deste estudo consistiu em 221 policiais militares; 194 faziam uso do coldre de cintura, e 27, do coldre de perna. O primeiro grupo apresentou maior prevalência de dor lombar (74,2%) e cronificação da mesma (70,1%). Foi observada ainda maior prevalência de dor em extremas faixas etárias do estudo e também nos policiais que tinham maior tempo de serviço. A média de pontuação no índice de incapacidade de Oswestry foi maior no grupo que usava coldre de cintura.
CONCLUSÕES: Os equipamentos de proteção atrelados ao corpo do policial militar podem estar relacionados às queixas de dor lombar; uma melhor distribuição do peso desses equipamentos no corpo pode trazer benefícios na prevenção das dores lombares. O coldre de perna demonstrou ser uma possível solução, permitindo uma distribuição de peso nos membros inferiores e diminuindo a sobrecarga dos equipamentos sobre a coluna lombar.

Palavras-chave: dor lombar; prevalência; ergonomia; polícia.

A saúde mental é uma condicionante de saúde importante para as práticas de prevenção, promoção e vigilância na atuação intersetorial em saúde do trabalhador. O objetivo deste artigo é identificar na literatura de artigos científicos os fatores de risco e a promoção do bem-estar, ambos no campo da saúde mental em saúde do trabalhador. Problematizamos a saúde do trabalhador no campo da gestão e de pesquisas que embasam, por meio de aparato teórico-metodológico, políticas assistenciais e intersetoriais aplicadas à prevenção e promoção do bem-estar de trabalhadores e trabalhadoras. Operamos uma revisão sistemática no mês de maio de 2020 no Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), no período de 2009 a 2019. Orientados pelo método Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses de inclusão e exclusão de variáveis, realizamos uma análise profícua de uma amostra final de 14 artigos incluídos. Na análise dos resultados, inicialmente foi realizada uma descrição de elementos de composição dos estudos através de um formulário-apêndice; após essa etapa, foram evidenciados três eixos de discussão dos dados analíticos: a) Tessituras sobre Saúde Mental e Saúde do Trabalhador; b) Fatores de Risco e Saúde Mental do Trabalhador; e c) Educação em Saúde Mental do Trabalhador. Os estudos evidenciam o fortalecimento de saúde mental do trabalhador como elemento de prevenção e promoção no campo psicossocial, redução da morbimortalidade, enfrentamento da precarização, de assistência e compreensão das psicopatologias do trabalho e não individualização do adoecimento ocupacional.

Palavras-chave: saúde do trabalhador; saúde mental; fatores de risco; educação em saúde.

Este estudo teve como objetivo analisar as evidências científicas disponíveis na literatura que abordem a relação workaholism-workaholic com qualidade de vida. Tratou-se de uma revisão integrativa, por meio de consulta às bases de dados MEDLINE, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde, Web of Science e Scopus. Encontraram-se 10 artigos primários publicados entre 2011 e 2018, dos quais oito foram publicados em inglês e dois, em português. Apenas 20% das pesquisas incluídas foram conduzidas com trabalhadores de saúde no ambiente hospitalar, sendo uma delas na Coreia e a outra, no Brasil. Conclui-se que o workaholism associou-se à qualidade de vida dos trabalhadores em todos os estudos, consolidando que o fenômeno workaholism acarreta consequências negativas à qualidade de vida dos trabalhadores.

Palavras-chave: qualidade de vida; condições de trabalho; saúde do trabalhador; doenças profissionais; trabalho.

A síndrome de burnout é uma resposta aos estressores decorrentes do trabalho e é caracterizada por esgotamento emocional, despersonalização e redução da realização pessoal. Essa síndrome pode afetar os profissionais de saúde, merecendo atenção e o desenvolvimento de mecanismos preventivos. O objetivo deste estudo foi identificar possíveis formas de prevenção da síndrome de burnout em médicos. Foi realizada uma revisão bibliográfica, com buscas nas bases de dados PubMed e SciELO. Foram identificados 16 artigos sobre a temática, dos quais 11 promoviam intervenções preventivas focadas no indivíduo, quatro focavam no ambiente de trabalho e um abordava a prevenção com foco no indivíduo e no ambiente de trabalho. Conclui-se que a redução dos índices de burnout pode beneficiar tanto os médicos quanto os pacientes e que a abordagem preventiva com base no indivíduo e no ambiente de trabalho são essenciais. Entretanto, é necessário que sejam realizadas mais estudos sobre a prevenção da síndrome de burnout em médicos.

Palavras-chave: burnout; prevenção; médicos.

