CONTEXTO: Paciente de 38 anos foi encaminhado por ordem judicial para ambulatório de saúde ocupacional de hospital público terciário com queixa de dor difusa em membros inferiores, superiores, coluna e bacia, além de dificuldade na deambulação. Trazia imagens de ressonância magnética e tomografia com sinais de osteosclerose/osteonecrose em diferentes ossos (tíbia, fêmur, úmero, osso da bacia). Havia sido atendido pela equipe de clínica médica do mesmo hospital e realizado biópsia de crista ilíaca, que evidenciou infarto ósseo e grande quantidade de alumínio ósseo. Tem histórico laboral de atividade na produção de alumínio durante quatro anos, em mineradora do estado do Maranhão.
OBJETIVOS: O presente trabalho tem como objetivo revisão na literatura de possíveis causas ocupacionais em distúrbios ósseos, e identificar elementos técnico-científicos que permitam relacionar a deposição óssea de alumínio com as alterações clínico-radiológicas do caso em questão.
MÉTODOS: Foi realizada revisão de literatura baseada em publicações nas principais bases de pesquisa (PubMed, SciELO, Lilacs), além de avaliação de etapas de beneficiamento do alumínio na indústria mineradora.
RESULTADOS: Por meio da constatação da exposição do trabalhador a subprodutos químicos do beneficiamento do alumínio metálico, que, sabidamente podem causar fluorose óssea, e a associação desta doença com os achados de exame radiológico, bem como sintomatologia apresentada por este trabalhador, é possível estabelecer nexo ocupacional.
CONCLUSÃO: A sintomatologia apresentada pelo trabalhador, bem como suas alterações de exame de imagem e anatomopatológico, permitem inferência de causalidade entre a exposição a compostos de fluoreto e criólita e seu distúrbio ósseo.
Palavras-chave: compostos de fluor; osteonecrose; exposição ocupacional.