Porfirinas são subprodutos oxidados, originados durante o processo de biossíntese do heme, uma molécula essencial na atividade de muitas proteínas, devido à capacidade de complexação do ferro. Na hemoglobina, é essencial para o transporte de oxigênio; no citocromo C e P450 (CYP), participa nas reações de produção de energia e detoxificação respectivamtente. A biossíntese do heme envolve oito enzimas, cinco das quais produzem moléculas intermediárias chamadas genericamente de porfirinogênios. Os porfirinogênios com 8, 7, 6, 5, e 4-grupos carboxílicos são oxidados ao saírem da rota intracelular de biossíntese do heme e, nessa forma, denominados porfirinas. Estas são excretadas na urina em indivíduos sadios com um padrão característico de normalidade. A inibição de uma enzima na biossíntese do heme pode resultar num acúmulo impróprio do substrato desta enzima. O aumento de uma ou mais porfirinas nos níveis urinários acima do valor de referência pode ser provocada por diferentes condições patológicas hereditárias ou por fatores ambientais. Algumas substâncias químicas como compostos aromáticos policlorados como o hexaclorobenzeno (HCB) e alguns metais como o chumbo, arsênio e mercúrio são porfirinogênicos, isto é, podem causar a inibição na atividade de uma ou mais enzimas envolvidas na rota do heme, alterando, por conseqüência, o perfil de porfirinas excretadas pela via urinária. Diversos relatos da ação porfirinogênica destas substancias químicas no homem, quer por exposição ocupacional, quer ambiental, nos leva a crer que a avaliação do perfil de porfirinas eliminadas pela urina tem potencial a ser utilizado como indicador biológico de efeito na exposição a esses agentes.
Palavras-chave: Porfirinas; Porfirinogênicos; Heme; Urina; Saúde Ocupacional.