Ainda não foi dada a devida atenção aos problemas de saúde do trabalhador decorrentes das doenças bucais nem aos reflexos de quando o profissional adequado, o cirurgião-dentista, ainda não faz parte da equipe do serviço especializado das grandes empresas, mesmo se reconhecendo sua participação positiva para a melhoria da qualidade de vida do trabalhador e para o melhor desempenho produtivo da empresa. Com base nessas premissas e por meio de uma revisão de literatura realizada a partir da busca literária no portal eletrônico das bases de dados Bibliografia Brasileira de Odontologia, SciELO e MEDLINE, o presente trabalho teve como objetivo demonstrar fatores que justificassem a inserção do cirurgião-dentista no programa de saúde do trabalhador na empresa, citando como vantagens a diminuição do absenteísmo e do número de acidentes de trabalho, o aumento da produtividade e a melhoria da imagem da empresa e da qualidade de vida dos funcionários. Conclui-se que o modelo de atenção de saúde do trabalhador não pode estar dissociado da saúde bucal, tendo em vista o significativo número de benefícios tanto para o empregado como para a própria empresa.

Palavras-chave: odontologia do trabalho; saúde bucal; empresa.

Este artigo trata sobre a importância da ginástica laboral em relação à qualidade de vida e produtividade dos trabalhadores e à diminuição do número de afastamentos oriundos de lesões por esforço repetitivo/distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho. Para isso, foi realizada uma pesquisa bibliográfica de cunho narrativo nas bases eletrônicas PubMed, SciELO e Capes e em livros sobre o tema. O estudo em questão teve como objetivo geral esclarecer e disseminar a importância da existência de um programa de ginástica laboral para a saúde dos colaboradores e o rendimento laboral. A coleta dos dados revelou que a ginástica laboral incide diretamente na melhora da qualidade de vida dos funcionários, diminuindo os índices de lesões por esforço repetitivo/distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho, estresse ocupacional e síndrome de burnout. Conclui-se que a aplicabilidade de um programa de ginástica laboral é de extrema importância tanto para os funcionários quanto para a empresa.

Palavras-chave: ginástica laboral; LERs/DORTs; estresse ocupacional; síndrome de burnout.

O agente comunitário de saúde está inserido na saúde da família desenvolvendo as atividades de prevenção de doenças e promoção de saúde. É necessário que esse profissional reconheça o seu trabalho e a importância do uso de equipamentos de proteção individual. Na observação, foi constatado que alguns agentes comunitários de saúde não utilizavam uniformes. Foi possível verificar que eram utilizadas roupas como regatas, saias e sapatos abertos. Percebeu-se que não havia incentivo pelo enfermeiro da equipe para utilização de bonés, óculos, protetores solares, camisas de manga longa, meias de compressão e sapatos fechados. São muitos os riscos ocupacionais aos quais esses profissionais estavam expostos, como riscos ergonômicos, físicos, químicos, biológicos e de acidentes de trabalho. Essa experiência elencou três eixos norteadores. Foi possível notar dificuldades dos agentes comunitários de saúde para identificar os usos adequados de equipamentos de proteção individual. Também foi evidenciada a falta de treinamento ou capacitação em saúde do trabalho; porém, alguns agentes comunitários tinham conhecimentos baseados no senso comum ou em experiências pessoais que, de alguma forma, os influenciaram na sua proteção. O preparo para o trabalho desses profissionais ainda é precário, percebendo, assim, indícios de que sua prevenção é pouco lembrada pelos gestores. Logo, são necessárias maiores orientações aos agentes comunitários de saúde.

Palavras-chave: agente comunitário de saúde; enfermagem em saúde do trabalhador; serviços de saúde do trabalhador.

O ambiente no qual o trabalhador desenvolve suas atividades e a maneira como o trabalho é realizado podem trazer prejuízos à saúde do trabalhador. Objetivou-se discutir sobre a sistematização da assistência em enfermagem na saúde ocupacional, por meio de um ensaio teórico e reflexivo sobre essa abordagem. Apoiou-se em três pontos norteadores: a enfermagem do trabalho e a saúde ocupacional; a atuação do enfermeiro do trabalho; e a aplicabilidade da sistematização da assistência em enfermagem na saúde ocupacional. É necessário que o enfermeiro do trabalho tenha conhecimento técnico-científico adequado e utilize da sistematização da assistência em enfermagem como um instrumento em seu processo de trabalho.

Palavras-chave: saúde do trabalhador; enfermagem do trabalho; processos de enfermagem.

INTRODUÇÃO: Em dezembro de 2019, o novo coronavírus foi reconhecido como agente etiológico de um grave quadro de pneumonia na cidade de Wuhan, na China. O surto da COVID-19 foi inicialmente definido por uma série de epicentros e chegou ao Brasil em fevereiro de 2020, provocando o isolamento social e a suspensão da prestação de serviços presenciais, inclusive no Poder Judiciário. Ocorreu um aumento exponencial de processos aguardando perícias judiciais. A retomada das atividades judiciais presenciais é uma realidade imediata do pós-pandemia, mas representa um grande e ameaçador desafio à Justiça.
OBJETIVOS: Propor um Plano de Contingenciamento da COVID-19 específico para os ambientes de perícias judiciais, no qual sejam indicadas as medidas de prevenção atendendo às determinações das autoridades sanitárias no enfrentamento da pandemia.
MÉTODOS: Realizamos uma revisão de Leis, Protocolos de Normas e Condutas publicadas, bem como procedemos à elaboração de um Plano de Contingenciamento da COVID-19 para perícias judiciais.
RESULTADOS: Pareceres do Conselho Federal de Medicina contraindicam a realização de perícia médica virtual. O atendimento pericial judicial deverá retornar de forma presencial, mas depois de assegurada a proteção à saúde dos participantes na perícia com a efetiva aplicação de um Plano de Contingenciamento da COVID-19. Os peritos judiciais têm por dever de ofício observar as normas e a efetiva aplicação do Plano de Contingenciamento na realização das perícias judiciais.
CONCLUSÕES: O Plano de Contingenciamento da COVID-19 possui as orientações que visam à mitigação dos riscos de transmissão da COVID-19 em ambientes de perícias judiciais. O Perito do Juízo deve estar atento aos ditames das autoridades sanitárias, adequando-se às medidas indicadas de forma pronta e imediata.

