CONTEXTO: Príons são partículas proteicas infecciosas compostas, quase que exclusivamente, por uma proteína conhecida como príon scrapie (PrPsc). A PrPsc é uma forma aberrante de proteína resultante de modificações que ocorreriam na isoforma celular da proteína príon celular (PrPcel), um tipo de glicoproteína, de função ainda desconhecida, expressa constitutivamente na superfície de vários tipos celulares, principalmente os neurônios. Atualmente, o envolvimento dos príons na etiologia de doenças neurológicas degenerativas, em animais e humanos, já está bem estabelecido, sendo responsabilizados por encefalopatias espongiformes transmissíveis. Dessa forma, os príons surgem como potenciais causadores de doenças ocupacionais ou do trabalho.
OBJETIVO: Identificar possíveis nexos ocupacionais a partir de infecções por príons.
MÉTODOS: Revisão de literatura com os descritores "prion diseases" e "occupational diseases" nas bases de dados: PubMed, LILACS, Embase, SCOPUS e Web of Science.
RESULTADOS: Foram encontrados cinco artigos que versam sobre o tema. Todos apontam para um possível risco ocupacional, mas, devido ao baixo número de casos, não se consegue uma correlação estatística.
CONCLUSÃO: Os príons são agentes infecciosos que, como tais, possuem um potencial patogênico, sendo que os profissionais que lidam com fontes dessas partículas proteicas devem se prevenir, em virtude do potencial risco de exposição. No entanto, devido ao reduzido número de casos de pacientes com possível nexo ocupacional, são necessários mais estudos e elucidação das vias de transmissão para firmar o nexo definitivo, devendo, portanto, cada caso ser analisado em particular.
Palavras-chave: doenças de príons; doenças ocupacionais; saúde ocupacional.