A exposição ocupacional a produtos químicos é comum, sendo a hepatotoxicidade um dos efeitos mais graves. Associada a esta, uma doença viral como a hepatite C, nesses trabalhadores, parece colocar o paciente em situação de maior risco. Relata-se o caso de uma paciente feminina, com diagnóstico de hepatite viral C, cuja evolução natural parece ter sido acelerada pela exposição ocupacional à substância hepatotóxica. Atualmente, a exposição ocupacional a produtos químicos ocorre em diversos setores produtivos, pondo em risco a saúde dos trabalhadores. O monitoramento do ambiente e os indicadores biológicos têm sido amplamente preconizados e aplicados, porém parece que o médico do trabalho não tem dado a devida atenção ao diagnóstico de doenças associadas, que muitas vezes sâo desconhecidas pelo trabalhador. Dentre as inúmeras comorbidades possíveis, salienta-se a hepatite viral e, dentre elas, a causada pelo vírus C. Tal agente etiológico só passou a ser triado em 1993 (Portaria 1.376 do Ministério da Saúde) nos bancos de sangue e, por isso, o número de portadores é incerto, mas as estimativas são de 170 milhões de infectados no mundo, desses 3,2 milhões no Brasil1. Apesar da conhecida história natural da doença, na qual um número significativo de pacientes evolui para cirrose e hepatocarcinoma2,3, estudos apontam para um possível tratamento de erradicação definitiva. Portanto, o diagnóstico é imperativo, principalmente naqueles expostos a outros agentes com potencial lesivo bepático.
Palavras-chave: Exposição Ocupacional; Hepatotoxicidade; Hepatite Viral C.