Palavras-chave: pandemia; COVID-19; isolamento social; teleconsulta.

A tuberculose é uma doença infecciosa causada por bactérias do Mycobacterium tuberculosis complex. Pode atingir qualquer órgão, sendo a forma pulmonar a mais frequente. Não só os humanos podem ser atingidos pela tuberculose, sendo também muito comum a existência de infecção de animais. Essa patologia pode espalhar-se para os humanos, normalmente pela inalação de aerossóis ou pela ingestão de leite ou derivados não pasteurizados. Trata-se do caso de um trabalhador de zoológico, com contexto epidemiológico de contato com leões-marinhos com tuberculose nos últimos 4 meses. Recorreu a atendimento permanente por história de 3 semanas de tosse, febre, sudorese e perda ponderal. A pesquisa de bacilos resistentes a álcool-ácido no lavado brônquico revelou-se positiva. Quanto ao exame cultural do lavado, concluiu-se positivo para M. tuberculosis complex. Foi, então, realizado o devido encaminhamento, e o paciente iniciou tratamento com antibacilares. A tuberculose constitui um importante problema de saúde pública em nível global. No contexto ocupacional, mantém-se como um motivo de grande preocupação e atenção, mais frequentemente em meio hospitalar ou entre os profissionais de saúde. No entanto, este caso mostra outro contexto ocupacional, menos óbvio, em que este tipo de contato também pode acontecer. Espera-se que o alerta do presente caso possa ser utilizado pelas equipas de saúde ocupacional, nomeadamente as que realizam vigilância periódica a trabalhadores do setor animal.

Palavras-chave: tuberculose pulmonar; tuberculose bovina; serviços de saúde do trabalhador.

INTRODUÇÃO: O regime de teletrabalho, adotado por algumas empresas como medida alternativa para continuidade dos serviços durante a pandemia causada pela doença do coronavírus 2019, pode gerar repercussões na saúde dos funcionários, contribuindo para o desencadeamento das doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho e/ou lesões por esforços repetitivos. Nesse contexto, empresas precisaram criar estratégias para garantir a implantação de ações em saúde do trabalhador através de diferentes meios.
OBJETIVOS: Discutir a experiência de implementação de atividades de ginástica laboral remota.
MÉTODOS: O relato de experiência foi baseado na construção e implementação de um projeto de intervenção de ginástica laboral remota junto aos funcionários de uma instituição bancária que atuam em regime de teletrabalho.
RESULTADOS: A ginástica laboral remota se mostra viável, evidenciando economia de recursos, ampliação do alcance e quantidade de funcionários, melhor adesão dos trabalhadores a programas de promoção da saúde e conscientização sobre sua postura para além do âmbito ocupacional.
CONCLUSÕES: As intervenções em saúde e segurança do trabalho por meios tecnológicos, associados ao teletrabalho, vêm se estabelecendo como uma nova perspectiva durante e após a pandemia, especialmente nas instituições bancárias, onde a jornada remota vem se revelando mais eficiente.

Palavras-chave: pandemias; saúde do trabalhador; intervenção baseada em Internet; fisioterapia.

Objetivou-se mapear a prevalência de sofrimento mental entre empregados de duas empresas metalúrgicas e analisar diferenças conforme o sexo dos trabalhadores e a empresa de vínculo. Tratou-se de um estudo transversal analítico que utilizou o questionário Self-Reporting Questionnaire de 20 perguntas para mapear a prevalência de sofrimento mental. Participaram da pesquisa 439 trabalhadores. A prevalência geral foi 10,0%, sendo cerca de quatro vezes maior no sexo feminino (32,3%) que no masculino (8,3%) (p < 0,001). Não houve diferença entre as prevalências de sofrimento mental segundo empresa de vínculo (p = 0,271) ou setor (p = 0,239). A queixa mais frequente foi “nervosismo, tensão e preocupação” (48,7%). Esses resultados indicam a necessidade de gerenciamento da saúde mental dos trabalhadores, especialmente das mulheres.

Palavras-chave: saúde mental; saúde do trabalhador; ergonomia; transtornos mentais.